Xumda
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- 28/02/2012
PF acusa quatro pessoas por manipulação de papéis da Mundial
PORTO ALEGRE - A Polícia Federal indiciou quatro pessoas pela manipulação de ações da Mundial Produtos de Consumo investigadas na operação “Insider”, deflagrada em agosto de 2011.
Segundo nota distribuída hoje pela superintendência da instituição no Rio Grande do Sul, o inquérito que apurou “manipulação do mercado de valores mobiliários, insider trading e formação de quadrilha, supostamente cometidos por pessoas vinculadas a agências autônomas de investimento sediadas nesta capital”, foi remetido ao Ministério Público Federal MPF) ao qual cabe fazer a denúncia à Justiça.
A PF não revelou os nomes dos indiciados. As investigações começaram depois que as ações da Mundial chegaram a se valorizar 2.800% no caso das ordinárias (ON) e 1.652%, no das preferenciais (PN), de maio até o fim de julho do ano passado, quando despencaram e provocaram perdas milionárias para investidores.
Em setembro, a Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão de documentos em agências autônomas de investimento e na casa do principal suspeito das irregularidades, em Porto Alegre.
“Iniciada em agosto de 2011 pela Polícia Federal em São Paulo, em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a investigação teve por objetivo apurar oscilação aparentemente sem razão do valor de mercado nas ações de determinada empresa”, informou a PF. “Posteriormente, pela fragilidade do esquema e em virtude de boatos que circulavam, as ações iniciaram queda abrupta, gerando um prejuízo milionário a inúmeros investidores. A empresa chegou a valer R$ 1,3 bilhão na Bolsa de Valores, sendo que, após circularem rumores de manipulação, houve queda superior a 60% no seu valor”, completou.
Segundo a PF, as investigações reuniram provas suficientes para demonstrar a “ocorrência de prática criminosa” pelos indiciados, “que, de forma concatenada, utilizaram-se de informações privilegiadas para operarem no mercado de ações, valendo-se de técnicas fraudulentas (“pump and dump”) para manipular o preço das ações negociadas em Bolsa de Valores”.
Em setembro de 2011, logo após a operação de busca e apreensão em Porto Alegre, a Mundial enviou comunicado à CVM no qual afirmava ser “uma das partes prejudicadas nesse processo” [a suspeita de manipulação das ações] e considerava “positivas” as investigações.
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