Ainda Há Dinheiro Esquecido No Fundo 157 (TELB4)

São Paulo, 20 de Abril de 2007 - Também existem acionistas da antiga Telebrás que não resgataram suas aplicações. Quem pagou imposto de renda entre os anos de 1967 a 1983 pode ter direito à restituição do Fundo 157. Criado em 1967 para estimular o mercado de ações, o fundo dava a opção aos contribuintes de usar parte do imposto de renda para compra de cotas de fundos de investimento. Embora o fundo tenha sido extinto em 1983, muitos investidores até hoje não resgataram suas cotas. Estima-se que há mais de R$ 500 milhões em recursos, distribuídos em mais de 3 milhões de contas, para serem resgatados, o que dá um saldo médio de R$ 175 por conta.
Para confirmar se você tem algum dinheiro a ser resgatado é preciso acessar o site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), ir na seção "acesso rápido", clicar no link "Fundo 157" e digitar seu CPF. Lá aparecerá o nome do banco que administrava o fundo e se há algum recurso na sua conta. Para reaver o dinheiro é preciso se dirigir à agência bancária responsável pela administração do fundo, munido de RG e CPF.
Vale lembrar que quem já tiver sacado suas aplicações a partir de 1996 não possui cotas a resgatar. Naquele ano, a CVM enviou correspondências aos cotistas para que fosse feito o resgate, mas nem todos foram atrás do dinheiro. Como a base de dados da CVM não foi atualizada nos últimos dez anos, os nomes das pessoas que sacaram o dinheiro nesse período ainda estão lá. Somente o banco pode confirmar se existe ou não algum dinheiro a receber.
O aplicador não pode se esquecer que, por ser uma aplicação em ações, o valor não tem correção monetária nem juros, apenas a valorização do papel e o pagamento dos dividendos.
Ações da Telebrás
As ações da antiga Telebrás são outro exemplo de "dinheiro esquecido". Se você comprou uma linha telefônica diretamente da Telebrás entre 1975 e 1995 é possível que seja acionista de empresas de telefonia. O plano de expansão do setor contemplava os compradores de linhas telefônicas com ações da Telebrás. O objetivo do governo era captar recursos para o desenvolvimento do setor de telecomunicações no Brasil.
Com a privatização em 1998, a Telebrás se desmembrou em 12 empresas e os acionistas tiveram suas ações convertidas em uma cesta de papéis das companhias que nasceram da cisão da estatal. Quem tinha 1.000 ações da Telebrás, por exemplo, passou a ter 1.000 ações da Embratel Participações, 1.000 ações da Telesp Participações, 1.000 da Tele Norte Leste Participações e assim sucessivamente para as 12 holdings.
Para saber se você faz parte deste grupo, é só se dirigir a uma agência do Banco do Brasil, Itaú ou Real com seu RG e CPF. Esses bancos são depositários das ações das empresas de telefonia que nasceram da privatização da Telebras. O BB é depositário das ações da Telenorte Leste Participações (Telemar), o Itaú das ações da Embratel e o Banco Real tem os papéis de todas as telefônicas restantes.
Se o seu nome não constar no cadastro eletrônico, o banco deve orientar quanto à documentação que deve ser apresentada para a sua identificação como acionista. Caso você não faça parte do cadastro e tenha documentação comprobatória de que tem direito a ações da antiga Telebrás, deve dirigir-se à companhia local de telefonia fixa onde adquiriu o plano de expansão e solicitar a sua identificação como acionista.
O diretor de fundos de investimento do Itaú, Moacyr Castanho, explica que, embora grande parte dos acionistas que adquiriram as ações no plano de expansão da Telebrás já tenha se desfeito dos papéis, ainda há muitos que não procuraram o banco. Se o acionista optar pela venda dos papéis, a transação será feita por intermédio das corretoras de valores ligadas a esses bancos.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Ana Cristina Góes)





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