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Concessão de Crédito: em setembro, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro atingiu R$17,5 trilhões (153,3% do PIB), recuando 0,5% no mês

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(30/10/2024):

1. Crédito ampliado ao setor não financeiro

Em setembro, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro atingiu R$17,5 trilhões (153,3% do PIB), recuando 0,5% no mês, com contrações de 1,5% nos títulos públicos de dívida e de 3,1% nos empréstimos externos. Em 12 meses, o crédito ampliado expandiu 12,6%, com crescimentos de 15,9% nos saldos dos títulos de dívida e de 9,5% nos empréstimos do SFN.

O crédito ampliado a empresas atingiu R$6,1 trilhões (53,8% do PIB), recuando 0,5% no mês, ressaltando-se a contração de 3,1% nos empréstimos externos, reflexo da apreciação cambial de 3,68% no período. Em relação a setembro de 2023, a expansão de 12,1% decorreu das elevações de 24,1% em títulos de dívida e de 9,5% nos empréstimos externos.

O crédito ampliado às famílias situou-se em R$4,0 trilhões (35,4% do PIB), crescimentos de 0,5% no mês e de 10,1% em doze meses, refletindo, basicamente, o comportamento dos empréstimos do SFN.

2. Operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN)
A carteira de crédito total do SFN cresceu 1,2% em setembro, totalizando R$6,2 trilhões. Esse desempenho resultou dos incrementos mensais de 1,6% e de 1,0% no crédito às empresas e às famílias, respectivamente, cujos saldos situaram-se em R$2,4 trilhões e R$3,8 trilhões, na mesma ordem. Em doze meses, a carteira total de crédito do SFN aumentou 9,9% até setembro, percentual igual ao do mês anterior. Por segmento, consideradas as mesmas bases de comparação, a carteira de pessoas jurídicas assinalou menor ritmo de crescimento, com incremento de 7,7% ante 8,0%, enquanto a de pessoas físicas acelerou, crescendo 11,4% ante 11,1%.

A carteira de crédito com recursos livres avançou 1,4% no mês e 9,1% em doze meses, alcançando R$3,6 trilhões. Nas operações destinadas às pessoas jurídicas, a carteira somou R$1,5 trilhão, com incrementos de 2,4% no mês e de 7,2% em doze meses. Esse desempenho foi influenciado pela expansão sazonal do desconto de duplicatas e outros recebíveis, +14,2%, e por expansões em capital de giro com prazo inferior a 365 dias, +6,3%, adiantamento de contratos de câmbio – ACC, +2,4% e aquisição de veículos, +1,4%.

A carteira de crédito livre às pessoas físicas cresceu 0,7% no mês e 10,5% em doze meses, totalizando R$2,1 trilhões em setembro. Destacaram-se o crédito pessoal não consignado, +2,1%, o financiamento para aquisição de veículos, +1,7%, e o crédito consignado para trabalhadores do setor público, +0,5%.

A carteira de crédito direcionado atingiu saldo de R$2,6 trilhões em setembro, com incrementos de 1,0% no mês e de 11,2% em doze meses. A carteira destinada às empresas alcançou R$848,6 bilhões, com aumentos de 0,3% no mês e de 8,6% em doze meses. O crédito direcionado para as famílias avançou 1,3% no mês e 12,4% em doze meses, atingindo R$1,7 trilhão. Destacaram-se os financiamentos rurais com taxas reguladas e os financiamentos imobiliários, com expansões respectivas de 2,4% e 1,1%.

As concessões nominais de crédito do SFN alcançaram R$636,4 bilhões em setembro. Nas séries com ajuste sazonal, as concessões totais decresceram 0,9% no mês, com retração de 1,7% nas operações com pessoas jurídicas e avanço de 0,9% no segmento de pessoas físicas. Nos doze meses até setembro, as concessões nominais aumentaram 13,2%, com expansões de 13,6% nas operações às empresas e de 12,9%, nas destinadas às famílias. As concessões médias diárias avançaram 7,1% no mês, com incrementos de 8,8% nas operações com pessoas jurídicas e de 5,6% nas operações com pessoas físicas. Ressalte-se a ocorrência de um dia útil a menos em setembro em relação ao mês anterior.

A taxa média de juros das concessões alcançou 27,6% a.a. em setembro, com queda de 0,1 p.p. no mês e de 2,6 p.p. em doze meses. Por segmento, a taxa média de juros no crédito às empresas diminuiu 0,7 p.p. no mês e recuou 2,1 p.p. em doze meses, situando-se em 17,7% a.a., enquanto para as famílias, a taxa média atingiu 32,4% a.a., com aumento de 0,3 p.p. no mês e retração de 3,1 p.p. em doze meses. O spread bancário, que corresponde à diferença entre as taxas médias de juros praticadas nas operações de crédito e o custo de captação, situou-se em 18,4 p.p., assinalando reduções de 0,1 p.p. no mês e de 2,5 p.p. em doze meses.

Nas operações de crédito livre, a taxa média de juros atingiu 39,9% a.a., com elevação de 0,1 p.p. no mês e diminuição de 3,4 p.p. em doze meses. Nas operações com pessoas jurídicas, a taxa média situou-se em 20,7% a.a., com reduções de 0,3 p.p. em relação ao mês anterior e de 2,2 p.p. em doze meses. A taxa média de juros no crédito livre a pessoas físicas alcançou 52,4% a.a., com aumento de 0,5 p.p. no mês e redução de 4,9 p.p. em doze meses.

​Na variação mensal, o efeito da variação das taxas de juros (efeito taxa) mostrou-se mais significativo que o efeito decorrente de alterações na composição das carteiras (efeito saldo). Nesse contexto, destacaram-se as reduções das taxas médias do capital de giro com prazo menor de 365 dias (-9,1 p.p.), no crédito às empresas, e o aumento do cartão de crédito rotativo (11,5 p.p.), no crédito às famílias.

O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do SFN, situou-se em 21,8% a.a., estável no mês e variando -0,5 p.p. em 12 meses.

O percentual de inadimplência da carteira de crédito do SFN, considerados os atrasos superiores a 90 dias, manteve-se estável no mês e recuou 0,2 p.p. em doze meses, situando-se em 3,2%. No segmento empresarial, a inadimplência situou-se em 2,4%, estável no mês e com queda de 0,3 p.p. em doze meses. No crédito às famílias, a inadimplência se manteve estável no mês e diminuiu 0,1 p.p. em doze meses, situando-se em 3,8%.

No crédito com recursos livres, a inadimplência situou-se em 4,5%, mantendo-se estável no mês, com diminuição de 0,3 p.p. em doze meses. A inadimplência no crédito livre às empresas e às famílias situou-se em 2,9% e em 5,6%, respectivamente, assinalando reduções de 0,4 p.p. e 0,3 p.p. em doze meses, na mesma ordem.

O endividamento das famílias situou-se em 47,9% em agosto, com crescimento de 0,1 p.p. em relação ao mês anterior e queda de 0,4 p.p. em 12 meses. O comprometimento de renda alcançou 26,8%, com elevação de 0,4 p.p. no mês e redução de 0,4% em doze meses.

3. Agregados monetários

A base monetária alcançou R$429,9 bilhões em setembro, com redução de 1,1% no mês e aumento de 6,3% em doze meses. O papel-moeda em circulação aumentou 0,3% e as reservas bancárias diminuíram 6,5% nos doze meses encerrados em setembro.

Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, foram expansionistas as operações do Tesouro Nacional, R$9,1 bilhões, as operações com títulos públicos federais, R$13,9 bilhões (resultado de resgates líquidos de R$125,5 bilhões no mercado primário e vendas líquidas de R$111,5 bilhões no mercado secundário) e os depósitos de instituições financeiras, R$1,7 bilhões (resultado da liberação de recursos de depósitos a prazo, +R$1,9 bilhão, de caderneta de poupança, +R$1,4 bilhão e de depósitos de garantias em espécie vinculadas a Linhas Financeiras de Liquidez – LFL, +R$1,9 bilhão, e do recebimento de depósitos voluntários a prazo, -R$3,6 bilhões). No sentido contracionista, as operações do setor externo, R$8 bilhões, e com derivativos, R$20 bilhões.

Os meios de pagamento restritos (M1) totalizaram R$675,1 bilhões, com crescimento de 1,5% no mês, resultado do aumento de 2,3% em depósitos à vista e de 0,6% em papel-moeda em poder do público. Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 cresceu 1,4% no período.

O M2 avançou 0,4% no mês, com saldo total de R$6,4 trilhões, refletindo expansões do M1 e do saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras. O saldo dos títulos emitidos pelo SFN avançou 0,4%, totalizando R$4,7 trilhões, resultado dos crescimentos de 0,3% no saldo dos depósitos a prazo, de 0,6% nas letras financeiras e de 0,5% nas letras de crédito. O saldo dos depósitos de poupança (R$1,0 trilhão) recuou 0,2%. O M3 aumentou 0,3%, totalizando R$11,9 trilhões, resultado dos aumentos no M2 e nas quotas de fundos monetários (R$5,3 trilhões). As operações compromissadas com títulos públicos federais recuaram 19,6%, enquanto as operações com títulos privados avançaram 8,0%. O M4 avançou 0,6% no mês, totalizando R$13,2 trilhões, com crescimento de 13,5% em 12 meses.

4. Limitação do montante de juros e encargos financeiros em cartões de crédito
A Lei nº 14.690, de 3 de outubro de 2023, determinou que, no crédito rotativo e no parcelamento do saldo devedor das faturas de cartões de crédito e de outros instrumentos de pagamento pós-pagos, o montante total cobrado a título de juros e encargos financeiros não poderá exceder o valor original da dívida.

​Visando contribuir para o acompanhamento dos efeitos dessa legislação, o Banco Central passou a divulgar em página específica os percentuais acumulados dos montantes de juros e encargos nas operações de cartão rotativo e parcelado a partir da entrada em vigor da lei. Esses dados mostram a distribuição de frequência da proporção dos montantes de juros e encargos financeiros cobrados pelas instituições financeiras em relação ao valor original da dívida e estão disponíveis no endereço www.bcb.gov.br/estatisticas/juros-cartao-de-credito ou pelo caminho Estatísticas > Taxas de Juros > Juros acumulados no cartão de crédito.

[ Matéria completa – link externo ]

(banco central)

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