Os preços dos contratos futuros do petróleo fecharam em alta de cerca de 2% nesta segunda-feira, recuperando parte da queda de mais de 7% da semana passada, com a continuidade dos combates no Oriente Médio e a expectativa de retaliação israelense contra o Irã, o que preocupa os mercados quanto ao fornecimento da região.
As forças israelenses cercaram hospitais e abrigos para refugiados no norte da Faixa de Gaza nesta segunda-feira, intensificando operações contra militantes palestinos, segundo relatos de médicos. Israel também realizou ataques direcionados a locais pertencentes ao braço financeiro do Hezbollah no Libano.
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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, fará outra tentativa de promover um cessar-fogo quando viajar ao Oriente Médio nesta segunda-feira, buscando iniciar negociações para encerrar a guerra em Gaza e também neutralizar o conflito no Libano.
O enviado dos Estados Unidos, Amos Hochstein, terá conversas com autoridades libanesas em Beirute hoje sobre as condições para um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, segundo duas fontes disseram à agência Reuters.
“Os futuros de petróleo estão em alta esta manhã, com a escalada dos combates no Oriente Médio. Israel também se prepara para mais ataques de retaliação, provavelmente contra o Irá”, disse Dennis Kssler, vice-presidente sênior de negociação do BOK Financial.
“A venda de petróleo nas últimas duas semanas foi principalmente por liquidação de posições compradas, já que o mercado de petróleo continua buscando um equilíbrio entre a demanda em queda e a agitação contínua no Oriente Médio”, acrescentou ele.
“O prêmio de risco associado a uma possível interrupção no fornecimento, no caso de um ataque israelense à infraestrutura de energia do Irã, oscila”, disse Ole S. Hansen, chefe de Estratégia de Commodities do Saxo Group. “Isso ocorre porque os fundamentos fracos subjacentes reduzem a disposição dos traders de fazer apostas significativas, sabendo que podem enfrentar perdas se tal desfecho não ocorrer”, acrescentou o Saxo.
Hoje, a China cortou as taxas de juros, como esperado, sendo essa uma parte de um pacote mais amplo de medidas para estimular a economia.
Dados divulgados na sexta-feira mostraram que a economia da China cresceu no ritmo mais lento desde o início de 2023 no terceiro trimestre, aumentando as preocupações sobre a demanda de petróleo.
“Quão influente uma maior flexibilização pode ser no mercado de ações da China e de Hong Kong, bem como no CNH (iuan offshore), ainda é uma questão de debate, já que os participantes do mercado podem estar sentindo uma fadiga em relação às politicas de afrouxamento,” disse Chris Weston, chefe de pesquisa da corretora online australiana Pepperstone, em uma nota.
O crescimento da demanda de petróleo da China deve permanecer fraco em 2025, apesar das recentes medidas de estímulo de Pequim, à medida que a segunda maior economia do mundo eletrifica sua frota de carros e cresce em um ritmo mais lento”, disse o chefe da Agência Internacional de Energia (IEA) nesta segunda-feira.
O CEO da Saudi Aramco disse, em uma conferência de energia em Cingapura, que ainda estava “relativamente otimista” em relação à demanda de petróleo da China, à luz do aumento do apoio político para impulsionar o crescimento, e com o aumento da demanda por combustível de aviação e líquidos para produtos químicos.
A administração de informações de energia do governo dos Estados Unidos informou na semana passada que a produção semanal de petróleo subiu 100 mil barris por dia (bpd), alcançando um recorde de 13,5 milhões de bpd na semana encerrada em 11 de outubro.
O preço do contrato do petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para novembro subiu 2,06%, cotado a US$ 70,56 0 barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para dezembro subiu 1,71 cotado a US$ 74,29 0 barril.