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Ata do Copom: Defende disciplina fiscal

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(12/11/2024): O Banco Central divulgou nesta terça-feira (12) a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) que explica a decisão de elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano, na semana passada. A decisão representou uma aceleração do ritmo de aperto monetário ante agosto, quando o BC retomou a alta de juros com uma dose de 0,25 ponto percentual.

No comunicado, o BC não deu dicas sobre seus próximos passos e disse que o “ritmo de ajustes futuros e a magnitude total do ciclo” serão ditados pelo firme compromisso da convergência da inflação à meta. Mas para economistas a autoridade monetária indicou que o plano de voo à frente deve depender das entregas fiscais pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Em meio à discussão do Executivo sobre um pacote para conter o crescimento dos gastos público, o BC defendeu enfaticamente que a “apresentação e execução” de medidas estruturais nas contas públicas contribuirá para uma trajetória mais favorável da inflação e, assim, para o nível de juros.

Esse alerta, assim como a decisão de elevar a Selic para 11,25% foi feito por todos os membros da diretoria do BC, inclusive pelos integrantes indicados por Lula. É o caso, por exemplo, de Gabriel Galípolo, escolhido pelo presidente para assumir a instituição após o fim do mandato de Roberto Campos Neto e já aprovado pelo Senado.

Após a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, o BC também passou a considerar que a conjuntura econômica do país é incerta, mas não fez qualquer menção ao pleito. Em setembro, o Copom falou em “inflexão” no ciclo econômico nos EUA.

As projeções oficiais do colegiado para a inflação aumentaram e continuam distantes da meta de 3,0% (intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%). Pela primeira vez, o BC passou a ver um resultado acima do limite superior da meta para 2024, de 4,6%, contra 4,3% antes. Para 2025, a estimativa aumentou de 3,7% para 3,9%.

O horizonte com que o BC trabalha para colocar a inflação na meta é o segundo trimestre de 2026. Nesse caso, a projeção oficial é de 3,6%, contra o alvo de 3,0%. Até setembro, o colegiado mirava o primeiro trimestre de 2026, cuja projeção era de 3,5%.

Do último encontro do Copom para cá, o BC também viu as expectativas de inflação se distanciarem ainda mais da meta de 3,0%. Em 2024, o mercado financeiro passou a prever estouro do limite superior da meta, de 4,5%, em 4,59%. Para 2025, subiu de 3,95% para 4,03%. Já para o final de 2026, a mediana chegou a 3,61%.

Cenário externo

O Copom, durante a reunião registrada no documento, também avaliou o cenário externo. Neste ponto, o grupo destacou a incerteza sobre a condução da política monetária nos Estados Unidos e a menor sincronia nos ciclos de juros entre as economias globais. Esses dois fatores, avalia o Copom, exigem cautela por parte de países emergentes, como o Brasil.

O texto não cita nominalmente Donald Trump, o presidente eleito no país, mas destaca pontos do programa de governo do republicano que geram receios.

“A possibilidade de mudanças na condução da política econômica também traz adicional incerteza ao cenário, particularmente com possíveis estímulos fiscais, restrições na oferta de trabalho e introdução de tarifas à importação”, diz o documento em relação ao cenário norte-americano0.

No âmbito doméstico, o documento reconhece que a atividade econômica e o mercado de trabalho continuam mostrando dinamismo, o que pode “gerar pressões inflacionárias adicionais.”

Sinais para o Futuro

O Banco Central indicou que o preço do petróleo deve seguir próximo da curva futura prevista para os próximos seis meses, com um aumento projetado de 2% ao ano posteriormente. Para as tarifas de energia, a expectativa é de bandeira amarela em dezembro de 2024 e 2025, refletindo ajustes no custo da energia elétrica.

 

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