Por questões mais gráficas do que macroeconômicas (até porque tentar prever e antecipar o comportamento macroeconômico tem se mostrado uma tarefa impossível para mim e, acredito, para a maioria dos participantes e aficionados pelo mercado, embora muitos não admitam), acredito que o gráfico DXY irá marcar um topo.
Conceitos de análise técnica que sustentam essa ideia:
- Tendência lateral no gráfico semanal e mensal:
Embora a tendência no gráfico diário seja de alta, no gráfico semanal e mensal o DXY ainda apresenta um comportamento lateral. Em uma tendência lateral, o preço geralmente oscila dentro de uma faixa: toca a extremidade inferior e sobe, ou a extremidade superior e cai.
Ademais, é comum que ocorram “escapadas” temporárias dessas zonas de suporte e resistência, como parte do processo de “captura de liquidez”. Acredito que este seja o cenário atual: o preço rompeu a extremidade superior da faixa para buscar liquidez e agora deve retornar para dentro do “caixote”. - Divergência no RSI:
Este é um dos sinais mais relevantes para mim ao tentar antecipar reversões. A mera condição de sobrecompra ou sobrevenda não é suficiente, mas uma divergência dentro de um contexto específico é extremamente significativa.
O contexto, neste caso, é: uma tendência lateral, o preço em uma região de resistência, a possibilidade de “escapada” para captura de liquidez e o surgimento de uma divergência clara no RSI. - “BSL” ou “buyside liquidity”:
Este conceito, derivado do “Smart Money Concepts” (SMC), sugere que o mercado — ou os algoritmos — está sempre em busca de liquidez. Essa liquidez geralmente é encontrada em máximas ou mínimas relevantes.
No caso do DXY, o movimento de alta constante até atingir um topo mais significativo sugere um esforço para capturar liquidez nesse ponto antes de uma reversão. - Alvo final na extensão de Fibonacci 161%:
Apesar de eu não focar tanto em Fibonacci nas minhas análises (por acreditar que o price action é o elemento mais importante), este nível específico chamou atenção pela precisão com que o preço respeitou os níveis anteriores (23%, 76%, 111% e, agora, 161%).
Este não é um Fibonacci tradicional, mas sim o chamado “FIBONACCING”, desenvolvido por Marco Rossi e Caco Maia. Recomendo buscar no YouTube para entender e aprender facilmente. A confluência de outros elementos de análise técnica com este Fibonacci reforça sua credibilidade.
Ok, o DXY vai fazer um topo. E daí? O que fazer com isso?
Um possível topo no DXY tem implicações diretas em diversas áreas de investimento, já que o índice do dólar funciona como um termômetro da economia global. Um dólar globalmente mais forte é prejudicial para mercados emergentes, incluindo o Brasil. Assim, se o DXY aliviar, pode abrir espaço para a recuperação de ativos brasileiros, que estão extremamente depreciados.
Algumas possibilidades a considerar:
- Operações compradas em moedas do G7 contra o dólar:
Exemplos incluem pares como EUR/USD, AUD/USD, CAD/USD, NZD/USD e CHF/USD. Antes de investir, é interessante estudar as perspectivas econômicas de cada moeda, avaliando se os bancos centrais desses países estão elevando ou cortando juros. - Commodities:
Uma queda no DXY tende a beneficiar commodities, já que elas são cotadas em dólar. Entre as commodities industriais que podem se valorizar, destacam-se petróleo, minério de ferro e cobre. - Ouro e Bitcoin:
Caso o dólar perca força como reserva de valor, é possível que investidores migrem para alternativas como ouro e Bitcoin. Ambas podem se beneficiar desse cenário, especialmente se houver uma busca por proteção.