O Ibovespa encerrou em queda na sessão desta sexta-feira, descolando da semana positiva nos Estados Unidos, com o mercado aumentando aversão a risco em meio a notícias de possível atraso no anúncio de medidas fiscais do governo Lula, e após dados de inflação ao consumidor mais fortes do que o esperado no Brasil, que renovaram temores acerca de um estouro do teto da meta pelo Banco Central em 2024.
Enquanto monitoravam notícias relatando oposição de ministros a cortes de gastos, operadores tambem reagiram a uma série de resultados corporativos divulgados desde a noite de ontem, incluindo de Petrobras, Embraer, Magazine Luiza, Lojas Renner, Cogna, CPFL, Energisa, Rumo e outros.
O índice Bovespa terminou com queda de 1,43%, aos 127.829 pontos. O volume ficou em R$ 29,9 bilhões, acima da média de 50 pregões. Em termos semanais, o índice acumulou, leve queda de 0,23%, em descompasso significativo com índices acionários de Wall Street, que tiveram o melhor desempenho semanal em 2024, após a vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais desta semana.
Os vértices da curva de juros encerraram em alta de até 13 pontos-base, com ênfase na cauda longa, na esteira da incerteza fiscal e com o estresse ocasionado pela leitura altista do IPCA, dois dias após o Copom elevar a Selic em 50 pontos-base e deixar a porta aberta para dezembro.
O dólar à vista fechou com ganhos de 1,09% a R$5,7376. O índice Dólar DXY, que mede o desempenho deste ante outras moedas, operava ao fim da tarde em alta de 0,54%, aos 104,9 pontos.
O foco dos investidores segue em torno do fiscal, aguardando o anúncio do pacote de medidas de contenção de gastos, após uma série de reuniões entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com ministros ao longo da semana e hoje. As medidas mais “duras” sofrem resistência, e Lula foi aconselhado a não fazer o anúncio “em uma sexta à noite”, segundo matéria da Folha.
Investidores tambem reagiram à divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ganhou força e subiu 0,56% em outubro, acima do consenso de mercado, de 0,54%, e ante alta de 0,44% em setembro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pressionado pelos preços de energia elétrica e carnes.
Diante da segunda aceleração mensal consecutiva, o IPCA acumula alta de 4,76% nos últimos 12 meses, acima da meta de 3% para este ano e até do limite superior da meta, de 4,5%. A alta registrada no mês passado, na base sequencial, é a segunda maior deste ano, atrás apenas do avanço de 0,83% registrado em fevereiro.
O Copom já havia elevado projeção para o IPCA ao fim deste ano, a 4,6%, ante 4,3% reportados em setembro, enquanto a mais recente mediana de projeções para a Focus, ao fim deste ano, avançou a 4,59% na segunda-feira, ante 4,55%, possivelmente refletindo preços de alimentos mais altos.
No âmbito corporativo, as ações da Petrobras subiram após do balanço do terceiro trimestre acima do previsto e proventos acima do esperado. Em conferência com analistas, o CFO, Fernando Melgarejo, afirmou que a companhia tomará a decisão sobre dividendos extraordinários em conjunto com o planejamento estratégico, a ser anunciado em 21 de novembro.
No mercado de commodities, os futuros do Brent operavam em queda de 2,16%, a US$74,0 por barril, no final do dia, à medida que preocupações com a oferta devido a um furacão no Golfo do México, nos Estados Unidos, diminuíram, enquanto os últimos pacotes de estímulo econômico da China não agradaram o mercado.
O novo pacote de estímulos da China foi visto como insuficiente, com anúncio de programa de até 10 trilhões de iuans para refinanciar a dívida de governos locais, como parte de medidas de apoio político para estimular o crescimento econômico enfraquecido na região. Investidores aguardaram por estímulos econômicos voltados ao consumo, sob perspectivas de um pacote robusto dada a vitória de Trump, e as ameaças de imposição de tarifas de até 60% sobre produtos chineses pelos EUA.
Os contratos futuros de minério de ferro caíram 1,65%, na madrugada em Dalian, com investidores adotando postura cautelosa em meio à queda contínua da demanda e a frustração com os anúncios chineses.
As bolsas fecharam em alta, com o Dow Jones e o S&P500 registrando a melhor performance semanal desde outubro de 2023, após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA, com destaque para o S&P500, que atingiu pela primeira vez o patamar dos 6.000 pontos, com operadores favorecendo leitura de corte de tributos por Trump para companhias, o que pode impulsionar lucros.
Os índices Dow Jones, S&P500 e o Nasdaq 100 encerraram com ganhos de 0,59%, 0,38% e 0,07%, respectivamente. Em termos semanais os índices avançaram 4,61%, 4,66% e 5,41%, na mesma ordem.
As Treasuries yields de dois anos avançaram 4,8 pbs, a 4,252%, e as de dez anos recuaram 2,8 pbs, a 4,30%, na sequência. As Treasuries yields de trinta anos, sensíveis à política fiscal do governo Trump, encerraram em queda de 7,0 pontos-base, a 4,462. Na véspera, o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que o banco central tem observado o avanço das yields, embora o movimento pareça estar mais relacionado a expectativas de crescimento econômico ante perspectivas inflacionárias.
Entre as ações, destaque para a Tesla, que atingiu capitalização de mercado superior a US$1,0 trilhão no início da tarde desta sexta-feira, maior patamar desde 2022, com os papéis da montadora elétrica surfando com a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais desta semana, em meio ao papel-chave que o bilionário Elon Musk desempenhou na campanha do republicano, e possível função a ser ocupada na Casa Branca na comissão de eficiência governamental. Os papéis avançaram 8,19%, a US$321,22.
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Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
01/11/2024 | -1,23% | 128.120,75 | R$ 21,6 bilhões |
04/11/2024 | 1,87% | 130.514,79 | R$ 19,3 bilhões |
05/11/2024 | 0,11% | 130.660,75 | R$ 19,3 bilhões |
06/11/2024 | -0,24% | 130.340,92 | R$ 24,2 bilhões |
07/11/2024 | -0,51% | 129.681,70 | R$ 22,30 bilhões |
08/11/2024 | -1,43% | 127.829,80 | R$ 29,9 bilhões |
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
Alpargatas (ALPA4)
A Alpargatas reportou lucro líquido de R$ 57,3 milhões, uma variação positiva significativa em relação ao mesmo período do ano anterior, quando registrou um prejuízo líquido de R$ 8,5 milhões. Esse resultado foi influenciado por melhorias na estrutura de capital da companhia e pela redução de custos operacionais. Saiba mais…
Alupar (ALUP11)
A transmissora de energia Alupar registrou lucro líquido regulatório de R$ 182,9 milhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 11,9% em comparação com igual período do ano passado. Saiba mais…
Assaí (ASAI3)
O Assaí apresentou lucro líquido de R$ 156 milhões no terceiro trimestre de 2024, uma queda de 15,7% em comparação com o mesmo período de 2023. Saiba mais…
Banco Bmg (BMGB4)
O Bmg teve lucro líquido recorrente de R$ 116 milhões no terceiro trimestre, alta de 62,4% em relação ao desempenho reportado em igual período do ano anterior. Saiba mais…
Caixa Seguridade (CXSE3)
A Caixa Seguridade registrou lucro líquido contábil de R$ 1,1 bilhão no terceiro trimestre, crescimento de 11,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Saiba mais…
Cogna (COGN3)
A Cogna apresentou R$ 32,8 milhões de lucro líquido ajustado no 3T24, revertendo prejuízo no terceiro trimestre de 2023. Sem ajustes, a companhia teve prejuízo líquido de R$ 29,1 milhões no terceiro trimestre, bem menor do que a perda apurada um ano antes, de R$ 102,6 milhões. Saiba mais…
CPFL (CPFE3)
A CPFL Energia apurou um lucro líquido de R$ 1,33 bilhão no terceiro trimestre, cifra que representa um crescimento de 1,5% em relação ao registrado em igual período do ano passado. Saiba mais…
Ecorodovias (ECOR3)
A Ecorodovias divulgou os resultados financeiros do terceiro trimestre de 2024, reportando um lucro líquido de R$ 262,5 milhões para os acionistas controladores, uma variação positiva de 19,9% em relação aos R$ 219 milhões do mesmo período do ano anterior. Esse resultado foi influenciado principalmente pelo aumento do Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado. Saiba mais…
Embraer (EMBR3)
A Embraer teve lucro líquido ajustado de R$ 1,176 bilhão no terceiro trimestre de 2024 (3T24). Esse valor corresponde à alta de 604,3% em relação ao 3T23. Saiba mais…
Fleury (FLRY3)
O Fleury registrou lucro líquido de R$ 190,7 milhões no terceiro trimestre de 2024, alta de 9,5% em comparação com os R$ 174,2 milhões registrados no mesmo período de 2023. O resultado considera a combinação de negócios com o Instituto Hermes Pardini em maio do ano passado. Saiba mais…
GPA (PCAR3)
O Conselho de Administração do GPA aprovou a realização de sua 20ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em 3 séries, no montante de até R$ 1,390 bilhão. Saiba mais…
Lojas Renner (LREN3)
A Lojas Renner apresentou lucro líquido de R$ 255,3 milhões no terceiro trimestre de 2024, alta de 47,7% ante o mesmo período de 2023. Saiba mais…
LWSA (LWSA3)
A LWSA reportou lucro líquido de R$ 16,9 milhões, uma variação positiva de aproximadamente 336% em relação ao mesmo período do ano anterior. Saiba mais…
Magazine Luiza (MGLU3)
O Magazine Luiza voltou ao lucro líquido no terceiro trimestre, quando o montante atingiu R$ 102,4 milhões comparado ao prejuízo líquido de R$ 498,3 milhões no ano anterior. Ao se considerar o valor ajustado (desconta os efeitos não recorrentes), a perda de R$ 143,3 milhões virou lucro de R$ 70,2 milhões. Saiba mais…
Movida (MOVI3)
A locadora de automóveis Movida fechou o terceiro trimestre com um lucro líquido de R$ 78,2 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 65,7 milhões de um ano antes. Saiba mais…
Petrorecôncavo (RECV3)
A PetroReconcavo divulgou os resultados financeiros do terceiro trimestre de 2024, reportando um lucro líquido de R$ 159 milhões, uma alta de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Saiba mais…
Petrobras (PETR3/PETR4)
A Petrobras fechou o terceiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 32,5 bilhões, alta de 22,3% ante o mesmo período de 2023. Saiba mais…
Vivara (VIVA3)
A Vivara reportou lucro líquido de R$ 107,2 milhões, uma variação positiva de 40,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. Saiba mais…
Rumo (RAIL3)
A Rumo reportou lucro líquido ajustado de R$ 794 milhões no terceiro trimestre de 2024. O melhor resultado trimestral na história da companhia representa alta de 64,5% ante o mesmo período do ano passado. No critério não ajustado, a cifra cresceu 41,6%, para R$ 684 milhões. Saiba mais…
Sanepar (SAPR11)
A Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar reportou lucro líquido de R$ 377,5 milhões no 3T24, queda de 4,9% em relação ao mesmo período de 2023. Saiba mais…
Yduqs (YDUQ3)
A Yduqs registrou lucro líquido de R$ 151,9 milhões no terceiro trimestre de 2024, alta de 62,7% na comparação com o mesmo período de 2023. No critério ajustado, somou R$ 188,5 milhões, aumento de 52,9%. Saiba mais…
Zamp (ZAMP3)
A Zamp reduziu seu prejuízo líquido em 14% no terceiro trimestre de 2024, totalizando R$ 32,5 milhões, em comparação com o prejuízo de R$ 38,5 milhões registrado no mesmo período do ano passado. Saiba mais…
(Com informações da TCMover e Momento B3)