Ibovespa sobe 0,85%, após falas dos presidentes da Câmara e do Senado sobre o pacote de contenção de gastos e minimizando debates sobre a ampliação da isenção do IR

O Ibovespa acelerou os ganhos na reta final da sessão desta sexta-feira, interrompendo uma sequência de duas baixas consecutivas, mas longe de recuperar as perdas dos pregões anteriores, com operadores favorecendo, ainda que minimamente, falas dos presidentes da Câmara e do Senado acerca da votação do pacote de contenção de gastos, e minimizando, por ora, discussões acerca da extensão da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR).

O índice Bovespa terminou com alta de 0,85%, aos 125.667 pontos, embora acumulando queda semanal de 2,68%, e mensal de 3,12%, no pior desempenho na base mensal desde janeiro, após o pacote de contenção de gastos, anunciado na véspera, mostrar-se insuficiente, sob ótica do mercado, para compromisso com os gastos.

O volume do Ibovespa ficou em R$ 33,8 bilhões, acima da média de 50 pregões. Os mercados acionários norte-americanos tiveram sessão encurtada, devido à Black Friday.

Os vértices da curva de juros encerraram mistos, com os curtos subindo até 5 pontos-base, enquanto os longos recuaram até 6,0 pontos-base. O dólar à vista fechou em queda de 0,24%, a R$6,0011 embora na semana o real tenha acumulado a pior performance ante a moeda norte-americana em uma cesta de 23 divisas. No mês, o real tinha a terceira pior performance, de acordo com dados da Mover.

O índice Dólar DXY, que mede o desempenho deste ante outras moedas, operava ao fim da tarde em queda de 0,37%, aos 105,7 pontos. Ao fim da tarde, o dólar futuro tinha queda de 0,60%, a R$6,003, arrefecendo movimento ante máximas de mais cedo.

Os presidentes da Câmara e Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, respectivamente, endossaram, em mensagens separadas, apoio ao plano de contenção de gastos, em uma medida vista por operadores com o objetivo de amenizar os impactos de abertura dos juros futuros e escalada do dólar futuro ao longo da semana.

“Toda medida de corte de gastos que se faça necessária para o ajuste das contas públicas contará com todo esforço, celeridade e boa vontade da Casa”, afirmou Lira, em publicação no “X”. Já o presidente do Senado afirmou, em comunicado, que a reforma do Imposto de Renda só irá ocorrer “se houver condições fiscais” – movimentos estes que amenizaram trajetória do real.

Em evento na Febraban, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que o conjunto de medidas apresentado pelo governo não é o “gran finale”, e que pode ter de discutir temas como previdência e benefício de prestação continuada (BPC) novamente no futuro. Em sua visão, ao explicar os planos fiscais, o governo vai reancorar o câmbio, e pode haver envio de mais medidas, se necessário.

O diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo – também presente no evento – afirmou ter discutido com o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, o cenário do mercado de câmbio, embora tenha endossado que a autoridade monetária só faz atuações em caso de disfuncionalidade.

“A gestão dessa política é feita de maneira bastante democrática. Estava vindo no carro, estava falando com o Roberto, trocando ideia com Roberto sobre o tema, estamos sempre acompanhando. Banco Central está sempre acompanhando para entender se há algum tipo de disfuncionalidade, mas como eu disse, BC não mira qualquer tipo de nível de câmbio, não visa defender. Ele atua quando observa haver algum tipo de disfuncionalidade no mercado.”

Na esteira de relatórios de instituições estrangeiras demonstrando pessimismo com o Brasil, hoje foi a vez do banco suíço Julius Baer, que rebaixou a recomendação das ações do Brasil de “compra” para “neutro”, mencionando uma “corrosão de credibilidade fiscal”.

De acordo com os analistas do Julius Baer, além das incertezas em torno do fiscal, a decisão de rebaixar as ações é justificada pelas “taxas de juros mais altas por mais tempo em 2025, e a falta de catalisadores otimistas”. Mais cedo, em relatório, o Morgan Stanley pontuou que o pacote apresentado não é suficiente para estabilizar a dívida pública bruta.

No mercado de commodities, os futuros do Brent para entrega em janeiro de 2025 recuavam ao fim do dia 0,24%, a US$72,13 por barril, em uma sessão marcada pelas incertezas em torno de potencial adiamento de aumento da produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+), e também sob questionamentos acerca da viabilidade do acordo de cessar-fogo entre Hezbollah e Israel.

Em relatório a clientes, analistas de energia do Goldman Sachs avaliaram, na véspera, que uma das políticas defendidas pelo próximo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, de extração adicional de 3,0 milhões de barris de petróleo por dia como “alcançável” se a extração incluir gás natural e gás natural liquefeito.

O minério de ferro avançou 1,4% na última madrugada na bolsa chinesa de Dalian, e encerrou a semana no positivo impulsionado por notícias de que as siderúrgicas chinesas estão acelerando a produção para antecipar as exportações, com temores por um acirramento nas tensões comerciais em 2025.

As bolsas em Wall Street fecharam em alta, em uma sessão encurtada, com os índices S&P500 e Dow Jones registrando o melhor desempenho mensal no ano – na esteira das eleições norte-americanas – enquanto papéis de varejistas, como Walmart e Target, subiram na sessão, com operadores monitorando dados de vendas a Black Friday.

Os índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 fecharam em altas de 0,42%, 0,56% e 0,88%, respectivamente. Os índices acumularam ganhos mensais de 7,54%, 5,73% e 5,31%, na mesma sequência, no melhor desempenho mensal para o Dow Jones e S&P500 desde novembro de 2023. O Nasdaq 100 teve o melhor desempenho desde junho.

As Treasuries yields de dois e dez anos recuaram 6,2 pbs e 7,0 pbs, a 4,163% e 4,180%, respectivamente. Nos mercados acionários, os papéis de Walmart e Target subiram 0,67% e 1,62%, respectivamente. De acordo com a Bloomberg, os índices norte-americanos preparam-se para continuar, ao longo de 2025, com o cenário de dominância na atração de investimentos.

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   A companhia aérea Gol informou que irá solicitar ao Bankruptcy Court for the Southern District of New York, no âmbito do seu procedimento de Chapter 11 em curso, autorização para celebrar um termo de transação individual com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e a Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB). Saiba mais…

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   O conselho de administração da Ultrapar aprovou um programa de recompra de ações de sua emissão. Saiba mais…

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   A Vale aprovou alteração na composição do Comitê de Auditoria e Riscos da Vale. Saiba mais…

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   A Yduqs informou que, a Secretaria de Regulação e Supervisão de Educação Superior (SERES) do MEC autoriza a expansão de 100 vagas anuais adicionais para o curso de graduação de Medicina ofertado pelo Centro Universitário Estácio do Ceará, no município de Iguatu-CE, em operação no âmbito do programa Mais Médicos. Saiba mais…

   

   (Com informações da TCMover e Momento B3)