O JPMorgan elevou a recomendação para a ação da Blau, empresa farmacêutica focada em produtos de alta complexidade e biológicos, de venda para neutro, com preço-alvo de R$ 17 para dezembro de 2025, ante R$ 11 para dezembro de 2024. Às 11h35 (horário de Brasília), a ação subia 2,77%, cotada a R$ 16,33.
A alteração foi motivada por uma perspectiva de curto prazo mais positiva, com um ambiente de preços mais favorável, recuperação de volumes e melhora na estrutura de capital de giro, com redução contínua de estoques, o que alivia as fortes pressões sobre o fluxo de caixa livre (FCF) vistas no ano passado.
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Além disso, segundo JPMorgan, as vendas de Epoetina Alfa contratadas pelo governo (R$ 170 milhões) devem continuar a apoiar o crescimento da receita, junto com a expansão de novos lançamentos como Bergamo e maior participação do segmento de estética. “A empresa também alterou sua estratégia para a imunoglobulina (Ig), focando agora no mercado privado em vez do público, onde, segundo a administração, os preços eram pouco atrativos”, diz o relatório.
Com base nessas perspectivas, a equipe de research do banco vê a Blau (BOV:BLAU3) como uma potencial geradora de crescimento sólido, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de cinco anos de 19% para a receita e 22% para o EPS.
Por outro lado, com a empresa negociando a 9 vezes o Preço (P)/ Lucro (L) estimado para 2025, analistas não enxergam muito potencial de valorização neste momento, considerando os riscos de execução do crescimento, o histórico de entrega volátil e a baixa liquidez das ações.
Olhando para o futuro, os analistas destacam que a Blau possui uma orientação de pipeline com mais de 50 produtos a serem lançados até 2032, visando um mercado de R$ 13 bilhões.
Isso se somaria ao mercado total endereçável (TAM) atual de R$ 10,4 bilhões, onde a empresa possui cerca de 23% de participação de mercado. Nesse contexto, o pipeline da Blau pode ser dividido em duas partes: 1) produtos sintéticos (2024-2027) e 2) anticorpos monoclonais (a partir de 2028).
Dada a complexidade no desenvolvimento desses produtos, existem riscos de execução relevantes. No caso-base, o banco ajustou as entregas conforme uma curva de risco. Com isso, o TAM incremental seria de aproximadamente R$ 8,7 bilhões ajustado pela curva de risco, o que, assumindo uma participação de mercado terminal de 20% para os produtos, define o valor justo em R$ 17/ação.