A Marisa Lojas encerrou o terceiro trimestre de 2024 com prejuízo líquido de R$ 71,2 milhões, resultado 63,7% melhor do que o registrado no mesmo intervalo do ano passado.
Segundo a varejista, o resultado operacional foi influenciado pelo aumento das vendas, em função do reposicionamento do negócio, “assertividade das coleções” e adensamento dos estoques em lojas.
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O Ebitda totalizou R$ 35,1 milhões entre julho e setembro, alta de 162,8% ante o reportado um ano antes. Enquanto isso, a margem Ebitda foi de 10%, aumento em relação à margem registrada no mesmo período de 2023 (-24,7%).
Já a receita líquida somou R$ 349,8 milhões, o que representa um avanço de 54,8% ante mesmo período do ano passado.
De acordo com a varejista, o resultado foi impulsionado pelo aumento no volume de vendas, combinado ao realinhamento de preços dos produtos.
Reposicionamento
A Marisa adotou, nos últimos meses, um novo modelo de previsão de demanda e abastecimento, o que permitiu um desenho mais adequado na estratégia de reposicionamento e construção das coleções, resultando em maior aceitação pelos clientes, com maior velocidade nas vendas e margens.
A empresa, segundo o executivo, também entendeu que, embora seu principal público seja o feminino, os segmentos masculino e infantil eram muito pouco explorados. Com isso, começou a acelerar essa aposta, com os primeiros resultados mostrando números positivos.
“A Marisa é uma marca onde a mulher é a protagonista, mas é uma marca para a família. Então, podemos explorar muito mais isso (…) Há alavancas importantes de crescimento com infantil, masculino e acessórios que estamos explorando mais e que não eram tão exploradas no passado”, afirmou Garcia.
O nível de estoque saltou para 17,5 milhões de peças, comparado a 7,9 milhões um ano antes e 10,4 milhões no segundo trimestre de 2024, refletindo o trabalho da empresa de recomposição conforme planejado, com sortimento adequado e melhor giro.
A melhora nos estoques teve apoio no aporte de R$ 623 milhões por meio de aumento de capital privado homologado no trimestre, com a emissão de cerca de 444,9 milhões de ações a R$ 1,40 cada, que contou com uma participação relevante dos acionistas controladores da varejista, a família Goldfarb.
Renegociações
O balanço também mostrou uma queda de 15,6% nas despesas com vendas, gerais e administrativas, totalizando R$ 127,7 milhões, ou 36,5% da receita, em comparação a 66,9% um ano antes.
“Trabalharemos fortemente para melhorar ainda mais nossas receitas e renegociar todos os contratos, buscando um SG&A ainda mais eficiente do que já conseguimos”, afirmou a companhia, citando que essa linha do balanço ainda está acima do patamar que a empresa considera adequado.
Outra mudança destacada pelo CEO foi o reposicionamento da comunicação, com a repaginação das lojas, que agora têm uma frente mais agressiva em termos de preço, ofertas na vitrine e uma proposta que se comunica mais com o público-alvo da companhia.
A empresa também busca aumentar a base de cartões Marisa, onde tem um ticket médio maior, além de uma maior frequência de compras dos clientes da rede. No final do terceiro trimestre, a base ativa somava 823,4 mil, em comparação a 614,7 mil no segundo trimestre.
A Marisa, que encerrou setembro com uma rede de 235 lojas, visa crescer nas vendas digitais, mas continua dando maior relevância às unidades físicas. Segundo o CEO, a empresa quer começar a olhar para a expansão a partir de 2026. “Mas é um tema muito novo ainda; vamos passar por 2025 para poder olhar para a frente.”
A empresa encerrou setembro com uma dívida líquida 80% menor que o registrado há um ano, somando R$ 135,1 milhões.
A redução do endividamento foi atribuída à conclusão da operação de aumento privado de capital e quitação de determinadas dívidas no mês de julho deste ano. O fluxo de caixa encerrou o período negativo em R$ 63,2 milhões.
Os resultados da Marisa Lojas (BOV:AMAR3) referentes às suas operações do terceiro trimestre de 2024 foram divulgados no dia 12/11/2024.