As petroleiras juniores PRIO, PetroRecôncavo e Brava Energia, cujas ações acumulam quedas expressivas ao longo do ano, divulgam seus balanços corporativos nos próximos dias. Mas o que esperar dos números do terceiro trimestre?
A XP Investimentos espera que o declínio no preço médio do Brent durante o trimestre tenha um impacto negativo nos resultados em dólares. Entretanto, isso deve ser amplamente compensado pela valorização do dólar perante o real.
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Por outro lado, a corretora pontua que o principal impulsionador do desempenho seja decorrente de fatores específicos de cada empresa.
A Brava (BOV:BRAV3), por exemplo, enfrentou desafios operacionais devido à interrupção da produção em Papa-Terra e à redução da produção em Atlanta, à medida que eram feitos os preparativos para a transição do FPSO Petrojarl para o FPSO Atlanta.
Já a produção da PRIO (BOV:PRIO3) permaneceu abaixo de seu potencial, com alguns poços ainda fechados, aguardando atividades de workover.
O Itaú BBA também destaca que o ambiente para as petrolíferas jrs piorou no trimestre, com um preço médio do petróleo de US$ 79 por barril, uma retração de 8% em relação ao trimestre anterior.
Durante este trimestre, segundo o BBI, a maioria das empresas enfrentou desafios operacionais, compensando o efeito bem-vindo de uma taxa de câmbio depreciada, que deve resultar em números de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) mais baixos na base trimestral para todas as empresas.
Entre elas, o BBA prefere a PetroReconcavo (BOV:RECV3) nesta temporada, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 30, devido à melhoria antecipada no desempenho operacional e ao potencial de fortes rendimentos de dividendos no curto prazo.
O Itaú BBA também tem recomendação de compra para PRIO e Brava Energia, com preço-alvo de, respectivamente, R$ 71 e R$ 47.
PRIO (PRIO3)
O Bradesco BBI projeta que o Ebitda atinja US$ 334 milhões, um recuo de 40% na comparação trimestre a trimestre, principalmente como reflexo de menores vendas, que somaram 6,5 milhões de barris, contra 8,6 milhões no trimestre anterior e, também menor preço realizado do petróleo e custos não recorrentes relacionados à interrupção do fornecimento de gás da TBMT para geração de energia.
Para o resultado final, o BBI prevê lucro líquido de US$ 134 milhões no 3T24 ante US$ 267 milhões em conjunto com a depreciação sequencial do Ebitda.
A petrolífera divulgará seus resultados nesta terça-feira (5), após o fechamento de mercado.
Brava Energia (BRAV3)
De acordo com cálculos do BBI, o Ebitda deve atingir a cifra de R$ 748 milhões, uma queda trimestral de 35%, afetado por: (1) menores preços médios do Brent; (2) produção 16% menor, principalmente devido a paradas nos campos de Papa-Terra e Atlanta durante o trimestre; (3) custos relacionados à parada de manutenção e menor diluição de custos fixos nos FPSOs.
Enquanto isso, o lucro líquido previsto é de R$ 33 milhões, contra prejuízo de R$ 582 milhões, pois o trimestre anterior foi profundamente afetado pela variação cambial relacionada à depreciação do câmbio.
A Brava vai reportar seus números trimestrais no dia 13 de novembro, após o fechamento de mercado.
PetroRecôncavo (RECV3)
Para PetroRecôncavo, que divulgará resultados na próxima quinta-feira (7), a previsão é queda de 9% do Ebitda na base trimestral para R$ 409 milhões em função dos preços mais baixos do Brent, produção estável e maiores despesas relacionadas à segurança.
Já resultado final, o BBI espera R$ 154 milhões em lucro líquido. Além disso, projeta que o destaque positivo seja a geração de fluxo de caixa livre, que deve ficar em torno de R$ 180 a 200 milhões, o que implica um rendimento de fluxo de caixa livre anualizado de 14 a 16% com base no valor de mercado atual.