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Ibovespa cai 0,84%, com presidente Lula redobrando aposta contra o BC, ao criticar o nível atual de juros, reforçando a crise de confiança entre investidores

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O Ibovespa encerrou em firme queda o pregão desta segunda-feira, acelerando as perdas na reta final, enquanto o dólar futuro renovou máxima histórica intradiária, mesmo após intervenção do Banco Central, e os vértices da curva de juros dispararam, subindo mais de 60 pontos-base nas máximas intradiárias, com o presidente Lula redobrando aposta contra o BC, ao criticar o nível atual de juros em entrevista ao “Fantástico”, alimentando uma contínua crise de confiança entre investidores.

Os juros futuros encerraram a sessão regular em alta de até 46,5 pontos-base, após os futuros para janeiro de 2029 dispararem 65,5 pontos-base na sessão, entrando em leilão, na esteira de declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, a respeito de potencial taxação contra o Brasil, em um pregão com leitura significativamente negativa para os mercados locais.

O Ibovespa encerrou em queda de 0,84%, aos 123.560 pontos, com volume diário de R$16,5 bilhões. As units do BTG Pactual tiveram recuo significativo, no menor nível de fechamento desde outubro de 2023. Na ponta contrária, as ordinárias de GPA foram destaque de alta, após gestora REAG montar posição de quase 10% na companhia, alimentando rumores sobre potencial aquisição do grupo.

Do lado da política, além das falas de Lula, pesaram sobre o mercado preocupações com o avanço do pacote de gastos no Congresso. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que Lula tem feito apelos contra uma “desidratação” das medidas por parlamentares, e assegurou que o presidente da Câmara, Arthur Lira, está comprometido em votar as propostas de ajuste fiscal.

O dólar futuro operava ao fim do dia em alta de 1,72%, a R$6,152, após BC lançar mão de dois leilões – um à vista e um de linha. Banco Central aceitou 18 propostas no leilão à vista de dólares hoje, entre 9h35 e 9h40, totalizando US$1,63 bilhão, com taxa de corte em 6,0400, no maior certame desde março de 2020.

É a segunda intervenção do BC, via leilão à vista, desde sexta-feira, quando aceitou US$845 milhões. O Banco Central também realizou, na manhã desta segunda-feira, leilão de linha, aceitando seis propostas no valor de US$3,0 bilhões.

“Parece que o BC está começando a criar um padrão, embora não tenha definido como um programa de intervenção. Você percebe que demanda há (por dólares). Caso o BC anuncie, no fim do dia, mais um leilão de linha, e amanhã anuncie mais um leilão à vista, que acho que ele vai fazer, vai estar decretando um programa de venda de dólares, embora não tenha anunciado”, especulou o contribuidor do TC, Alex Martins.

Na visão de Martins, ainda que os futuros do dólar tenham revertido movimento de queda pós-leilão, os anúncios do BC devem ser vistos como certames para suprir uma liquidez bastante reduzida. “Na cotação, o intuito do BC não é controlar preço, não é deixar uma flutuação suja”, explicou, citando o número de propostas aceitas no leilão à vista de mais cedo, de 18, denotando a forte demanda pela divisa.

“Tem que tomar um certo cuidado com a cabeça de que o BC possa estar fazendo leilão para segurar preço da moeda. Não é essa a impressão que eu tenho, principalmente pela liquidez. Se há uma disfuncionalidade, no mercado de câmbio, hoje, é em relação à liquidez, não sobre preço e balanço de riscos”, complementou.

Mais cedo, o JPMorgan rebaixou a recomendação para bonds em dólar do Brasil a “neutro”, ante “compra”, dado estresse fiscal observado nos mercados, com foco na pressão fiscal. O banco diz, também, que não esperava o “impasse” vivenciado nos mercados locais desde a apresentação o pacote de contenção de gastos, ao fim de novembro. O JPMorgan substituiu a recomendação de compra em bonds do Brasil para bonds da África do Sul.

No front político, líderes congressistas alertaram ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que ele terá de “entrar em campo” para evitar uma desidratação do pacote fiscal, segundo fontes disseram ao Broadcast. Segundo essas fontes, a Fazenda não descarta o envio de propostas adicionais de ajuste, mas isso só ocorreria depois da aprovação das medidas enviadas.

Também de acordo com o Broadcast, Haddad indicou internamente que este é um momento de turbulência “atípico”, com “ação orquestrada” por parte de alguns agentes do mercado, com viés político, que contaminariam a análise técnica. Na visão de Haddad, segundo essas fontes, o “pior momento vai passar”, e “é preciso acreditar na eficácia de medidas apresentadas” para recuperação da confiança.

Nos mercados acionários, os principais detratores do Ibovespa foram as UNITS de BTG Pactual, PN de Itaú e ON de Localiza, que recuaram 4,31%, 1,09% e 4,72% respectivamente.

Já as maiores quedas percentuais do índice foram as ON de Vamos, Assaí e Magazine Luiza, que perderam 8,45%, 6,09% e 5,37%, respectivamente.

Em Wall Street, os principais índices acionários encerraram mistos, com S&P500 e Nasdaq 100 avançando – este último renovando máxima de fechamento – à medida que investidores aguardam decisão de juros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), com corte de 25 pontos-base amplamente precificado. Operadores também aguardam falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre trajetória da política monetária.

Os índices S&P500 e Nasdaq avançaram 0,38% e 1,45%, respectivamente. O Dow Jones encerrou em queda de 0,25%. Ao fim do dia, as Treasuries yields de dois e dez anos operavam estáveis, a 4,247% e 4,395%, respectivamente.

Nos EUA, o sentimento dos investidores conservava-se positivo, com o amplamente precificado corte de 25 pontos-base da taxa-alvo Fed Funds, na quarta-feira, sendo visto como catalisador positivo para continuidade do rali acionário neste mês. Na China, operadores monitoraram dados abaixo do consenso para vendas no varejo, na base anual, em novembro.

No mercado de commodities, os futuros do petróleo Brent para entrega em fevereiro de 2025 recuavam 0,95%, a US$73,78 por barril, com dados econômicos da China reforçando preocupações em torno de uma demanda enfraquecida pelo maior importador da commodity. As vendas no varejo da China avançaram 3,0% em novembro, na leitura anual, bem abaixo do consenso, de alta de 4,6%.

Já os futuros do minério de ferro para entrega em janeiro – contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), da China – encerraram a madrugada em alta de 0,5%, a US$110,23 a tonelada, com dados industriais fracos da China mantendo esperança, por operadores, de que Pequim intensifique estímulos ao consumo, sob temores de nova imposição de tarifas pelos EUA ante China.

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Data Variação Pontuação Volume Financeiro
02/12/2024 -0,34% 125.235,54 R$ 24,4 bilhões
 03/12/2024  0,72% 126.139,20 R$ 21,7 bilhões
04/12/2024 -0,04% 126.087,02 R$ 22,0 bilhões
05/12/2024 1,40% 127.857,58 R$ 22,9 bilhões
06/12/2024 -1,50%  125.945,67 R$ 23,3 bilhões
09/12/2024 1,00% 127.210,19 R$ 21,3 bilhões
10/12/2024 0,80% 128.228,49 R$ 19 bilhões
11/12/2024 1,06%  129.593,31  R$ 28,9 bilhões
12/12/2024 -2,74% 126.042,21 R$ 26,8 bilhões
13/12/2024  1,13%  124.612,22 R$ 22,7 bilhões
16/12/2024 -0,84% 123.560,06 R$ 22,7 bilhões

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

  1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

    Automob (AMOB3)

    A Automob, nova empresa do grupo Simpar, faz sua estreia na B3 nesta segunda-feira (16), marcando a conclusão de um processo de reorganização societária anunciado em setembro passado pela holding que controla marcas como JSL, Movida e Vamos. Por volta das 11h45, as ações negociavam em forte alta de 221,85%, a R$ 0,54. Saiba mais…

    B3 (B3SA3)

    A B3 previu desembolsos totais no próximo ano superiores em relação ao projetado para 2024. Saiba mais…

    A B3 anunciou um novo programa para recomprar até 380 milhões de ações ON. Saiba mais…

    CCR (CCRO3)

    A CCR fechou acordo com a Invepar para comprar a participação detida pela Invepar no VLT Carioca. Saiba mais…

    Embraer (EMBR3)

    O Conselho de Ministros de Portugal aprovou a compra de 12 aeronaves A-29N Super Tucano da Embraer, no valor aproximado de 200 milhões de euros. Saiba mais…

    GPA (PCAR3)

    Após uma alta de 4,87% na última sexta-feira (13), as ações do varejista GPA, controlador da rede Pão de Açúcar, voltaram a registrar forte valorização nesta segunda-feira (16). O movimento ocorre em meio a notícias de que o empresário brasileiro Nelson Tanure teria adquirido 9% da companhia, enquanto aguarda aprovação para a compra da rede Dia, atualmente controlada pelo fundo de investimento Lyra II. Saiba mais…

    Kora Saúde (KRSA3)

    A HIG Capital, controladora da Kora Saúde, protocolou uma nova oferta pública de aquisição (OPA) de ações da rede hospitalar, pouco mais de três anos depois da listagem. Saiba mais…

    RD Saúde (RADL3)

    A RD Saúde, antiga Raia Drogasil, aprovou a eleição de Renato Raduan para o cargo de diretor presidente da companhia, que assumirá a função a partir de 1º de janeiro de 2025. A escolha do nome já havia sido mencionada em agosto pela companhia. Saiba mais…

    Rede D’or (RDOR3)

    A Rede D’Or São Luiz informa o encerramento do 1º Programa de Recompra de Ações de Emissão da Companhia, tendo em vista a aquisição da totalidade das ações objeto do 1º Programa de Recompra. Saiba mais…

    Sabesp (SBSP3)

    A Sabesp informou que ainda não foi notificada da liminar que suspendeu a rescisão do contrato de demanda firme com um grande consumidor. Saiba mais…

    Suzano (SUZB3)

    A Suzano divulgou que seu conselho de administração aprovou alterações na vice-presidência executiva. Saiba mais…

    Ultrapar (UGPA3)

    O conselho de administração da Ultrapar Participações deliberou pelo início do processo de transição do cargo de diretor presidente da Ultrapar. O processo de transição tem previsão de conclusão em abril de 2025, após a realização da assembleia geral ordinária da companhia (AGO). Saiba mais…

    Westwing (WEST3)

    A Westwing aprovou o grupamento da totalidade das atuais 111.093.486 ações ordinárias de emissão da Companhia, na proporção de 10 ações ordinárias para formar 1 nova ação ordinária, todas nominativas, escriturais e sem valor nominal, sem alteração do capital social. Saiba mais…

    (Com informações da TCMover e Momento B3)

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