O Ibovespa encerrou em queda o pregão desta sexta-feira, perdendo patamar dos 125 mil pontos, com vértices da curva de juros avançando mais de 50 pontos-base no pós-mercado, e dólar futuro mantendo firme trajetória de alta, mesmo após BC ter aceitado US$845 milhões em leilão de dólar à vista, anunciado com o mercado aberto, minutos após futuros da moeda americana testarem máximas com vídeo de Lula andando no hospital.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em alta de até 43,5 pontos-base, e na sessão estendida, os vértices intermediários, com vencimento em janeiro de 2029, subiram mais de 50 pontos-base, em dinâmica semelhante à da véspera, quando o aperto monetário de 100 pontos-base implementado pelo Copom, com guidance de mais duas altas de mesma magnitude, não contribuiu para o fechamento dos vértices longos, conforme imaginado inicialmente por operadores.
Já o Ibovespa encerrou com queda de 1,13%, aos 124.612 pontos, em sessão na qual o volume diário foi de R$17,1 bilhões. Na semana, marcada pela internação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e preocupações com o avanço do pacote de gastos no Congresso, o Ibovespa acumulou perda de 1,06%.
O dólar futuro operava ao fim do dia em alta de 1,33%, a R$6,066, próximo da máxima intradiária, de R$6,085, tocada às 14h37, minutos após Lula gravar vídeo no hospital se dizendo “firme e forte”. O presidente também disse estar pronto para retornar ao trabalho “em breve”. “É a realidade. Ele posta um vídeo bem e os DIs disparam, dólar bate máxima”, disse um operador à Mover.
Minutos após o vídeo, o BC anunciou intervenção no câmbio via leilão à vista, na primeira operação do tipo, com mercado aberto, desde abril de 2022. O BC vendeu US$845 milhões no leilão, tendo aceitado nove propostas, com uma taxa de corte de 6,0200, de acordo com comunicado reportado pelo sistema BC Correio.
É difícil atribuir se o movimento do BC esteve ligado à disparada do dólar em razão do estado de saúde do presidente, mas alguns operadores disseram não ver disfuncionalidade que justificasse tal medida. Em eventos recentes, diretores do BC disseram que a autarquia só atuaria no câmbio em caso de “disfuncionalidade”.
O contribuidor do TC, Alex Martins, atribuiu a intervenção do BC, via leilão à vista, pelo tradicional período de fim de ano, com envio de remessas de lucros para o exterior.
“Essa saída do fim de ano aumenta, e provavelmente o mercado já não quer mais (leilão de) linha… está demandando mais um dólar spot (à vista), até olhando para o ano que vem, não está confiante de que o balanço de risco pode melhorar. Então (operadores) não querem o compromisso de devolver os dólares, quer sair, mas sem obrigação de devolver”, explicou Martins.
O leilão de linha, outra modalidade de intervenção do BC, é aquela com compromisso de recompra, e já fora utilizada nesta semana.
No cenário corporativo, GPA disparou com notícia citando possível interesse do empresário Nelson Tanure em promover fusão do grupo com a rede Dia. Relatórios de bancos de investimento também fizeram preço, incluindo recomendações do JP Morgan para “compra” de JBS, Banco Inter e SLC Agrícola, e rebaixamento para “neutra”, pelo Santander, de Braskem e Ultrapar.
Nos mercados acionários, os principais detratores do Ibovespa foram as ON de Vale, PN de Itaú e ON de Localiza, que recuaram 1,50%, 1,29% e 4,50%, respectivamente.
Em Wall Street, os principais índices acionários encerraram mistos, com o Nasdaq 100 avançando, após a Broadcom Inc., fabricante de chips, ultrapassar capitalização de mercado de US$1,0 trilhão, sob contínuas perspectivas favoráveis para a demanda de seus chips voltados à Inteligência Artificial, e com operadores aguardando decisão de juros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) na quarta-feira.
Os índice Dow Jones perdeu 0,20%, enquanto o Nasdaq 100 avançou 0,76%. O índice S&P500 encerrou estável. Na semana, o Dow Jones perdeu 1,82% e o S&P500 recuou 0,64%. O Nasdaq 100 subiu 0,73% na semana. Ao fim do dia, as Treasuries yields de dois e dez anos subiam 4,8 pbs e 7,3 pbs, respectivamente, a 4,245% e 4,401%.
Os papéis da Broadcom Inc. avançaram 24,43%, renovando máxima recorde intradiária, após a companhia antever uma forte demanda em seus chips de inteligência artificial. Papéis de pares, como Marvell, Micron também avançaram 10,79%, 4,34%, respectivamente.
No front monetário, operadores aguardam a decisão de juros do FOMC, que deverá cortar a taxa-alvo Fed Funds em 25 pbs, para o intervalo entre 4,25% e 4,50%, e divulgar mediana de projeções de membros do comitê para 2025 em seu relatório “Dot-Plot”. Operadores irão monitorar discurso do chair do Fed, Jerome Powell, em busca de perspectivas da trajetória da política monetária em 2025, em um cenário em que operadores já anteveem menor extensão do ciclo de corte de juros.
No mercado de commodities, os futuros do petróleo Brent para entrega em fevereiro de 2025 subiam ao fim do dia 1,38%, a US$74,42 por barril, no maior patamar desde 25 de novembro, com operadores monitorando impacto de sanções norte-americanas contra o Irã e a Rússia sobre a oferta. Na semana, a commodity acumulava alta de 4,60%.
Já os futuros do minério de ferro para entrega em janeiro – contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), da China — encerraram a madrugada com perda de 1,12%, a US$109,5 por tonelada. A Tarraco Commodities atribui a retração à falta de detalhes concretos das promessas de estímulo econômico – via fiscal e monetário – por autoridades chinesas ao fim de dois dias de reunião da Conferência Central de Trabalho Econômico do país asiático.
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Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
02/12/2024 | -0,34% | 125.235,54 | R$ 24,4 bilhões |
03/12/2024 | 0,72% | 126.139,20 | R$ 21,7 bilhões |
04/12/2024 | -0,04% | 126.087,02 | R$ 22,0 bilhões |
05/12/2024 | 1,40% | 127.857,58 | R$ 22,9 bilhões |
06/12/2024 | -1,50% | 125.945,67 | R$ 23,3 bilhões |
09/12/2024 | 1,00% | 127.210,19 | R$ 21,3 bilhões |
10/12/2024 | 0,80% | 128.228,49 | R$ 19 bilhões |
11/12/2024 | 1,06% | 129.593,31 | R$ 28,9 bilhões |
12/12/2024 | -2,74% | 126.042,21 | R$ 26,8 bilhões |
13/12/2024 | 1,13% | 124.612,22 | R$ 22,7 bilhões |
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
Ambev (ABEV3)
A Ambev assinou contrato com a Telefônica Brasil (dona da Vivo) e com a Nokia para instalação de uma rede privativa de internet 4G em 30 pontos operacionais, como armazéns, fábricas, centros logísticos e de distribuição. Para a produtora de bebidas, a medida faz parte da agenda de digitalização das atividades – a chamada indústria 4.0 – enquanto para as empresas de telecomunicações esse tipo de negócio é uma das principais apostas de crescimento no mercado. Saiba mais…
Assaí (ASAI3)
O Assaí atingiu o marco de 300 lojas em operação no Brasil, informou a empresa. Nesta sexta, foi inaugurada sua segunda unidade na cidade de Caraguatatuba, no estado de São Paulo. Saiba mais…
BRF (BRFS3)
A BRF divulgou suas estimativas sobre transações com empresas controladas pela Marfrig Global Foods, que também é acionista controladora da própria BRF. Saiba mais…
Cemig (CMIG4)
A Cemig anunciou sua projeção de investimentos de R$ 39,2 bilhões para o período de 2025 a 2029, com maior parcela direcionada para o segmento de distribuição. Saiba mais…
Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3)
A Copel e a Eletrobras assinaram acordo envolvendo as subsidiárias Copel GeT e Eletrobras CGT Eletrosul para realização de um swap de ativos, informaram as empresas. Saiba mais…
Eletrobras (ELET3)
A Eletrobras aprovou a deslistagem das ações ordinárias e preferenciais classe “B” de emissão da companhia do Mercado de Valores Latino-americanos (Latibex), segmento da Bolsa de Madrid. Saiba mais…
GPA (PCAR3)
Uma potencial combinação de negócios entre a rede de supermercados Dia e o GPA, dono da rede Pão de Açúcar, parece estar nos planos de Tanure, segundo apuração do jornal Valor Econômico. Saiba mais…
Kora Saúde (KRSA3)
A Kora Saúde concluiu o processo de reperfilamento de sua dívida, construído ao longo dos últimos meses com o objetivo de fortalecer a estrutura de capital e liquidez da companhia. Saiba mais…
Oi (OIBR3)
A Oi aprovou a nomeação de Marcelo José Milliet para diretor presidente e de Rodrigo Caldas para o cargo de diretor de finanças. Saiba mais…
(Com informações da TCMover e Momento B3)