A exchange de criptomoedas Bybit foi alvo de um ataque cibernético de grandes proporções, resultando no desvio de aproximadamente US$ 1,5 bilhão em tokens (cerca de R$ 8,55 bilhões). O incidente está sendo considerado o maior hack já registrado no setor, e foi confirmado pelo CEO da empresa, Ben Zhou, através de uma publicação na plataforma X.

O ataque foi identificado primeiro pelo analista on-chain ZachXBT, que detectou saídas suspeitas da carteira fria de Ethereum (COIN:ETHUSD) da Bybit. A empresa de pesquisa Arkham Intelligence também confirmou que mais de US$ 1,4 bilhão em ativos foram transferidos para novos endereços e estão sendo vendidos em diferentes plataformas.

A falha permitiu que um hacker assumisse o controle de uma das carteiras offline da exchange e desviasse os fundos de forma sofisticada. Segundo especialistas em segurança, o invasor conseguiu mascarar a transação, manipulando a interface da carteira multisig para ocultar a alteração na lógica do contrato inteligente.

Este é o maior ataque cripto até o momento, incluindo o hack da Ronin Network em 2022 (US$ 625 milhões), e o ataque à Mt. Gox em 2014 (cerca de US$ 470 milhões).  Apesar disso, Zhou garantiu que a Bybit continua solvente e que as operações de saque seguem normais.

A Bybit tomou medidas emergenciais, como a obtenção de empréstimos-ponte com parceiros para cobrir cerca de 80% da perda. Agora a exchange busca recuperar os fundos e tomar as devidas providências legais contra os responsáveis pelo ataque.

O hack desencadeou uma queda generalizada no mercado de criptomoedas. Nas últimas 24 horas, o Ethereum (COIN:ETHUSD) está cotado a US$ 2.652, enquanto o Bitcoin (COIN:BTCUSD) gira em torno de US$ 96.000 . Outros ativos digitais operam no vermelho, e o USDe da Ethena Labs chegou a perder temporariamente sua paridade com o dólar.

A Bybit, uma das maiores exchanges do mundo, foi fundada em 2018, é sediada em Dubai, e movimenta mais de US$ 36 bilhões diariamente. Antes do ataque, a empresa detinha aproximadamente US$ 16,2 bilhões em ativos, tornando o roubo equivalente a cerca de 9% de seus recursos totais.