Crédito deve piorar em 2025

(13/02/2025): As condições de oferta de crédito se deterioraram de forma generalizada no fim do ano passado e essa situação deve se agravar no primeiro trimestre deste ano em todos os segmentos, mas com mais força no crédito habitacional, mostra pesquisa do Banco Central junto às instituições financeiras.

Os dados reforçam as projeções mais modestas de crescimento de crédito neste ano feitas pelos grandes bancos na semana passada. A Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito ouviu 17 instituições voltadas ao consumo, 7 para habitacional, 22 para grandes empresas e 26 para micro e pequenas empresas entre 13 e 24 de janeiro.

Segundo o levantamento, a piora das condições de crédito no quarto trimestre do ano passado se confirmaram, com destaque para o custo e a disponibilidade de recursos para emprestar, o chamado funding, a preocupação com a inadimplência e a menor tolerância ao risco. As instituições também esperam que a inadimplência aumente no primeiro trimestre deste ano, especialmente nos segmentos de micro, pequenas e médias empresas e crédito ao consumo para pessoas físicas.

Para grandes empresas, espera-se uma piora nos fatores de oferta de crédito, com destaque para a percepção de risco dos clientes, a tolerância ao risco, a inadimplência e as condições gerais da economia, do setor e da própria empresa. No segmento de micro, pequenas e médias empresas, depois da piora especialmente na inadimplência, a expectativa para este trimestre é um aprofundamento da deterioração dos fatores, em especial nos atrasos, e custo do funding.

Para as pessoas físicas, os bancos notaram no trimestre passado que o esforço para a captação de clientes e a concorrência entre as instituições continuarão a ser fatores positivos para a oferta de crédito. Já neste trimestre, a expectativa é de continuidade de deterioração, especialmente com relação ao custo e a disponibilidade de funding e o comprometimento da renda do consumidor.

Já no crédito habitacional, além da maior dificuldade e custo para obter recursos para emprestar, os bancos destacaram o aumento dos atrasos. Para este início de ano, a expectativa é de piora nesses fatores, o que deve levar a um menor nível de tolerância ao risco.

(bc)