A Hewlett Packard Enterprise (NYSE:HPE) registra queda de 15,4%, na última verificação, durante as negociações de sexta-feira, 7 de março de 2025. A queda nas ações reflete alguns resultados financeiros de seu primeiro trimestre fiscal abaixo das expectativas, e ao anúncio da empresa de cortes de empregos e incertezas relacionadas às tarifas comerciais. A Hewlett Packard Enterprise também é negociada na B3 através da BDR (BOV:H1PE34), que desabavam 22,5%, simultaneamente.

Embora a empresa tenha apresentado crescimento de 16% em receita no primeiro trimestre, o desempenho deixou a desejar no quesito lucro, gerando preocupações entre investidores.

A HPE reportou uma receita de US$ 7,85 bilhões. O lucro por ação ajustado foi de 49 centavos, ligeiramente abaixo da projeção de 50 centavos por parte dos analistas. A receita do segmento de servidores atingiu US$ 4,3 bilhões, superando as estimativas de Wall Street de US$ 4,26 bilhões. No entanto, a margem operacional caiu para 8,1%, uma redução significativa em relação aos 11,4% do ano passado.

Outro fator que preocupa o mercado é o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos. Muitos produtos da HPE são fabricados fora do país, o que pode encarecer componentes e pressionar as margens de lucro. A empresa admitiu a possibilidade de repassar parte desses custos aos clientes, e que há a possibilidade de que alguns consumidores optem por postergar compras até o cenário se estabilizar.

Para o segundo trimestre fiscal, a empresa estima uma receita entre US$ 7,2 bilhões e US$ 7,6 bilhões, abaixo da projeção média dos analistas de US$ 7,94 bilhões. O lucro ajustado por ação deve ficar entre 28 e 34 centavos, inferior à expectativa de 50 centavos.

Já para o ano fiscal de 2025, a HPE prevê um lucro ajustado por ação entre US$ 1,70 e US$ 1,90, consideravelmente menor do que os US$ 2,13 projetados anteriormente por Wall Street.

A HPE também anunciou um programa de redução de custos que visa eliminar cerca de 2.500 postos de trabalho em até 18 meses, para conter as despesas. O corte representa cerca de 5% de sua força de trabalho global e resultará em encargos que afetam tanto o segundo trimestre quanto os lucros de todo o ano de 2025. Segundo a diretora financeira Marie Myers, esses ajustes são necessários devido a desafios de execução no segmento de servidores e estoques superiores ao normal na linha de inteligência artificial.

A área de servidores, tradicional fonte de receita da HPE, enfrentou pressões. A transição para GPUs da nova linha Blackwell da Nvidia resultou em inventários excessivos e maior oferta de descontos no mercado, contribuindo para margens operacionais mais baixas.

No segmento de IA, embora a demanda seja significativa, os custos elevados de componentes podem manter a rentabilidade em níveis inferiores aos esperados.

A companhia segue envolvida em um processo com o Departamento de Justiça dos EUA, que tenta bloquear a aquisição da Juniper Networks (NYSE:JNPR) (BOV:J1NP34) por US$ 14 bilhões.

O julgamento está agendado para julho, e a HPE mantém a expectativa de finalizar o acordo até o final do ano fiscal de 2025. Se confirmada, a aquisição ampliaria a presença da empresa em redes corporativas, mas as pendências judiciais criam mais um ponto de atenção para os investidores.

Todas essas variáveis, tarifas, cortes de empregos, estoques elevados e disputas legais, pintaram na visão dos investidores um período turbulento para a Hewlett Packard Enterprise. A queda das ações marca o maior declínio intradiário da empresa desde março de 2020, somando para um declínio acumulado em 3 meses de quase 30%.

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