O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira, na contramão de Wall Street, pressionado pela alta da curva de juros, com operadores voltando a mostrar sensibilidade à situação fiscal no Brasil, após falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nos Estados Unidos, mercados foram favorecidos por leitura de que Trump pode optar por tarifas mais seletivas em um primeiro momento.
O Índice Bovespa encerrou com retração de 0,77%, aos 131.321 pontos. O volume de negociação foi de R$13,7 bilhões, abaixo da média dos últimos 50 pregões, de R$16,4 bilhões.
A queda do Ibovespa segue o movimento de correção iniciado na semana passada, após uma forte alta de dez mil pontos em apenas seis dias, segundo operadores ouvidos pela Mover. Além disso, o fluxo comprador que estava indo para mercados emergentes pode estar voltando para o mercado americano após as recentes quedas.
Em Wall Street, além do alívio momentâneo oriundo de potencial imposição seletiva de tarifas por Trump, noticiada pelo Wall Street Journal, investidores também justificaram o rali de hoje pelos níveis técnicos sobrevendidos vistos nos índices recentemente, após S&P500 alcançar território de correção há cerca de dez dias.
Os vértices da curva de juros encerraram em alta de até 12 pontos-base, em linha com as Treasuries yields nos EUA. Ao fim da tarde, o dólar futuro operava em alta de 0,47%, cotado a R$5,766. O índice Dólar DXY avançava 0,14%, aos 104,29 pontos, em meio a um fortalecimento do dólar em âmbito global.
Discurso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento do Valor Econômico nesta manhã, chegou a trazer certa volatilidade para a curva de juros e o dólar, após ele afirmar que o governo pode mudar parâmetros do arcabouço fiscal, embora não a sua arquitetura, e que o país deve fazer reparos nos gastos públicos, o que contribuiu com movimento de alta dos ativos.
Posteriormente, em publicação na rede social “X”, o ministro disse que está confortável com os atuais parâmetros do arcabouço, avaliando que a fala foi mal interpretada.
“Disse que gosto da arquitetura do arcabouço fiscal. Que estou confortável com os seus atuais parâmetros. E que defendo reforçá-los com medidas como as do ano passado. Para o futuro, disse que os parâmetros podem até mudar, se as circunstâncias mudarem, mas defendo o cumprimento das metas que foram estabelecidas pelo atual governo”, explicou Haddad.
Além disso, Haddad criticou medidas do ex-presidente Jair Bolsonaro antes das últimas eleições, como a aprovação de auxílios, e disse não ver motivos para o atual governo acelerar os gastos em função da disputa presidencial de 2026, alertando que uma eventual estratégia nesse sentido poderia gerar problemas futuros e não trazer resultados nas urnas. “Acho que, até pelo exemplo de 2022, devemos evitar aventuras”, defendeu.
No mesmo evento, o economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, disse que “a situação fiscal do Brasil é grave”, uma vez que ainda não há visibilidade sobre quando a dívida pública como proporção do PIB vai parar de crescer. Enquanto não houver essa visibilidade, a chance de o país obter grau de investimento é praticamente nula, acrescentou ele.
Também mais cedo, mediana de projeções do Focus apontou para inflação alcançando teto do intervalo de tolerância, ao fim de 2026, em 4,50%, ante estimativa anterior, de 4,48%. Para este ano, a mediana de projeção recuou a 5,65%, ante 5,66%, possivelmente refletindo efeitos da apreciação cambial vista.
Investidores acompanharão, amanhã, às 8h, divulgação da ata da última decisão de juros do Comitê de Política Monetária do BC (Copom), à procura de sinais adicionais sobre a trajetória da política monetária para além da reunião de maio. O Copom também poderá esclarecer, detalhadamente, trecho em que mencionou que sinais sugerem haver “incipiente moderação” no crescimento.
Investidores também calibram expectativas para balanços corporativos que serão reportados após o encerramento da sessão, incluindo Sabesp, Brisanet e Armac.
Ao fim da sessão, as principais detratoras da sessão foram as ON da Embraer, da Sabesp e da Vale, que recuaram 4,70%, 2,52% e 0,52%, respectivamente.
Os papéis ON da Embraer, da Hapvida e da Rumo, lideraram entre as quedas percentuais, cedendo 4,70%, 4,15% e 3,94%, na mesma ordem.
Na ponta positiva, destaque para as ON da Brava, da CVC e as PNA da Usiminas, que avançaram 10,19%, 7,07% e 1,38%, nesta ordem.
Nos mercados de commodities, os futuros do petróleo Brent para entrega em maio tinham alta ao fim do dia 1,34%, a US$73,12 por barril, após o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar que vai impor uma tarifa secundária de 25% sobre países que comprarem petróleo e gás da Venezuela.
Em coletiva de imprensa para anunciar projetos da Hyundai de construção de usina siderúrgica nos EUA, Trump afirmou que as tarifas a serem impostas aos países que fizerem negócio com a Venezuela serão acrescidas às existentes.
O movimento é relevante pois as exportações de petróleo pela Venezuela constituem importante fonte de receita para o país. De acordo com a Bloomberg, o movimento de Trump adiciona também pressão à China, que é a maior compradora de petróleo da Venezuela. As tarifas seriam impostas a partir de 2 de abril, mesmo dia em que Trump deve revelar tarifas a parceiros comerciais.
O Tesouro dos EUA também estendeu até 27 de maio para que a Chevron encerrasse suas operações na Venezuela, ante data inicial de 3 de abril. Relatos, porém, indicam que o governo Trump estaria considerando uma extensão da licença da companhia americana para produzir em solo venezuelano.
Os futuros do minério de ferro avançaram 2,43%, na última madrugada na Bolsa de Dalian, em movimento de ajuste após cinco quedas consecutivas. De acordo com especialistas, apesar do receio dos problemas de demanda, as últimas medidas de estímulo à economia chinesa devem sustentar os preços no curto prazo.
Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
05/03/2025 | 0,20% | 123.046,85 | R$ 19,8 bilhões |
06/03/2025 | 0,25% | 123.357,55 | R$ 21,6 bilhões |
07/03/2025 | 1,36% | 125.034,63 | R$ 20,4 bilhões |
10/03/2025 | – 0,41% | 124.519,38 | R$ 20,2 bilhões |
11/03/2025 | -0,81% | 123.507,35 | R$ 19,3 bilhões |
12/03/2025 | 0,29% | 123.866,39 | R$ 18,1 bilhões |
13/03/2025 | 1,43% | 125.637,11 | R$ 20,6 bilhões |
14/03/2025 | 2,64% | 128.957,09 | R$ 27,2 bilhões |
17/03/2025 | 1,46% | 130.833,96 | R$ 22,9 bilhões |
18/03/2025 | 0,49% | 131.474,73 | R$ 21,3 bilhões |
19/03/2025 | 0,79% | 132.508,45 | R$ 24,3 bilhões |
20/03/2025 | -0,38% | 132.007,88 | R$ 23,9 bilhões |
21/03/2025 | 0,30% | 132.344,88 | R$ 33,1 bilhões |
24/03/2025 | -0,77% | 131.321,44 | R$ 18,3 bilhões |
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
Aura Minerals (AURA33)
A Aura anunciou que está renovando o programa de recompra de seus BDRs listados na B3. Cada ação ordinária representa 3 BDRs. Saiba mais…
Azul (AZUL4)
A Azul está avaliando a realização de potencial oferta pública primária de distribuição de ações preferenciais, sob o rito de registro automático de distribuição, sem análise prévia da Comissão de Valores Mobiliários. Saiba mais…
Braskem (BRKM5)
A Braskem solicitou esclarecimentos à Novonor e Petrobras sobre o processo de venda da companhia, após a publicação recente de notícias a esse respeito. Saiba mais…
BRF (BRFS3)
A BRF informou que seu conselho de administração elegeu Heraldo Geres para o cargo de diretor vice-presidente do jurídico Brasil, tributário, gente e compliance, em substituição a Alessandro Rosa Bonorino.
Ecorodovias (ECOR3)
O Conselho de Administração da Ecorodovias aprovou a realização da 15ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em série única, no montante de R$ 1,050 bilhão. Saiba mais…
Engie Brasil (EGIE3)
A Engie Brasil assinou contrato para aquisição da Companhia Energética do Jari e da Empresa de Energia Cachoeira Caldeirão, que englobam as usinas hidrelétricas Cachoeira Caldeirão e Santo Antônio do Jari. As empresas vendedoras são a EDP e a CTG, de acordo com a Engie. Saiba mais…
Gol (GOLL4)
A GOL celebrou compromisso de financiamento (exit financing commitment letter) com determinados investidores, para uma injeção de até US$1,25 bilhão, como parte do plano de recuperação judicial da companhia aérea. Saiba mais…
Infracommerce (IFCM3)
A Infracommerce apresentou esclarecimentos solicitados pela Superintendência de Relações com Empresas (SEP), sobre a notícia veiculada pelo jornal Valor Econômico, intitulada “Infracommerce fecha acordo para operar marketplace dos Correios. Saiba mais…
JBS (JBSS3)
A JBS protocolou pedidos de registro de emissor estrangeiro e de programa de BDRs Nível II na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em mais um movimento em direção aos planos de dupla listagem de ações da companhia nos Estados Unidos e no Brasil. Saiba mais…
Oi (OIBR34/OIBR4)
A Oi divulgou que os credores detentores do valor principal necessário das Notas Sênior Garantidas PIK Toggle de 10.000% / 13.500%, com vencimento em 2027 e do Instrumento Particular de Escritura da 13ª Emissão de Debêntures Simples concordaram em capitalizar ao valor de principal, a totalidade dos juros incidentes sobre os referidos instrumentos, com vencimento em 31 de março de 2025. Saiba mais…
Petrobras (PETR3/PETR4)
Os funcionários da Petrobras aprovaram em assembleias uma greve de advertência de 24 horas em 26 de março, em defesa do teletrabalho e de outras reivindicações trabalhistas, segundo comunicado da Federação Única dos Petroleiros (FUP) nesta segunda-feira. Saiba mais…
T4F (SHOW3)
A T4F convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para votar para a proposta de grupamento da totalidade das ordinárias de emissão da companhia, na proporção de 10 ações para 1 ação, sem modificação do valor do capital social. Saiba mais…
Taurus Armas (TASA3/TASA4)
A Taurus Armas aprovou a criação de programa de recompra de ações de emissão da Companhia. Saiba mais…
Track&Field (TFCO4)
O Conselho de Administração da Track & Field aprovou o cancelamento de 3.500.000 ações preferenciais de emissão da Companhia e mantidas em tesouraria, sem redução do valor do capital social. Saiba mais…
Vale (VALE3)
A Vale realizará o pagamento de remuneração das debêntures participativas em 31 de março de 2025, no valor bruto de R$ 1,955445554 por debênture, totalizando R$ 759.806.078,56, aos detentores com posição em custódia na B3 e/ou no Banco Bradesco, no fechamento do dia 28 de março de 2025. Saiba mais…
(Com informações da TCMover e Momento B3)
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