O presidente dos EUA Donald Trump anunciou tarifas de 25% sobre todos os veículos e algumas peças automotivas fabricados fora dos EUA, com vigência a partir de 02 de abril. A decisão surpreendeu o setor, que esperava medidas mais brandas ou adiamentos.

Ações de grandes montadoras como Ford (NYSE:F), General Motors (NYSE:GM) e Stellantis (NYSE:STLA) caíram bruscamente, com preocupações com a exposição às tarifas sobre peças importadas.

Segundo a Barron’s, a GM e a Stellantis montam cerca de 55% dos carros que vende nos EUA dentro das fronteiras do país, enquanto esse número para a Ford é de aproximadamente 80%.

Por outro lado, a Tesla (NASDAQ:TSLA) teve uma leve alta, destacando sua vantagem competitiva diante das novas tarifas, e após declarações tranquilizadoras da Casa Branca de que as novas tarifas se aplicam apenas a veículos estrangeiros.

A Ford Motor, General Motors e Tesla também são negociadas na B3 atraés das BDRs (BOV:FDMO34), (BOV:GMCO34) e (BOV:TSLA34), respectivamente.

A medida afeta não apenas veículos inteiros, mas também componentes como motores e transmissões. Muitos modelos montados nos EUA dependem de peças importadas, o que pode elevar os custos e impactar os preços finais ao consumidor.

Analistas estimam aumentos de até US$ 15 mil por veículo importado. Mesmo carros produzidos nos EUA, mas com partes estrangeiras, podem sofrer encarecimentos de até US$ 8 mil. Isso ameaça reduzir a demanda, pressionar margens de lucro e desacelerar o setor.

As tarifas atingem também aliados históricos dos EUA, como México, Canadá, Alemanha, Coreia do Sul e Japão. Os governos desses países ameaçaram retaliar, intensificando a possibilidade de guerra comercial com consequências imprevisíveis para a economia global.

Trump defende a medida como um incentivo à produção nacional e uma forma de corrigir o déficit comercial. O sindicato United Auto Workers aplaudiu a decisão, vendo nela uma chance de fortalecer empregos industriais nos EUA.

Trump resiste mesmo que a indústria enfrente problemas logísticos e estruturais para realocar fábricas e reorganizar cadeias de suprimentos. Desfazer conexões de décadas de globalização e livre comércio exige tempo, investimento e estabilidade.

As tarifas, se mantidas, podem redesenhar o mapa da indústria automobilística, alterando preços, produção e relações comerciais e também causar retração na demanda, perda de competitividade e tensões diplomáticas.

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