Nos dois últimos dias de negociação, as ações da Apple despencaram com força 15,9%, acompanhando uma liquidação mais ampla do mercado, e estendiam a queda na segunda-feira rumo à mínima de 11 meses.
A queda levou ao surgimento de um padrão gráfico conhecido como “cruz da morte”, sinalizado quando a média móvel de 50 dias cruza para baixo da média de 200 dias.
Segundo uma reportagem do MarketWatch, esse fenômeno não é exclusivo da Apple. Outras gigantes do grupo “Sete Magníficos”, como Nvidia (NASDAQ:NVDA) e Microsoft (NASDAQ:MSFT), já haviam registrado esse mesmo padrão, a Nvidia em 20 de março, e Microsoft em 25 de fevereiro. Agora, a Apple se tornou a terceira integrante do grupo a apresentar esse sinal gráfico.
NASDAQ: Veja o ranking das ações negociadas diariamente na Nasdaq: maiores altas, maiores baixas, maiores volumes negociados e maiores quantidades de negócios.
A pressão sobre as ações da Apple também se intensificou devido ao impacto direto das tarifas impostas pelos EUA. Cerca de 90% dos iPhones são produzidos na China, o que torna a empresa altamente vulnerável a medidas protecionistas.
Com novas tarifas chegando a 54% para produtos chineses, a rentabilidade e os preços podem ser seriamente afetados. A Apple também produz no Vietnã e Índia, mas os produtos feitos no Vietnã foram atingidos com uma taxa de 46% e exportações indianas com uma taxa de 27%.
Segundo o analista Dan Ives, da Wedbush, mudar apenas 10% da cadeia de produção da Apple para os EUA exigiria cerca de US$ 30 bilhões e três anos de trabalho. Enquanto isso, consumidores podem começar a sentir o impacto com preços mais altos em produtos como iPhones, iPads e MacBooks.
Cruzes da morte costumam, historicamente, ser seguidas por mais fraqueza no curto prazo. A última vez que a Apple passou por esse padrão, a ação caiu em média 7,7% nas semanas seguintes. Embora não funcione como um sinal de timing perfeito, é um alerta para os investidores redobrarem a atenção para os fundamentos e o cenário macroeconômico.
A Apple também é negociada na B3 através da BDR (BOV:AAPL34).