O Ibovespa encerrou em ligeira alta nesta segunda-feira, em uma sessão de oscilações em Wall Street, com operadores preparando-se para uma semana carregada de dados econômicos nos Estados Unidos e balanços trimestrais de quatro das bigh techs conhecidas como ‘Magnificent-Seven’. No mercado local, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reiterou que autoridade monetária precisa de “flexibilidade e cautela” em tempo de incerteza.
O Índice Bovespa encerrou com avanço de 0,21%, aos 135.015 pontos. O volume de negociação foi de R$ 20,5 bilhões, acima da média dos últimos 50 pregões, de R$ 17,7 bilhões. Itaú Unibanco e Vale ficaram entre os destaques do dia.
Os vértices ao longo da curva de juros fecharam em alta de até 3,0 pontos-base. Ao fim da tarde, o dólar futuro operava em queda de 0,71%, cotado a R$5,648 na quinta sessão de queda consecutiva. O índice Dólar DXY recuava 0,66%, aos 98,93 pontos.
Economistas consultados pelo Banco Central reduzira ligeiramente a expectativa de inflação de 2025 pela segunda semana consecutiva, conforme Boletim Focus, a 5,55%, ante 5,57%, possivelmente refletindo um dólar depreciado no curto prazo, além de deterioração dos preços das commodities nos mercados internacionais.
Mesmo com a redução para este ano, as expectativas continuam bem acima do do teto da meta do BC, que é de 4,5%. Já para 2026, a mediana de projeção avançou ligeiramente, a 4,51%, ante 4,50%. No câmbio, a mediana de projeção para este ano se manteve em R$5,90, mas recuou a R$5,95, ante R$5,96, para 2026. Para 2027, foi a R$5,86, ante R$5,89.
O Brasil registrou em março déficit em conta corrente de R$2,25 bilhões, ligeiramente melhor que consenso, de US$2,95 bilhões. Já o Investimento Estrangeiro Direto foi de US$5,99 bilhões, pior que o estimado, de US$8,53 bilhões, no mesmo intervalo de tempo.
“Para os próximos meses, esperamos que a melhora das exportações (principalmente de grãos) e uma desaceleração das importações contribuam para a redução do déficit em conta corrente. No entanto, o investimento estrangeiro direto também deve desacelerar, por questões globais, se traduzindo em menor folga das contas externas”, avaliou o Bradesco, em relatório a clientes.
Durante a manhã, em evento promovido pelo Safra, Galípolo afirmou ser necessário “dar tempo” para a defasagem da política monetária do Copom produzir efeito sobre a economia. Diante da incerteza global, ele repetiu discurso do diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, sobre a necessidade de ser ganhar “flexibilidade e ter cautela”.
Reiterando falas empregadas na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), na semana anterior, Galípolo também disse que o BC entende que fez “esforço grande” para avançar para o terreno contracionista, e agora mensura o “quão contracionista” é o necessário, em termos de política monetária.
Por fim, Galípolo ressaltou que a recente comunicação (guidance) do BC segue válida. Questionado sobre a apresentação de Guillen, em evento na quinta-feira passada, sobre a Regra de Taylor, Galípolo afirmou que o exercício dela não se “sobrepõe à comunicação do BC”, nem mesmo visa revisitá-la.
A apresentação de Guillen, na ocasião, levantou questionamentos entre alguns agentes de mercado de que a política monetária estaria mais apertada do que o Focus sugere que deveria estar. Agentes de mercado o questionaram, então, se a Regra de Taylor visava indicar como o BC pretenderia agir no futuro. Guillen, por sua vez, negou, pontuando que a intenção era mostrar que, no passado, o BC manteve consistência em suas decisões.
A Regra de Taylor é uma fórmula matemática que indica como BCs deveriam reagir a desvios de inflação e de atividade. O modelo econômico, desenvolvido em 1993 por John B. Taylor, serve como uma diretriz para determinação da taxa de juro nominal de curto prazo.
Também no evento do Safra, mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o crescimento do Brasil precisa ser impulsionado principalmente pelo consumo das famílias e investimentos privados. Segundo ele, o país não necessita de estímulo fiscal adicional para crescer de forma sustentável. Haddad ressaltou ainda que a responsabilidade fiscal não depende só do Executivo, mas também do Congresso.
Em relação à guerra comercial que atinge o mundo por conta das tarifas do Trump, Haddad destacou que o Brasil deve manter sua participação no comércio global, reforçando que o país preserva canais de comunicação abertos com seus principais parceiros econômicos — China, Estados Unidos e União Europeia.
De acordo com Haddad, esse alinhamento internacional e o fortalecimento da demanda interna são pilares essenciais para garantir a tração do crescimento brasileiro nos próximos anos.
No final do dia, investidores ainda reagiram a pesquisa da AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, mostrando a primeira queda da avaliação negativa de Lula desde abril de 2024. A desaprovação vinha em tendência de alta e atingiu o pior patamar no último levantamento. A aprovação também teve a primeira alta desde novembro.
Na comparação com pesquisa de março, a reprovação de Lula caiu 3,5 pontos percentuais, de 53,6% para 50,1%. A aprovação subiu 1,2 ponto percentual, de 44,9% para 46,1%.
No âmbito corporativo, investidores calibraram expectativas para os resultados do primeiro trimestre da Gerdau, que serão divulgados na noite de hoje.
Mercado também reagiu a relatório do Santander que cortou recomendação das petroleiras PRIO e PetroReconcavo para ´neutra´, e à elevação de Lojas Renner para ´compra´ por analistas da XP.
Ao fim da sessão, as principais contribuidoras da sessão foram as PN do Itaú, as ON do Banco do Brasil e as da Ambev, que avançavam 1,07%, 1,21% e 1,49%, respectivamente.
Os papéis ON da Automob, da Lojas Renner e da Yduqs, lideraram entre as altas percentuais, avançando 8,33%, 3,32% e 3,11%, na mesma ordem.
Na ponta negativa, destaque para as ON da IRB Brasil, da Minerva e da Marfrig, que recuaram 5,37%, 4,47% e 4,03%, nesta ordem.
Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
01/04/2025 | 0,68% | 131.147,29 | R$ 24,7 bilhões |
02/04/2025 | 0,03% | 131.190 | R$ 17,0 bilhões |
03/04/2025 | -0,04% | 131.140,65 | R$ 28 bilhões |
04/04/2025 | -2,96% | 127.256,00 | R$ 31,6 bilhões |
07/04/2025 | -1,31% | 125.588,09 | R$ 43,7 bilhões |
08/04/2025 | -1,49% | 123.950 | R$ bilhões |
09/04/2025 | 3,12% | 127.795,93 | R$ 40,6 bilhões |
10/04/2025 | -1,13% | 126.354,75 | R$ 25,9 bilhões |
11/04/2025 | 1,05% | 127.682,40 | R$ 22,4 bilhões |
14/04/2025 | 1,39% | 129.454 | R$ 21,5 bilhões |
15/04/2025 | 0,16% | 129.245,39 | R$ 20,4 bilhões |
16/04/2025 | -0,72% | 128.316,89 | R$ 25,1 bilhões |
17/04/2025 | 1,04% | 129.650,03 | R$ 22,4 bilhões |
22/04/2025 | 0,63% | 130.464,38 | R$ 18,3 bilhões |
23/04/2025 | 1,34% | 132.216,07 | R$ 24,2 bilhões |
24/04/2024 | 1,79% | 134.580,43 | R$ 26,7 bilhões |
25/04/2025 | 0,12% | 134.739,28 | R$ 24,3 bilhões |
28/04/2025 | 0,21% | 135.015,89 | R$ 20,5 bilhões |
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
Automob (AMOB3)
A Automob comunicou a aprovação do grupamento de ações da companhia na proporção de 50 para 1. A decisão vale para a totalidade de ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal, sem modificação da cifra do capital social da companhia. Saiba mais…
Banestes (BEES3)
O Banestes aprovou a proposta de aumento do capital social mediante a capitalização da reserva de lucros com bonificação de ações. Saiba mais…
Casas Bahia (BHIA3)
A Casas Bahia anunciou 10ª emissão de debêntures, com finalidade de entrega de novos instrumentos de dívida aos credores de Créditos Sujeitos. A emissão é parte do Plano de Recuperação Extrajudicial.
Eletrobras (ELET3/ELET6)
A Eletrobras decidiu, por unanimidade, pela aplicação de advertência ao conselheiro Marcelo Gasparino da Silva. A penalização foi a terceira em menos de um mês para o conselheiro, por “cometimento de falta grave” e por reincidência de condutas que violam a Lei das S.A. e normas da companhia. Saiba mais…
A maioria dos acionistas da Eletrobras que votou à distância foi favorável à conciliação que encerra a disputa a respeito do número de vagas do governo no conselho de administração da empresa, diz o Valor. Saiba mais…
IRB (IRBR3)
O ressegurador IRB divulgou seus números mensais de fevereiro com um lucro líquido de R$ 29,5 milhões no período, ou alta anual de 45,3%. Saiba mais…
Natura &Co (NTCO3)
A Natura&Co e a Natura Cosméticos informaram que seus respectivos acionistas aprovaram a incorporação da holding pela operação da marca Natura. A decisão foi tomada em assembleias gerais realizadas na mesma data. Saiba mais…
T4F (SHOW3)
A T4F Entretenimento aprovou a proposta de grupamento da totalidade das ordinárias de emissão da companhia, na proporção de 10 ações para 1 ação, sem modificação do valor do capital social, mas tão somente do número total de ações. Saiba mais…
Totvs (TOTS3)
A Totvs retomou as negociações para a possível aquisição do negócio de software da Linx. A companhia firmou com a Stone um acordo que garante um período de exclusividade para a negociação da transação. Saiba mais…
Vale (VALE3)
Um vazamento de uma tubulação de água da mineradora Vale na estrada que liga a comunidade Córrego do Feijão à Brumadinho (MG) interditou uma ponte no trecho da rodovia Alberto Flores nesta segunda-feira, 28. Saiba mais…
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