ADVFN ADVFN

Não encontramos resultados para:
Verifique se escreveu corretamente ou tente ampliar sua busca.

Tendências Agora

Rankings

Parece que você não está logado.
Clique no botão abaixo para fazer login e ver seu histórico recente.

Recursos principais

Registration Strip Icon for default Cadastre-se gratuitamente para obter cotações em tempo real, gráficos interativos, fluxo de opções ao vivo e muito mais.

Banco do Brasil (BBAS3): lucro líquido ajustado de R$ 7,37 bilhões no 1T25

LinkedIn

O Banco do Brasil reportou lucro líquido ajustado de R$ 7,37 bilhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25). O resultado veio abaixo da expectativa de R$ 9,32 bilhões do consenso da LSEG.

O banco afirmou que o agravamento da inadimplência de parte da carteira de agronegócios acima do esperado em 2025 e a vigência das novas regras contábeis com a resolução 4.966/21, que os bancos brasileiros passaram a seguir este ano, implicaram em um cenário de maior incerteza sobre as projeções.

Book de ofertas: a mais completa do mercado financeiro, acompanhe as ofertas de compra e venda de um ativo e todos os negócios realizados no dia.

“O primeiro trimestre foi um período de transição, especialmente por conta da nova regulação da contabilização e do aumento da inadimplência no segmento Agro. Diante deste cenário, ratifico que seguimos focados no nosso compromisso de entregar um resultado condizente com o tamanho do Banco do Brasil”, afirmou Tarciana Medeiros, sobre o resultado.

O banco refere-se às estimativas de margem financeira bruta e do custo do crédito, que, por sua vez, afetam diretamente o lucro líquido ajustado. Assim, as três projeções foram suspensas.

“Diante disso, o Banco do Brasil decidiu adotar o status ‘em revisão’ para as linhas mencionadas até que o cenário permita uma avaliação mais consistente da magnitude dos impactos a serem incorporados nas projeções”, afirmou.

A resolução CMN 4.966/2021 introduziu mudanças estruturais na contabilização de ativos financeiros e na constituição de provisão para perdas esperadas associadas ao risco de crédito.

De acordo com o BB, em fato relevante ao mercado nesta quinta-feira, as previsões para os indicadores de desempenho de crédito (carteira de crédito, pessoa física, empresas, agronegócios e sustentável), bem como receitas de serviços e despesas administrativas permaneceram inalteradas.

Anteriormente, o BB estimava lucro líquido ajustado de R$37 bilhões a R$41 bilhões, com margem financeira bruta de R$111 bilhões a R$115 bilhões e custo do crédito de R$38 bilhões a R$42 bilhões.

Agro pior

No primeiro trimestre, a margem financeira bruta caiu 7,2% ano a ano, a R$23,9 bilhões, com a margem com clientes quase estável (+0,3%), enquanto a com o mercado caiu 34,9%. O custo do crédito subiu 18,9%, a R$10,15 bilhões, com alta de 10,7% na despesa esperada e queda de 35,3% na recuperação de crédito.

O BB afirmou que o custo do crédito foi influenciado, principalmente, pela continuidade da dinâmica agravada da carteira de agronegócios, cuja inadimplência alcançou 3,04%, de 2,45% no quarto trimestre do ano passado e 1,19% um ano antes.

“Apesar do cenário positivo para a safra no Brasil em 2025, com uma colheita recorde, e do elevado percentual de garantias nessa carteira, há um estoque de operações que vem sendo tratado da safra 2023/2024, inclusive, por conta das recuperações judiciais no setor — que exigem maior provisionamento sob a nova regulação”, acrescentou.

No final de fevereiro, a presidente-executiva do banco, Tarciana Medeiros, afirmou que o BB trabalhava com a expectativa de que o risco de crédito na carteira do agronegócio se acomodasse ao longo de 2025.

A carteira de crédito expandida do BB somou quase R$1,28 trilhão no final de março, expansão de 14,4% ano a ano, com crescimento de 6,6% na carteira de pessoa física, de 22,4% na pessoa jurídica e 9% no portfólio do agronegócio. A projeção do BB para o ano é de crescimento entre 5,5% e 9,5%.

A inadimplência acima de 90 dias fechou março em 3,86%, de 3,32% no final de dezembro e 2,90% em março de 2024. Em pessoa física, o índice ficou em 5,10%, de 4,66% no final do ano passado e 4,77% um ano antes, enquanto na pessoa jurídica subiu a 4,06%, de 3,51% em dezembro de 2024 e 3,19% um ano antes.

O retorno sobre o patrimônio (ROE) caiu a 16,7% no período de janeiro a março, de 20,8% no trimestre imediatamente anterior e 21,7% no primeiro trimestre de 2024.

A receita com prestação de serviços ficou quase estável (+0,2), em R$8,4 bilhões.

O índice de Basileia caiu a 14,14%, de 15,13% um ano antes, com o capital nível I recuando 0,62 ponto percentual, para 13,27%, e o capital principal cedendo 0,93 ponto, para 10,97%. O índice de eficiencia passou de 25,9% para 26,5%

No final de março, o BB tinha 3.997 agências, sem mudanças em relação ao final de 2024. Um ano antes, eram 3.998 agências.

Os resultados da Banco do Brasil (BOV:BBAS3) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2025 foram divulgados no dia 15/05/2025.

VISÃO DO MERCADO

Números frustrantes e uma expectativa de desempenho negativo como reação aos resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25). O Banco do Brasil (BBAS3) reportou lucro líquido recorrente de R$ 7,4 bilhões, desempenho substancialmente abaixo do esperado, ficando 20% aquém do consenso de mercado e uma queda expressiva de 23,0% na base trimestral e de 20,7% na comparação anual. O ROE (retorno sobre patrimônio líquido) recuou para 15,8% (-4,5 pontos percentuais trimestralmente e -5,4 pontos anualmente), o menor patamar desde o 3º trimestre de 2021.

Conforme aponta a Genial Investimentos, o desempenho inferior às expectativas foi influenciado por três fatores principais:

  • Agronegócio: inadimplência persistente no segmento, que atingiu 3,04% (+0,6 ponto percentual – pp – trimestre a trimestre; +1,9 pp ano a ano), pressionada principalmente por alguns produtores de soja e milho;
  • Nova Regulação (Res. 4.966): exigiu um aumento substancial das provisões para perdas esperadas, inclusive para créditos adimplentes, o que ampliou e antecipou os efeitos do ciclo de crédito;
  • Margem Financeira: a receita de juros (NII) foi negativamente impactada pelo descasamento entre ativos prefixados e passivos pós-fixados, agravado pelo cenário de Selic elevada. Adicionalmente, a mudança contábil trazida pela Resolução 4.966 reduziu cerca de R$ 1 bilhão do NII, ao determinar que receitas de operações em estágio 3 sejam reconhecidas somente pelo regime de caixa, e não mais por competência.

O JPMorgan apontou, em relatório antes da abertura do mercado, que o lucro líquido foi muito fraco e projetava uma reação muito negativa das ações, pois acreditava que o consenso provavelmente precisará se ajustar materialmente.

Para os analistas, há pouco para comemorar: (i) grande perda no NII; (ii) o saldo de liquidez caiu; (iii) o BB provisionou apenas 78% de sua nova NPL formation (a variação do saldo de créditos em atraso), apesar das mudanças nas baixas contábeis; (iv) a inadimplência antecipada (acima de 30 dias) aumentou para a maioria dos segmentos, como empresas em alta de 150 pontos-base em relação ao trimestre anterior, pessoas físicas +90 pontos-base em relação ao trimestre anterior e até mesmo o agronegócio piorando +40 pontos-base em relação ao trimestre anterior.

O JPMorgan aponta que a implementação da Lei nº 4.966 explica alguns dos fatores que influenciam o crescimento, especialmente o NII, que impactou o BB mais do que seus pares devido à natureza dos empréstimos para o agronegócio (ou seja, grandes renegociações e piora do crédito desencadearam mais empréstimos em estágio 3, ou seja, empréstimos sem provisão para crédito, o que é particularmente negativo para empréstimos).

Como resultado, isso gerou um impacto negativo de mais de R$ 1 bilhão para o BB, que mais do que compensou os R$ 200 milhões de impacto positivo da provisão.

“Embora os fatores que influenciam a contabilidade não ajudem, não temos certeza se isso é apenas um contratempo (“as coisas melhorarão no próximo trimestre?”, questiona o banco) ou se levará mais tempo, já que parte das tendências desanimadoras depende do ciclo de crédito do agronegócio e de outros produtos, que continua a se deteriorar”, avalia o JPMorgan.

Para Evandro Medeiros, analista da Suno Research, o BB teve um trimestre desafiador, com deterioração na qualidade da carteira de crédito, especialmente no agro. A inadimplência rural segue em alta e pressiona os resultados, exigindo maior cautela por parte da gestão.

“Ainda assim, vale lembrar que há anos o agro cresce acima da média nacional e, apesar do momento adverso, a forte presença do banco no agro e no Centro-Oeste continua sendo um diferencial estratégico no longo prazo”, aponta Medeiros.

Para o analista, a inadimplência total também cresceu e já se aproxima dos níveis do Bradesco (BBDC4), banco que vem enfrentando dificuldades nesse âmbito por conta de equívocos na concessão de crédito nos últimos anos. O índice de cobertura, que mensura o quanto das provisões já constituídas faz frente à inadimplência, caiu para 172%, um patamar inadequado dado o contexto de pressão nas perdas.

Mesmo com crescimento na receita de juros, avalia o analista, o crescimento do custo de captação acabou comprimindo a margem financeira, reduzindo a rentabilidade do crédito para o banco. Ainda assim, pondera, o BB segue beneficiado por uma estrutura de funding privilegiada: 72,5% do CDI no período, impulsionado pela forte participação da poupança, cerca de 25% do total, que remunera, em média, 60% da Selic.

Nas receitas de serviços, a gestão de ativos se destacou, reforçando a plataforma do banco. Por outro lado, tarifas seguem pressionadas, e seguros e previdência avançam abaixo da inflação. A alavancagem mensurada pelo índice de capital principal reduziu modestamente, mas ainda se encontra em patamares confortáveis.

Para o Goldman Sachs, a expectativa também era de uma reação negativa do mercado, dados os resultados mais fracos do que o esperado. Além disso, acredita que as principais questões para o futuro são como reconstruir a margem líquida antes que as taxas de juros caiam no Brasil, a extensão da deterioração da qualidade dos ativos no segmento rural e se o ROE pode se recuperar para perto de 20%.

“Acreditamos que o Banco do Brasil apresentou tendências desafiadoras no 1T25, piores do que nossas expectativas abaixo do consenso. O principal fator para esses resultados foi uma margem financeira líquida mais fraca, enquanto as tendências da qualidade dos ativos permaneceram sob pressão”, aponta o Bradesco BBI.

Olhando para o futuro, o BBI acredita que o ano começou de forma mais desafiadora do que esperávamos anteriormente, com taxas de inadimplência mais altas (pressionando as provisões) e crescimento fraco da receita (novas mudanças contábeis). Como resultado, vê riscos de queda em suas estimativas em 2025.

  • Guidance revisado – e visão para as ações também

Diante do desempenho aquém do esperado e da baixa visibilidade relacionada ao atual ciclo agrícola, a Genial Investimentos também ressalta que o Banco do Brasil anunciou a revisão de parte relevante do seu guidance, abrangendo as projeções de margem financeira (NII), custo de crédito e, consequentemente, do lucro líquido ajustado.

Diferentemente das atualizações anteriores, o banco não apresentou novos parâmetros numéricos, optando por deixar essas variáveis em aberto até uma reavaliação prevista para o 2T25, que dependerá da estabilização da inadimplência no agronegócio, potencialmente beneficiada pela colheita do período.

Diante de um cenário mais desafiador e incerto, a Genial vê possibilidade de deterioração adicional dos resultados ao longo de 2025 — especialmente com a expectativa de agravamento do ciclo de inadimplência em algumas carteiras no segundo semestre, pressões persistentes sobre a qualidade dos ativos no agronegócio e maior dificuldade de crescimento de receita. Nesse contexto, revisou a sua recomendação de compra para manutenção, além de reduzir o preço-alvo de R$ 40,30 para R$ 31,40, o que implica um upside de 6,8%.

O BBI também rebaixou as ações do BB após os resultados, passando de outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para neutro, com um preço-alvo de R$ 31, implicando em um potencial de valorização de 5% em relação aos níveis atuais.

“Nosso rebaixamento é reflexo das novas mudanças contábeis e da revisão do guidance do banco para 2025, enquanto as preocupações com a qualidade dos ativos aumentaram, com a deterioração de todos os segmentos”, avalia.

Assim, o BBI reduziu suas estimativas de lucro líquido do BB em 19% para 2025 e 2026, para R$ 32,6 bilhões e R$ 36,1 bilhões (16% abaixo do consenso da Bloomberg para 2025 e 13% abaixo para 2026), respectivamente, refletindo principalmente o crescimento mais fraco da margem financeira líquida e o aumento das despesas com provisões.

De acordo com nossas novas estimativas, espera agora um ROE de 17% para 2025, o que, considerando o custo de capital próprio do banco de 17%, parece precificado de forma justa.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão

QUER SABER COMO GANHAR MAIS?

A ADVFN oferece algumas ferramentas bem bacanas que vão te ajudar a ser um trader de sucesso

  • Monitor - Lista personalizável de cotações de bolsas de valores de vários paíeses.
  • Portfólio - Acompanhe seus investimentos, simule negociações e teste estratégias.
  • News Scanner - Alertas de notícias com palavras-chave do seu interesse.
  • Agenda Econômica - Eventos que impactam o mercado, em um só lugar.
Cadastre-se

Comentários fechados.