O Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,86 bilhões no período, alta anual de 39,3%, informou o banco. O resultado veio acima das projeções LSEG com analistas de mercado, que era de lucro de R$ 5,466 bilhões.
“Nossa melhora da rentabilidade está em curso, refletindo a combinação de avanços operacionais e benefícios do plano de transformação. As perspectivas para o restante do ano seguem em linha com o guidance atual”, afirma a administração em comunicado que apresentou os resultados.
Já o lucro líquido contábil foi de R$ 5,8 bilhões no primeiro trimestre de 2025, com alta de 37,8% na comparação anual e avanço de 17,6 contra o último trimestre de 2024.
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A margem do banco com clientes, que reflete o ganho em operações de crédito, teve alta de 15,5% em um ano, para R$ 16,7 bilhões. O avanço se refletiu na margem financeira total do Bradesco que cresceu 13,7% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 17,233 bilhões, mesmo com queda da margem com mercado, que ficou 26,7% menor.
As receitas do banco com serviços tiveram alta de 1,3% em um ano, para R$ 9,769 bilhões. Já as despesas de provisão (PDD) expandidas caíram 2,2% em um ano, para R$ 7,642 bilhões.
O Bradesco teve retorno anualizado sobre patrimônio líquido (ROAE) de 22,4% no 1T24, com alta de 2,6 p.p. na comparação anual. A carteira de crédito do Bradesco encerrou o trimestre em R$1 trilhão, alta de 12,9% em um ano.
A inadimplência era de 4,3%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, baixa de 1,8 ponto percentual (p.p.) em um ano.
As despesas operacionais totais do Bradesco cresceram 12,3% ano a ano, mas recuaram 8,6% na comparação trimestral, para R$15 bilhões.
O índice de Basileia total do banco ficou em 15,4%, de 15,1% um ano antes e 14,8% em dezembro, enquanto índice de capital nivel 1 passou para 13%, de 12,6% um ano antes e 12,4% em dezembro.
O Bradesco deu continuidade no primeiro trimestre à estratégia de enxugamento de rede de agências, que encerrou com 2.284 unidades, de 2.704 ao final de março do ano passado. As unidades de negócios somaram 721 e os pontos de atendimento ficaram em 2.276, também mostrando reduções na comparação anual.
O negócio de seguros do banco teve lucro líquido recorrente de R$2,4 bilhões no primeiro trimestre, alta de 25,3% em relação ao mesmo período de 2024, mas queda de 3,6% no trimestre. Houve aumento nas provisões técnicas, de 11,2% em 12 meses e de 2,6% no trimestre, para R$414,3 bilhões.
Os resultados da Bradesco (BOV:BBDC3) (BOV:BBDC4) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2025 foram divulgados no dia 08/05/2025.
VISÃO DO MERCADO
O Bradesco agradou analistas com o resultado do primeiro trimestre, com o lucro de R$ 5,86 bilhões superando previsões do mercado, assim como o índice de rentabilidade ROAE de 14,4%, o que tende refletir positivamente nas ações nesta quinta-feira.
“Os dias de cão acabaram?”, escreveu a equipe do Citi no título do relatório sobre os números, ainda na véspera, poucas horas após a divulgação do balanço, que considerou positivo.
“Ao contrário dos trimestres anteriores, este é talvez o primeiro trimestre em que a tendência de receita orgânica sugere uma melhora estrutural, sem saltos relevantes em nenhuma das linhas restantes”, afirmaram Gustavo Schroden e equipe.
Os analistas do Citi ponderaram que o Bradesco continua com desafios pela frente, já que as receitas e despesas não decorrentes de juros devem continuar pressionando os resultados.
“Mas reconhecemos que os esforços do banco estão começando a dar frutos com um perfil de risco mais equilibrado”, afirmaram. “No geral, uma leitura construtiva para a recuperação e credibilidade do Bradesco”, acrescentaram.
Desde que assumiu a presidência-executiva do Bradesco no final de 2023, Marcelo Noronha tem comandado um “plano de transformação” no banco, prometendo entregar um grupo cada vez mais competitivo, em um ritmo “step by step”.
Um dos principais focos de atenções de analistas está voltado para o retorno sobre o patrimônio líquido (ROAE), que tem mostrado melhora gradual desde o ano passado, após chegar a 6,9% no quarto trimestre de 2023.
Em meio à avaliação de que o ROAE segue distante do potencial, bem como abaixo do custo de capital próprio (CoE), analistas também veem tendências benignas, como a qualidade dos ativos sob controle e a melhora nos níveis de capital.
No primeiro trimestre, o capital nível 1 ficou em 13%, com crescimento de 0,6 ponto percentual em relação a dezembro de 2024, enquanto o índice de capital principal aumentou de 10,5% para 11,1% neste trimestre.
A equipe de analistas JPMorgan também destacou positivamente o comportamento da margem financeira (+13,7% ano a ano), além de “forte crescimento no crédito (+12,9%) e despesas gerais e administra abaixo das projeções (+3,7%), entre outros pontos.
“Tendências melhores em geral”, afirmaram Yuri Fernandes e equipe em relatório, chamando a atenção, para dados de captação, principalmente na linha de recursos de clientes, que recuou 1,3% na base trimestre e subiu “apenas” 3,9% ano a ano.
Os analistas do JPMorgan escreveram que o dado ficou “bem abaixo do crescimento do crédito” e que querem entender melhor o declínio nos depósitos à vista – de 25,5% em relação ao quarto trimestre ao ano passado e de 18,9% em 12 meses.
COMPLEXO
Apesar dos números do primeiro trimestre mais fortes do que o esperado por analistas, o Bradesco manteve projeções para 2025, afirmando que o crescimento das receitas será a principal razão de melhora da nossa rentabilidade no ano.
“Acreditamos que o banco provavelmente se aproximará do limite superior de suas projeções”, afirmaram analistas do BTG Pactual, esperando uma reação positiva das ações nesta quinta-feira, principalmente após o desempenho fraco dos últimos dias.
Na véspera, as ações preferenciais do banco fecharam em queda de 1,5%, no quarto pregão seguido negativo, período em que acumulou um declínio de 4,9%.
O rival Itaú Unibanco (ITUB4), que divulga seu balanço do primeiro trimestre após o fechamento nesta quinta-feira, terminou a quarta-feira com elevação de 1,1% nas PNs, somando uma perda de 1,5% nas últimas quatro sessões.
A equipe do BTG Pactual ressaltou, contudo, que o Bradesco está passando por uma transformação significativa, e, dado o tamanho e a complexidade do banco, é provável que este seja um processo gradual de longo prazo.
“Como tal, tirar conclusões fortes com base em um único trimestre pode ser enganoso – algo que vimos acontecer mais de uma vez nos últimos anos”, ponderaram Eduardo Rosman e equipe, reiterando recomendação neutra para as ações.
JPMorgan e Citi também mantiveram suas classificações neutra e neutra/alto risco para os papéis.
O Bradesco ainda anunciou renovação em seu programa de recompra de ações, com validade de 18 meses, e meta de aquisição de até 106.584.881 papéis.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão
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