A Hapvida apresentou lucro líquido ajustado de R$ 416,4 milhões no primeiro trimestre do ano, queda de 15,8% ante o mesmo período de 2024. No critério sem ajuste, a companhia teve lucro de R$ 54,3 milhões, recuo de 34,9% na mesma comparação.
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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ajustado ficou em R$ 1,003 bilhão no primeiro trimestre, alta de apenas 0,5% na comparação anual. A margem Ebitda ajustado ficou em 13,4%, queda de 0,9 ponto porcentual na base anual.
A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 7,499 bilhões entre janeiro e março, 7,3% acima do visto nos mesmos meses de 2024. A receita líquida foi impulsionada principalmente pelo crescimento da linha de Planos de Saúde – resultado dos reajustes de preços e da recomposição dos tickets médios.
O resultado financeiro da companhia totalizou uma despesa líquida de R$ 311,4 milhões no primeiro trimestre, 21,6% maior frente ao mesmo trimestre de 2024.
As Despesas Administrativas Caixa & Vendas do 1T25 atingiram R$1.253,9 milhões (16,7% ROL), redução de 0,3p.p. e 7,9p.p. na comparação, respectivamente, com o 1T24 e 4T24.
As despesas de Vendas totalizaram R$ 558,0 milhões, apresentando diluição de 0,5p.p (%ROL) quando comparadas com o 1T24 e R$ 6,7 milhões acima do 4T24.
O Fluxo de Caixa Livre foi positivo em R$ 570,3 milhões e a Geração de Caixa Operacional foi de R$ 872,0 milhões, representando 86,4% do Ebitda Ajustado 1T25.
A dívida líquida atingiu R$ 4,164 bilhões ao fim de março, uma redução de 5,7% frente ao fim de março de 2024, com uma alavancagem de 0,98 vez (relação da dívida líquida com o Ebitda ajustado), ante 1,18 vez na mesma comparação.
Sinistralidade Caixa
A sinistralidade caixa da Hapvida, por sua vez, chegou a 68,6% no primeiro trimestre, um aumento de 0,7 p.p. em comparação ao quarto trimestre e ao primeiro trimestre de 2024, frutos dos procedimentos assistenciais provenientes de ações judiciais. Excluindo esse efeito, a sinistralidade caixa teria sido de 67 6%.
“A sinistralidade caixa do primeiro trimestre apresenta comportamento alinhado aos padrões históricos de utilização do segmento para primeiros trimestres, com elevação nos números de atendimentos em comparação aos quartos trimestres, em função do início sazonal das viroses e arboviroses. Não foram identificados, até o momento, grandes diferenças quanto ao momento de início, volume ou complexidade dos atendimentos usuais para o período”, disse a companhia.
Segundo a Hapvida, o resultado reflete os níveis de utilização inerentes do segmento para quartos trimestres, refletindo a redução da demanda por atendimentos no mês de dezembro por conta dos feriados de fim de ano e sem eventos atípicos como deslocamento de viroses.
Os resultados da Hapvida (BOV:HAPV3) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2025 foram divulgados no dia 12/05/2025.
VISÃO DO MERCADO
A Hapvida apresentou algumas sinalizações importantes que guiam uma disparada das ações após o balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25).
A XP Investimentos avalia que a Hapvida teve uma melhoria em seus números devido a uma melhor dinâmica de sinistralidade e provisões. Às 10h23 (horário de Brasília) desta terça-feira (13), a ação da operadora de saúde disparava 11,30%, cotada a R$ 2,66.
Para a Genial Investimentos, a Hapvida apresentou um resultado dentro do esperado em receita, mas com margens ainda pressionadas pela elevação dos custos assistenciais e pelo impacto das ações judiciais. Contudo, houve desaceleração nas ações judiciais (provisões mais depósitos judiciais). O trimestre marcou a continuidade da estratégia de recomposição de preços, o que garantiu crescimento da receita mesmo em um cenário desafiador para a base de beneficiários, que recuou no período.
Apesar da pressão sobre as margens, a companhia manteve uma geração de caixa robusta e terminou o trimestre com alavancagem abaixo de 1,0 vez a relação entre dívida líquida/Ebitda, mostrando solidez financeira para seguir com o plano de longo prazo. “A gestão destacou a conclusão da maior integração sistêmica da história da companhia, reforçando o compromisso com a captura de sinergias operacionais”, aponta.
Para os analistas da casa, o ambiente segue desafiador, mas a companhia demonstrou resiliência em suas operações, especialmente na disciplina de preços e na manutenção da alavancagem sob controle. “Seguimos monitorando os impactos da judicialização nos resultados e o comportamento da base de clientes ao longo dos próximos trimestres”, reforça.
Já para o Bradesco BBI, os resultados foram mistos e em linha com as suas estimativas do Bradesco BBI, com destaque para a queda de 0,3 ponto percentual na sinistralidade médica (caixa) no trimestre.
O BBI destaca também a queda de 33% nos novos depósitos judiciais cíveis líquidos e as despesas gerais e administrativas, excluindo contingências 8% abaixo do esperado.
Por outro lado, os destaques negativos foram o crescimento de apenas 0,4% da receita em relação ao trimestre anterior, devido principalmente à queda de 0,5% no ticket médio do segmento corporativo e à perda líquida de 70 mil vidas, além da margem Ebitda 0,2 ponto percentual (pp) abaixo do esperado, refletindo o reembolso do SUS, despesas com vendas e contingências.
Após estes resultados, o BBI avalia que todos os olhos estarão voltados para a sinistralidade no 2T25, devido a uma potencial menor utilização atípica no 1T25 (sazonalmente menor), em linha com a sinistralidade menor do que o esperado registrada por todos os pares listados.
O BBI reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 3,30, em função principalmente do valuation, com as ações negociando a 10,6 vezes e 8,5 vezes o múltiplo Preço/Lucro para 2025 e 2026, respectivamente.
O Morgan Stanley também reforça que os novos depósitos finalmente recuaram em relação ao trimestre anterior. Na visão da instituição, ainda é cedo para afirmar que esses volumes atingiram um patamar estável, embora a desaceleração represente um sinal positivo. Operacionalmente, os resultados ficaram em linha com as estimativas do banco, com receitas abaixo do esperado sendo compensadas por margens superiores às previstas.
O banco americano reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 4.
Na mesma linha que BBI e Morgan, o Itaú BBA comenta que a empresa reportou tendências de melhora na questão dos depósitos judiciais, com novos depósitos líquidos totalizando R$ 136 milhões, o que representa uma desaceleração significativa em relação ao trimestre anterior e é melhor do que nossas projeções. Além disso, houve um aumento no índice de cobertura de ações cíveis, o que pode ser visto como um sinal de alívio para os investidores.
Segundo BBA, outro aspecto positivo dos resultados foi a forte geração de caixa, com uma conversão de EBITDA de 86%, levando a uma redução substancial da dívida líquida em relação ao trimestre anterior.
Na visão do BBA, os resultados são vistos como um fator de redução de risco nas ações cíveis, que têm pesado sobre as ações. Isso aponta para uma desaceleração no impacto futuro no resultado e na geração de caixa. O BBA manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 4,20.
O BTG viu os resultados como positivos, com o EBITDA ajustado de R$ 1,004 bilhão superando em 15% suas estimativas, e margem EBITDA de 13,4%. A sinistralidade caixa (MLR) melhorou para 67,6% (-30bps t/t), e houve redução relevante nas provisões para contingências, o que reforça a eficácia das iniciativas da companhia em conter ações judiciais e otimizar custos médicos.
O lucro líquido ajustado foi de R$416 milhões, acima das estimativas do BTG. O fluxo de caixa operacional após capex foi sólido (R$570 milhões), permitindo redução de R$ 370 milhões na dívida líquida, que fechou o trimestre em R$ 4,16 bilhões. “Apesar da retração do lucro líquido, os fundamentos se mostram mais sólidos e sustentam a recomendação de compra, com expectativa de retomada do crescimento orgânico ao longo do ano”, explica BTG.
O BTG reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 4.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão
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