O Ibovespa encerrou em firme alta na sessão desta quinta-feira, renovando máxima recorde intradiária, impulsionado pela leitura dos investidores a respeito do possível fim de ciclo de aperto monetário pelo Banco Central, além de resultados corporativos sólidos pelas companhias locais, e rali nos Estados Unidos desencadeado por falas do presidente Donald Trump.
O Índice Bovespa fechou com alta de 2,12%, aos 136.231 Pontos, com Bradesco e Azzas entre os destaques, após balanços. No melhor momento da sessão, o Ibovespa subiu mais de 3%, e renovou máxima histórica intradiária, aos 137.634 pontos. Foi o maior avanço diário do Ibovespa desde 9 de abril. O volume de negociação foi de R$27,9 bilhões, significativamente acima da média dos últimos 50 pregões, de R$17,7 bilhões.
Os vértices longos da curva de juros encerraram em queda de até 9,8 pontos-base, com o mercado interpretando a decisão de véspera do Comitê de Política Monetária (Copom) como indicador do fim do ciclo de aperto monetário. No entanto, o viés “higher for longer” embutido no comunicado, ou seja, um juro elevado por período prolongado, pressionou para cima os vértices curtos da curva de juros.
Além disso, o Tesouro Nacional vendeu todos os títulos públicos ofertados no leilão de hoje, sendo 19 milhões de LTNs e 3 milhões de NTN-Fs.
Ao fim do dia, o dólar futuro operava em queda de 1,27%, cotado a R$5,697, na contramão do índice Dólar DXY, que mede o desempenho da moeda americana ante uma cesta de divisas, que avançava 0,77%, aos 100,6 pontos. O real registrou a segunda melhor performance ante o dólar em uma cesta de 23 divisas observadas pela Mover, favorecido por viés, entre operadores, de carry trade atrativo após alta da Selic.
Entre os indicadores econômicos, investidores avaliaram os dados da inflação ao produtor de março, que recuaram 0,62% na base mensal – no segundo mês de declínio consecutivo. Nessa comparação, 10 das 24 atividades industriais tiveram diminuição de preços. Já no acumulado de 12 meses, a leitura ficou em 8,37%, uma redução em relação aos 9,41% registrados em fevereiro.
O dado de inflação ao produtor antecede a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, que será divulgado amanhã, com o mercado aguardando uma desaceleração do ritmo de alta na base mensal.
Operadores ainda repercutem a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que elevou a taxa básica de juros, a Selic, em 50 pontos-base, a 14,75% maior nível nominal desde 2006, em linha com consenso do mercado, e citou necessidade de cautela e flexibilidade para a próxima decisão, de junho, em meio ao estágio avançado do ciclo de aperto monetário, bem como seus impactos.
Ainda que tenha tido leitura ligeiramente divergente entre agentes de mercado a respeito do tom do comunicado – com o Copom deixando em aberto a possibilidade de uma alta residual, de 25 pontos-base, ou manutenção do juro na próxima decisão, a linguagem adotada abriu espaço para leitura de proximidade do fim do ciclo de aperto monetário.
“O cenário-base parece ser o de estabilidade da taxa básica de juros na próxima reunião. Uma alta de 25 pontos-base ocorreria apenas no caso de uma piora relevante do balanço de riscos”, avaliou Sérgio Goldenstein em publicação no “X”. Ele também atentou que o Copom prescreveu uma política monetária em patamar “significativamente contracionista por período prolongado” – sugerindo a estratégia de de juros longos por período elevado, mas não necessariamente a de um juro ainda mais contracionista (nova altas).
Já o Itaú avaliou que o Copom adotou postura mais cautelosa ao reconhecer os efeitos do ambiente externo, estabelecendo uma “barra relativamente alta” para um novo aumento da Selic adiante. Na véspera, o Copom deixou de classificar balanço de riscos como assimétrico altista, e passou a vê-lo como simétrico, reescrevendo os fatores baixistas.
O Copom passou a atentar para o risco de uma desaceleração global “mais pronunciada”, decorrente do choque de comércio e de um cenário de “maior incerteza”. Também adicionou novo risco baixista – uma redução nos preços das commodities, com efeitos desinflacionários – que não havia sido incorporado até então em seu balanço.
Embora o Banco Central indique uma estratégia de juros elevados por um período prolongado, o tom levemente mais brando pode levar o mercado a antecipar a discussão sobre um eventual início de corte de juros, na visão do Itaú.
Segundo o Itaú, a sinalização do BC de que a política monetária exige cautela adicional — devido à incerteza externa, ao estágio avançado do ciclo e aos efeitos defasados das altas anteriores — reforça a ideia de que, caso ocorra um novo aumento da Selic, ele deverá ser de apenas 0,25 ponto percentual.
No noticiário corporativo, destaque para o Bradesco, que saltou na sessão de hoje, registrando a maior alta diária desde março de 2020, após reportar aumento anual de 39,3% no lucro. O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) avançou 4,2 pontos percentuais na comparação anual e 2,4 p.p na base trimestral, rompendo a casa dos 13% e indo a 14,4%, enquanto a maioria dos analistas esperavam por estabilidade.
Os resultados vieram acima das projeções do mercado e os executivos afirmaram que “a melhora da rentabilidade está em curso, refletindo a combinação de avanços operacionais e benefícios do plano de transformação. As perspectivas para o restante do ano seguem em linha com o guidance atual”.
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A XP avaliou como sólido o resultado do Bradesco, destacando que o banco superou suas estimativas e o consenso. O lucro ficou 10% acima do previsto, impulsionando o retorno sobre o patrimônio (ROE) e evidenciando forte recuperação da rentabilidade. Segundo a XP, o desempenho representa entrega consistente e deveria gerar reação positiva dos investidores. O BB Investimentos elevou recomendação das ações para ´compra´ após o balanço.
Operadores ainda reagiram a balanços de Ambev e Smart Fit, divulgados hoje, e Ultrapar, Rede D’Or, BrasilAgro, Minerva, Ultrapar, C&A, Azzas, Vivara, Taesa e outros, que reportaram na noite de ontem.
Investidores também calibraram expectativas para os resultados do primeiro trimestre de CSN, CSN Mineração, Inter, Sanepar, Energisa, Itaú, Suzano, 3 Tentos, Randon, Cogna, B3, Petz, MRV, Magazine Luiza, Lojas Renner e entre outros, que serão divulgados após o encerramento do pregão.
Entre as ações, as maiores contribuidoras do Índice Bovespa foram as PN de Bradesco, ON de Bradesco e UNITS do BTG Pactual, que avançaram 15,6%, 8,37% e 6,06%, respectivamente.
Entre destaques nas altas percentuais do Ibovespa, figuravam as ON de Azzas, PN de Bradesco e ON de Bradesco, que subiram 22,0%, 15,6% e 14,0%, na sequência.
Na ponta negativa, destaque para as ON de Vale, Ultrapar e BBSeguridade, que recuaram 0,3% 3,69% e 2,6%, na mesma ordem.
Os futuros do petróleo Brent com vencimento em julho operavam em alta de 3,14%, aos US$63,0 por barril, impulsionados pelas esperanças de um avanço nas iminentes negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China, os dois maiores consumidores de petróleo do mundo.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, irá se reunir com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, neste fim de semana na Suíça.
Os preços do minério de ferro caíram 2,73% na última madrugada em Dalian, com os investidores avaliando as perspectivas de enfraquecimento da demanda em meio a novas expectativas de cortes na produção de aço bruto na China, principal consumidor.
Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
02/05/2025 | 0,05% | 135.133,88 | R$ 24,2 bilhões |
05/05/2025 | -1,22% | 133.491,23 | R$ 21,5 bilhões |
06/05/2025 | 0,02% | 133.515,82 | R$ 22,0 bilhões |
07/05/2025 | -0,09% | 133.397,52 | R$ 19,5 bilhões |
08/05/2025 | 2,12% | 136.231,90 | R$ 34,6 bilhões |
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
Ambev (ABEV3)
A Ambev reportou lucro líquido de R$ 3,804 bilhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25), mantendo-se estável em relação ao lucro reportado no mesmo intervalo de 2024. Saiba mais…
Auren (AURE3)
A Auren reportou lucro líquido de R$ 54 milhões, contra resultado líquido de R$ 151,3 milhões no primeiro trimestre de 2024, informou a companhia, controlada por Votorantim e CPP Investments, em relatório de resultados. Saiba mais…
Automob (AMOB3)
A Automob reportou prejuízo líquido de R$ 35,3 milhões, ampliando a perda em relação aos R$ 4,7 milhões negativos registrados no mesmo período do ano anterior (1T24), refletindo principalmente o aumento das despesas financeiras. Saiba mais…
Azzas 2154 (AZZA3)
A Azzas 2154 teve lucro líquido recorrente de R$ 117,7 milhões no primeiro trimestre, alta de 15,6% em comparação com os primeiros três meses de 2024, informou a companhia, em desempenho acima do esperado pelo mercado. Saiba mais…
Bradesco (BBDD4)
O Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,86 bilhões no período, alta anual de 39,3%, informou o banco. O resultado veio acima das projeções LSEG com analistas de mercado, que era de lucro de R$ 5,466 bilhões. Saiba mais…
BrasilAgro (AGRO3)
A BrasilAgro, que atua na produção e comercialização de grãos e fibras, bioenergia e também na compra e venda de propriedades rurais, registrou prejuízo líquido de R$ 1,093 milhão no terceiro trimestre do ano agrícola 2024/25 (3T25), encerrado em 31 de março, informou a companhia. O resultado representa redução em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a perda foi de R$ 30,147 milhões. Saiba mais…
C&A (CEAB3)
A C&A registrou lucro líquido de R$ 4,1 milhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25), o que representa uma queda de 94,3% no lucro do mesmo período de 2024. Saiba mais…
Desktop (DESK3)
Desktop reportou lucro líquido ajustado de R$ 41 milhões, uma queda de 5% em relação ao mesmo período de 2024 (1T24), impactado por maiores despesas financeiras. Saiba mais…
Eletromídia (ELMD3)
A Eletromídia reportou lucro líquido ajustado de R$ 39,3 milhões no primeiro trimestre de 2025, representando um crescimento expressivo de 77,8% em relação ao mesmo período de 2024. A margem líquida ajustada saltou de 9,1% para 12,7%, um incremento de 3,6 pontos percentuais. Saiba mais…
Engie (EGIE3)
A Engie Brasil reportou lucro líquido de R$ 826 milhões no primeiro trimestre, queda de 51% em relação aos primeiros três meses de 2024, conforme relatório de resultados do período. Saiba mais…
Fras-le (FRAS3)
No primeiro trimestre de 2025 (1T25), a Fras-le registrou lucro líquido de R$ 70 milhões, queda de 35,9% em relação ao mesmo período de 2024, pressionado principalmente por efeitos não recorrentes e base de comparação elevada.
Gol (GOLL4)
A GOL anunciou que chegou a um acordo com a Whitebox, representando detentores de Títulos Sêniores Conversíveis de 3,75% com vencimento em 2024. O acordo resolve consensualmente uma disputa relacionada à contraprestação a ser fornecida aos detentores desses títulos sob o plano de reorganização da companhia no Chapter 11. Saiba mais…
Guararapes (GUAR3)
O Grupo Guararapes, dono da marca Riachuelo, encerrou o primeiro trimestre de 2025 com prejuízo líquido de R$ 26 milhões, uma redução de 77,2% em relação à perda de igual período do ano passado. Saiba mais…
Grupo Multi (MLAS3)
O Grupo Multi apresentou uma forte recuperação no primeiro trimestre de 2025, registrando um lucro líquido de R$ 64,6 milhões, revertendo os prejuízos reportados tanto no quarto trimestre de 2024 quanto no primeiro trimestre do ano anterior. Saiba mais…
Iochpe Maxion (MYPK3)
A Iochpe Maxion divulgou seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2025, destacando uma queda significativa no lucro líquido. O resultado, que caiu 78,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior, passou de R$ 50,3 milhões para R$ 10,9 milhões. A performance foi impactada principalmente pelo aumento dos custos financeiros e pela alta carga tributária, de acordo com a empresa. Saiba mais…
Lavvi (LAVV3)
A incorporadora Lavvi terminou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 86,9 milhões, aumento de 24% sobre o mesmo período do ano passado. Saiba mais…
Mills (MILS3)
A Mills registrou um lucro de R$ 67,8 milhões no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 0,24% em relação ao mesmo período do ano passado. Saiba mais…
Minerva (BEEF3)
A Minerva teve lucro líquido de R$ 185 milhões no primeiro trimestre, revertendo prejuízo de R$ 186,2 milhões apurado no mesmo período um ano antes, embora o desempenho não tenha atendido às expectativas do mercado. Saiba mais…
Mobly (MBLY3)
A Mobly informou que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) enviou um ofício à Regain Participações e Paul Jean Marie Dubrule, solicitando esclarecimentos sobre a oferta pública voluntária para aquisição do controle da companhia, cujo leilão está previsto para a próxima quinta-feira (15). Saiba mais…
Movida (MOVI3)
A Movida, locadora de veículos do Grupo Simpar, registrou lucro líquido R$ 78,5 milhões no primeiro trimestre de 2025, com alta de 61,5% na comparação com o mesmo período de 2024. O lucro bateu recorde e foi o maior número dos últimos dois anos para a Movida. Saiba mais…
MPM Corpóreos (ESPA3)
A MPM Corpóreos, dona da marca Espaçolaser, reportou forte crescimento no lucro do primeiro trimestre, em resultado marcado por receita líquida recorde, melhora em margens e queda no endividamento. Saiba mais…
Rede D’or (RDOR3)
O grupo de saúde Rede D’Or divulgou lucro líquido de R$ 1,07 bilhão no primeiro trimestre, crescimento de 27,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Saiba mais…
Taesa (TAEE11)
A Taesa reportou lucro líquido regulatório de R$ 188,3 milhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25), montante 0,7% inferior ao reportado no mesmo intervalo de 2024. Saiba mais…
Ultrapar (UGPA3)
O conglomerado industrial Ultra teve lucro líquido de R$ 363 milhões de janeiro ao final de março, uma queda de 20% sobre o desempenho de um ano antes e abaixo da expectativa média do mercado. Saiba mais…
Valid (VLID3)
A Valid reportou lucro líquido de R$ 73,4 milhões no 1T25, queda de 54,5% em relação ao mesmo trimestre de 2024. Saiba mais…
Vivara (VIVA3)
A rede de joalherias Vivara encerrou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 115,039 milhões, o que representa um crescimento de 221,3% ante o registrado no mesmo intervalo de 2024. Saiba mais…
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