A Novo Nordisk (NYSE:NVO) anunciou a saída do CEO Lars Fruergaard Jørgensen após oito anos no comando. A decisão ocorre em meio à crescente pressão da concorrência no mercado de medicamentos para obesidade e ao forte recuo nas ações da companhia, que caíram 59% desde o pico em junho de 2024.

As ações reagiram negativamente à notícia, menos 4% na verificação feita no início da tarde de sexta-feira, 16 de maio de 2025. A Novo Nordisk também é negociada na B3 através da BDR (BOV:N1VO34). Simultaneamente, as BDRs N1VO34 recuavam 3,8%, cotadas a R$ 45,24 reais.

Durante a gestão de Jørgensen, a farmacêutica se tornou a empresa mais valiosa da Europa, alcançando US$ 615 bilhões em valor de mercado. No entanto, com o declínio recente nas vendas do Wegovy e a perda de participação para a Eli Lilly (NYSE:LLY) (BOV:LILY34), o valor caiu para cerca de US$ 310 bilhões.

A saída do CEO foi motivada pela combinação de desafios clínicos, dificuldades na cadeia de suprimentos, concorrência de produtos manipulados e o fraco desempenho da nova droga CagriSema, que não atingiu a meta de perda de peso de 25% prometida aos investidores.

Analistas e investidores demonstraram surpresa com a mudança, pois a empresa historicamente preza por estabilidade na liderança.

Jørgensen permanecerá por um período para apoiar a transição, enquanto a Novo inicia a busca por um novo CEO.

Desde o início do ano, a Novo Nordisk já cortou suas projeções de vendas e lucro, enfrentando obstáculos tanto na produção quanto na distribuição dos medicamentos para obesidade nos EUA, seu maior mercado. Farmácias de manipulação agravaram o cenário com cópias legais do Wegovy.

O ex-CEO Lars Rebien Sørensen, hoje presidente da Fundação Novo Nordisk, reassume papel como observador no conselho. A empresa reforça que pretende continuar expandindo o mercado, mas uma boa parte dos analistas veem a Eli Lilly como líder na corrida da perda de peso.