A Eli Lilly (NYSE:LLY) anunciou a aquisição da Verve Therapeutics (NASDAQ:VERV), uma startup de biotecnologia especializada em edição genética, por US$ 1,3 bilhão. O acordo diversificará seu pipeline de tratamentos de sucesso para diabetes e perda de peso para terapias cardiovasculares de última geração.

As duas empresas já mantinham parceria desde 2023 no desenvolvimento de terapias para reduzir o colesterol, baseadas na edição genética de genes como PCSK9, ANGPTL3 e LPA. Com a compra, a Lilly assume controle total desses programas, incluindo o VERVE-102, candidato que usa uma nova nanopartícula lipídica.

O VERVE-102 é uma terapia experimental que tem como alvo pacientes com hipercolesterolemia familiar, uma doença genética que causa altos níveis de colesterol LDL. Dados preliminares indicam que o medicamento reduziu o colesterol de forma eficaz e sem os problemas de segurança que afetaram versões anteriores.

Pelo contrato, a Lilly pagará US$ 10,50 por ação da Verve, além de até US$ 3 adicionais por papel, vinculados ao avanço de marcos clínicos do VERVE-102, caso passe para a fase 3 de testes nos EUA dentro de 10 anos. A oferta representa um prêmio de 115% sobre o fechamento anterior da Verve.

Com o anúncio, as ações da Verve saltavam 81,3% na hora final de negociação do pregão de terça-feira (17), enquanto os papéis da Lilly recuavam 1,7%. A Eli Lilly também é negociada na B3 por meio da BDR (BOV:LILY34), que simultaneamente caía 1,3%, cotada a R$ 145,74.

Os atuais blockbusters da carteira da Lilly, o Zepbound e o Mounjaro, juntos devem gerar mais de US$ 30 bilhões em 2025. A aquisição da Verve também segue as compras da Scorpion Therapeutics e da SiteOne Therapeutics.

Alguns analistas se mostram céticos sobre o retorno imediato desse investimento diante da existência de outros tratamentos eficazes para colesterol no mercado, como os desenvolvidos pela Merck (NYSE:MRK) (BOV:MRCK34) e AstraZeneca (NASDAQ:AZN) (BOV:A1ZN34).

Ainda assim, o acordo foi visto como positivo para o setor de edição genética. O negócio deve ser concluído no terceiro trimestre de 2025.