As ações da Taurus registravam forte queda nesta segunda-feira (28), após declarações do presidente-executivo da companhia, Salesio Nuhs. Segundo ele, se a medida for mantida, a empresa poderá transferir toda a sua produção para os Estados Unidos.

Em entrevista ao programa Tá na Hora, do site Berlinda, Nuhs afirmou que a manutenção da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, proposta pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump, pode inviabilizar completamente a operação da fabricante de armas no Brasil.

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Por volta das 12h25 (horário de Brasília), os papéis da Taurus (BOV:TASA3) (BOV:TASA4) recuavam 4,22%, negociados a R$ 4,99.

A fala do executivo reflete a preocupação com o impacto da taxação sobre as exportações da empresa, que em 2024 somaram mais de US$ 528 milhões (R$ 2,9 bilhões), com produtos enviados a 85 países. Os Estados Unidos responderam por US$ 324 milhões — cerca de 61% das vendas externas da companhia.

Apesar da importância do mercado norte-americano, apenas 24% das armas vendidas nos EUA são produzidas localmente, na unidade da Taurus em Bainbridge, na Geórgia. Mesmo assim, a operação ainda depende de peças importadas do Brasil, o que também a torna vulnerável à tarifa de 50%.

“Se realmente perdurar essa questão da taxação de 50%, várias empresas e segmentos no Brasil ficarão inviabilizados. Ela não significa simplesmente diminuir margem. Significa inviabilidade total. Não existe margem que possa cobrir uma taxação de 50%”, declarou Nuhs.

O executivo, que comanda uma das empresas mais próximas do ex-presidente Jair Bolsonaro, responsabilizou a falta de habilidade do governo federal nas negociações com Trump pela possível crise no setor e pela perda de empregos no país.

De acordo com ele, a eventual transferência da produção para os EUA poderia resultar na eliminação de até 15 mil postos de trabalho no Rio Grande do Sul, incluindo cerca de 3 mil empregos diretos na fábrica de São Leopoldo.