A Tecnisa espera abater aproximadamente 75% da sua dívida corporativa com o dinheiro da venda de quase todos os terrenos remanescentes no Jardim das Perdizes para a Cyrela Brazil Realty. A transação foi anunciada na noite da última sexta-feira, 27.
O Jardim das Perdizes foi a grande marca da Tecnisa na última década. O empreendimento, localizado na zona oeste da capital paulista, tem porte equivalente a de um mini bairro, com dezenas de prédios e um parque público.
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Com o alívio na dívida, a empresa terá condições de se dedicar a novos projetos com mais tranquilidade, explica o presidente da Tecnisa, Fernando Tadeu Perez, em entrevista ao Broadcast. “Esses terrenos eram a joia da coroa. Mas a Tecnisa é uma empresa muito alavancada. Preferimos dar os anéis para ficar com os dedos”, diz. A alavacangem da Tecnisa no fim do primeiro trimestre bateu em 115%.
A venda abrangeu sete lotes e todos os títulos de potencial adicional de construção (Cepacs), tendo sido acertada pelo valor de R$ 450 milhões. O negócio pode chegar a R$ 510 milhões conforme cláusulas de desempenho que levam em consideração o sucesso das vendas futuras.
Desse total de R$ 510 milhões, a Tecnisa terá direito a ficar com R$ 265 milhões, que é o valor referente à sua participação de 52% no Jardim das Perdizes. A outra grande sócia é a Hines, com 42,5%. As demais fatias estão com o fundador do grupo, Meyer Migri, familiares e investidores.
Segundo Perez, esses R$ 265 milhões serão usados para abater a dívida corporativa líquida, atualmente em R$ 385 milhões – um corte na ordem de 75%. A conclusão do negócio está prevista para acontecer no fim de outubro. Com isso estamos resolvendo o problema da nossa saúde financeira, poderemos comprar outros terrenos, lançar outros projetos e seguir a vida”, afirma Perez. Ontem, as ações da Tecnisa subiram 41%.
O presidente da Tecnisa ressalta que os terrenos são bem localizados e têm potencial para o lançamento de projetos avaliados em cerca de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões. Dois terrenos já têm projetos residenciais aprovados e prontos para lançamento.
Apesar da qualidade do ativo, a Tecnisa optou pela venda em dinheiro em vez de permuta na qual poderia se manter como sócia dos futuros empreendimentos, uma vez que a prioridade foi o ganho de liquidez. “Consideramos mais seguro pegarmos o dinheiro e nos livrar da dívida”, afirma Perez, que afirmou não ter havido desconto no preço acertado.
A Tecnisa ainda ficará com um terreno no Jardim das Perdizes, cujo projeto original previa a construção de um prédio comercial, mas isso está sob revisão.
Na visão da Cyrela, o negócio foi atrativo pela localização em um eixo de crescimento da cidade de São Paulo.
“Nós gostamos dos terrenos e da localização. Vemos um bom potencial”, afirmou ao Broadcast Miguel Mickelberg, diretor financeiro e de relações com investidores da Cyrela. O executivo disse que, por enquanto, a companhia não dará mais detalhes sobre os empreendimentos a serem erguidos ali.
Informações Broadcast
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