BRB ajusta perímetro da aquisição do Banco Master para R$ 51,2 bilhões, e ação despenca na B3

Banco de Brasília revisou o escopo da operação, ampliando os ativos e passivos excluídos da transação; papéis BSLI4 recuam 6,47% no pregão desta sexta-feira (22/08).

O Banco de Brasília – BRB (BOV:BSLI4) (BOV:BSLI3) anunciou nesta sexta-feira (22/08) ajustes relevantes no processo de aquisição do Banco Master. Após a fase de diligência, o perímetro da transação, inicialmente estimado em R$ 19,8 bilhões em ativos e passivos a serem excluídos, foi redefinido para R$ 51,2 bilhões.

A revisão reflete a complexidade da operação, que envolve a exclusão de créditos considerados de maior risco e passivos relevantes. O ajuste altera o desenho da transação e reforça a necessidade de novas etapas, como a aprovação do Banco Central, a finalização da reorganização societária do Master e auditorias independentes sobre os ativos envolvidos.

Segundo comunicado enviado à CVM, do lado do ativo foram retirados R$ 9,43 bilhões em precatórios, R$ 7,59 bilhões em operações de crédito sem garantias, além de R$ 19,48 bilhões em ações e fundos, R$ 2,47 bilhões em certificados de recebíveis imobiliários e outros R$ 12,28 bilhões em créditos classificados como de difícil recuperação.

No passivo, foram excluídos cerca de R$ 33 bilhões em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e depósitos interfinanceiros entre empresas do conglomerado Master.

Além disso, ajustes de R$ 601,9 milhões no patrimônio líquido foram realizados, concentrados em exposições tributárias e trabalhistas. Os acionistas do Banco Master também reforçaram provisões de crédito em R$ 2 bilhões, elevando a cobertura da carteira.

Com essas alterações, o ativo de partida do Master na transação foi fixado em cerca de R$ 24 bilhões. Somado ao BRB, o novo conglomerado prudencial passará a ter aproximadamente R$ 100 bilhões em ativos.

A notícia, porém, não agradou os investidores. As ações preferenciais BSLI4 do BRB recuavam 6,47%, cotadas a R$ 10,40 às 14h18. No mesmo pregão, os papéis chegaram a oscilar entre a máxima de R$ 11,00 e a mínima de R$ 10,40, após abrirem a R$ 11,00. O desempenho reflete a cautela do mercado diante da complexidade e dos riscos embutidos na operação.

O Banco de Brasília (BOV:BSLI4) é uma instituição financeira controlada pelo Governo do Distrito Federal, com atuação em crédito, investimentos e serviços bancários. A companhia vem expandindo sua relevância no setor por meio de aquisições estratégicas, como a do Banco Master, em meio à disputa crescente entre bancos médios no Brasil.

O ajuste no perímetro reforça a dimensão da operação e coloca o BRB sob os holofotes do mercado financeiro. Investidores devem acompanhar os próximos desdobramentos, já que a conclusão do negócio depende ainda de aprovações regulatórias e auditorias independentes.