(14/08/2025): Após anos tentando abrir capital sem sucesso, a incorporadora mineira BRZ encontrou um caminho alternativo para estrear na bolsa de valores. A empresa assinou um memorando de entendimento para combinar seus negócios com a Fica Empreendimentos, FIEI3, (antiga CR2), companhia listada na B3 desde 2007, mas com baixa atividade operacional nos últimos anos.
Pelo acordo, a nova empresa será formada com 85% de participação da BRZ e 15% da Fica. A marca e o nome da BRZ serão preservados, e as ações passarão a ser negociadas com um novo código na B3. “Esta é uma transformação estratégica. A BRZ leva sua escala, crescimento e modelo de negócios para o mercado de capitais, mantendo sua identidade e cultura”, afirma o presidente do conselho de administração da BRZ, Marcelo Tolentino, em nota.
Com foco no segmento popular do mercado imobiliário, especialmente no programa Minha Casa Minha Vida, a BRZ atua em 34 cidades de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2024, registrou lançamentos, vendas e receita líquida que somaram cerca de R$ 1 bilhão, com patrimônio líquido de R$ 280 milhões.
Já a Fica, que integrou a primeira onda de IPOs do setor, interrompeu novos projetos entre 2014 e 2016 devido à crise no mercado imobiliário. Diferente de companhias como PDG e Viver, que recorreram à recuperação judicial, a empresa manteve operações reduzidas em São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2024, lançou apenas um projeto, faturou R$ 2,5 milhões e encerrou o ano com patrimônio líquido de R$ 79 milhões. Entre seus ativos mais relevantes está um terreno de 2,9 milhões de metros quadrados no Rio de Janeiro, voltado ao Minha Casa Minha Vida.
A BRZ tentou um IPO em 2020, mas desistiu devido ao impacto da pandemia. Agora, com a fusão, encontra um “atalho” para acessar o mercado de capitais, apoiada por uma governança corporativa já ajustada para esse passo. “Esta operação foi cuidadosamente estruturada para gerar valor e proteger o acionista minoritário da Fica, ao mesmo tempo em que cria uma nova companhia com a reconhecida excelência operacional da BRZ no Minha Casa Minha Vida”, afirmou o presidente do conselho da Fica, Alexandre Coelho, em nota.
Empresas com foco em habitação popular (MCMV):
De modo mais específico, segundo a XP Investimentos, as que mais se beneficiam do programa Minha Casa Minha Vida são Tenda (TEND3), MRV & Co (MRVE3), Plano & Plano (PLPL3), Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3).
Além disso, um relatório do BTG Pactual destaca construtoras com foco em renda média e baixa como Cury, Direcional, Even, EZTEC, Moura Dubeux, e MRV.
A operação deve gerar expectativa positiva para os papéis da nova companhia na B3, especialmente pela perspectiva de ganho de escala e sinergias operacionais. No cenário atual do mercado financeiro, onde investidores buscam oportunidades em empresas com forte presença em programas habitacionais, o movimento pode atrair interesse de fundos e pessoas físicas.
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