O Ibovespa fechou em baixa nesta terça-feira (26), pressionado pela alta dos juros futuros em toda a curva, mesmo após o IPCA-15 de agosto registrar deflação. O índice recuou 0,21%, aos 137.729 pontos, em sessão também marcada pela repercussão internacional da decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de demitir uma diretora do Federal Reserve. O volume de negócios somou R$ 13,2 bilhões, abaixo da média dos últimos 50 pregões, de R$ 14,8 bilhões.

Na renda fixa, os vértices da curva de juros subiram até 7,5 pontos-base, em sentido contrário aos rendimentos dos Treasuries americanos. O mercado ainda acompanhou um leilão mais contido de títulos, em que o Tesouro Nacional vendeu integralmente 600 mil NTN-Bs e 843,8 mil LFTs, de 900 mil ofertadas.

O dólar futuro avançou 0,42%, cotado a R$ 5,441. Já o índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de divisas, recuou 0,16%, a 98,27 pontos. O real foi a moeda com pior desempenho entre 23 acompanhadas pela Mover.

IPCA-15: deflação preocupa pela composição

O IPCA-15 apresentou deflação de 0,14% em agosto, número superior às expectativas de queda de 0,19%. Com isso, o indicador acumula alta de 3,26% no ano e 4,95% em 12 meses, abaixo dos 5,30% observados em julho. Essa foi a maior deflação desde setembro de 2022 (-0,37%) e a primeira leitura negativa desde julho de 2023 (-0,07%).

Segundo o IBGE, os três grupos de maior peso no índice — Habitação, Alimentação e bebidas e Transportes — tiveram queda de preços. O recuo em Habitação foi puxado pela energia elétrica residencial, favorecida pelo Bônus de Itaipu creditado nas contas de agosto, ainda que vigore a bandeira vermelha patamar 2.

Apesar do resultado, analistas destacaram sinais de preocupação. O Itaú apontou que houve surpresa altista disseminada nos serviços, interrompendo a tendência de desaceleração observada em meses anteriores. O banco manteve sua projeção de inflação de 5,1% para 2025, com serviços subjacentes próximos de 7%. Já o Goldman Sachs reforçou que as pressões inflacionárias continuam generalizadas, principalmente em serviços, com núcleo acima de 6%. Para a instituição, o cenário pede cautela na condução da política monetária.

Política: Lula critica postura de Trump

No campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil não aceitará ser tratado como país “subalterno”. Ele voltou a criticar Trump pela taxação de 50% sobre produtos brasileiros e disse que o americano age “como se fosse o imperador do planeta”.

Lula também defendeu que as big techs respeitem a Constituição e a legislação brasileira. Além disso, reclamou de sanções impostas a ministros do STF e ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

Ações em destaque

Entre os papéis que mais pesaram no índice estiveram Sabesp ON (-1,96%), Itaú PN (-0,67%) e Petrobras PN (-0,72%). Nas maiores quedas percentuais apareceram MRV ON (-3,43%), Raízen PN (-2,86%) e Yduqs ON (-2,45%).

Na ponta oposta, Minerva ON e GPA ON avançaram 3,13% cada, enquanto Vibra ON ganhou 3,11%.

Commodities

O petróleo Brent caiu 2,15%, a US$ 67,32 o barril, apagando os ganhos da véspera, em meio à falta de avanços em negociações de paz na Ucrânia e preocupações sobre a oferta de combustível russo. Mais cedo, Trump sugeriu sanções e tarifas adicionais como saída para encerrar o conflito, chegando a mencionar “algo muito sério” em relação ao presidente russo Vladimir Putin.

O minério de ferro em Dalian recuou 0,70%, a US$ 108,41 por tonelada, enquanto o ouro avançou 0,74%, a US$ 3.389 por onça-troy, no maior nível desde 11 de agosto, impulsionado pela incerteza envolvendo o Fed.

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

   Americanas (AMER3)

   A Americanas SA anunciou nesta terça-feira (26/08) a eleição de Fernando Dias Soares como novo diretor-presidente da varejista, com início previsto para 1º de outubro. Soares chega ao cargo após atuar como vice-presidente de Operações desde setembro do ano passado e trazer experiência como ex-CEO da Domino’s Pizza no Brasil. Saiba mais…

   B3 (B3SA3)

   A Superintendência-Geral (SG) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) instaurou nesta segunda-feira (25/08) um processo administrativo contra a B3, acusando a companhia de práticas anticoncorrenciais no mercado de infraestrutura financeira. Segundo a análise, a operadora da bolsa de valores estaria criando barreiras artificiais que dificultam a entrada da Central de Serviços de Registro e Depósito aos Mercados Financeiro e de Capitais S.A. (CSD BR). Saiba mais…

   Banco do Brasil (BBAS3)

   O Banco do Brasil entrou em uma situação delicada envolvendo rumores de sanções internacionais. A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou à Polícia Federal pedido de abertura de investigação para apurar a disseminação de fake news que indicavam possíveis sanções dos Estados Unidos contra a instituição, ligadas à aplicação da Lei Magnitsky sobre o ministro Alexandre de Moraes. O objetivo, segundo a AGU, é prevenir impactos negativos sobre a confiança dos clientes e do mercado financeiro. Saiba mais…

   Braskem (BRKM5)

   O futuro da Braskem S.A. voltou a ficar incerto nesta terça-feira (26/08), após a desistência do empresário Nelson Tanure de assumir o controle da petroquímica. A gestora IG4, especializada em reestruturação, agora negocia com bancos credores para formar um novo modelo de governança, enquanto a companhia planeja a venda de suas unidades industriais nos Estados Unidos. Saiba mais…

   Hapvida (HAPV3)

   A Hapvida Participações, uma das maiores operadoras de planos de saúde e odontológicos do Brasil, comunicou nesta segunda-feira (25/08) que assinou contrato vinculante para a compra do Hospital de Oncologia do Méier, pertencente ao grupo Oncoclínicas. O negócio foi avaliado em cerca de R$ 5,3 milhões, sujeito a ajustes por dívida líquida e capital de giro no fechamento da operação. Saiba mais…

   Itaúsa (ITSA4)

   A Itaúsa Investimentos Itau SA anunciou nesta terça-feira (26/08) sua 8ª emissão de debêntures não conversíveis em ações, no valor de R$ 1 bilhão. A operação, somada a R$ 250 milhões em recursos próprios, será destinada ao resgate antecipado da 6ª emissão da companhia, de R$ 1,25 bilhão, visando reduzir o custo da dívida e alongar prazos de vencimento. Saiba mais…

   Petrobras (PETR3/PETR4)

   A Petrobras voltou ao centro das atenções nesta terça-feira (26/08) após o presidente da Nigéria, Bola Tinubu, declarar que a estatal brasileira poderá retornar rapidamente ao país africano. A fala ocorreu durante coletiva de imprensa em Brasília, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em visita oficial voltada ao fortalecimento de laços comerciais e energéticos. Saiba mais…

   Sequoia (SEQL3)

   A Sequoia Logística e Transportes S.A. informou na noite de segunda-feira (25/08) que a divulgação do seu balanço referente ao primeiro trimestre de 2025 será realizada no dia 1º de setembro. A  mudança se deve à “necessidade de conclusão das negociações em curso com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional”, conforme comunicado ao mercado. Saiba mais…

   Veste (VSTE3)

   A Veste S.A. Estilo comunicou nesta terça-feira (26/08) a renúncia de Fernando Pedroso dos Santos ao cargo de Diretor Financeiro. Em decisão rápida, o Conselho de Administração aprovou a eleição de Elisa Bastos de Lima para acumular as funções de Diretora Financeira e de Relações com Investidores, com posse prevista para 26 de agosto de 2025. Saiba mais…

   

   (Com informações da TCMover e Momento B3)