Preços do ouro oscilam perto de US$ 3.400/oz enquanto os mercados observam a ação do Fed em setembro

O ouro permaneceu próximo da máxima de duas semanas no pregão asiático na quinta-feira, apoiado pelas crescentes expectativas de que o Federal Reserve poderia cortar as taxas de juros em setembro em meio às tensões contínuas entre o presidente Donald Trump e o banco central.

O ouro à vista se aproximou de US$ 3.400 a onça esta semana, mas estagnou logo abaixo desse limite, com o dólar americano se fortalecendo levemente e os rendimentos dos títulos do Tesouro se estabilizando.

Preocupações com a independência do Fed impulsionaram grande parte do foco do mercado esta semana, após a tentativa de Trump de demitir a governadora Lisa Cook. Tanto Cook quanto o Federal Reserve questionaram a legalidade da medida, com Cook também sinalizando uma possível ação judicial para manter seu cargo.

O ouro à vista caiu 0,2%, para US$ 3.389,96 a onça, enquanto os futuros de outubro avançaram 0,4%, para US$ 3.445,32 a onça, às 02h37 (horário de Brasília).

Aumenta a especulação sobre o corte de juros em setembro

A tentativa de demissão de Cook gerou temores sobre a autonomia do Fed, levando os investidores a aumentarem as apostas em um corte de juros em setembro. Após comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, na semana passada, de que tal medida era possível, o CME FedWatch mostra uma probabilidade de 84,9% de uma redução de 25 pontos-base, acima dos 78,4% da semana anterior.

Powell reconheceu alguma desaceleração no mercado de trabalho, mas permaneceu cauteloso em se comprometer com quaisquer mudanças nas taxas, citando incerteza sobre os efeitos inflacionários das políticas de Trump.

A queda do dólar devido às expectativas de corte de juros deu suporte aos metais preciosos, mesmo tendo recuperado algum terreno no final da semana.

A platina à vista permaneceu estável em US$ 1.349,08 a onça, enquanto a prata subiu 0,3%, para US$ 38,6975 a onça. Os metais industriais apresentaram movimentos mistos: os contratos futuros de cobre na Bolsa de Metais de Londres (LME) subiram 0,3%, para US$ 9.789,60 a tonelada, enquanto os contratos futuros de cobre na COMEX recuaram 0,2%, para US$ 4,4915 a libra. Taxas de juros mais baixas geralmente favorecem ativos sem rendimento, como metais, reduzindo seu custo de oportunidade.

Foco nos próximos relatórios econômicos dos EUA

Os investidores agora aguardam uma série de indicadores econômicos dos EUA. A leitura revisada do PIB do segundo trimestre, prevista para o final da quinta-feira, deve mostrar um forte crescimento trimestral de 3%.

A divulgação mais aguardada será o índice de preços PCE de julho, agendado para sexta-feira. Como medida de inflação preferencial do Fed, espera-se que indique que os preços permanecem estáveis ​​e acima da meta de 2% do banco central, fornecendo orientação sobre potenciais medidas futuras de política monetária.

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