Petróleo sobe ligeiramente com mercados de olho nas negociações entre Trump e Putin

Os preços do petróleo subiram no pregão asiático de quinta-feira (14), com os investidores se concentrando nos potenciais efeitos de uma reunião de alto risco entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, sobre a oferta global.

O petróleo bruto vem enfrentando dificuldades nas últimas duas semanas em meio a preocupações persistentes com a queda da demanda, e os preços caíram acentuadamente na quarta-feira depois que dados revelaram um aumento inesperado nos estoques de petróleo bruto dos EUA.

Às 22h58 (horário de Brasília), os futuros do Brent de outubro subiam 0,4%, para US$ 65,88 por barril, enquanto os futuros do WTI ganhavam 0,3%, para US$ 62,13 por barril.

Trump e Putin se reunirão sobre a Ucrânia

Os líderes devem se reunir no Alasca na sexta-feira para discutir um possível cessar-fogo na Ucrânia. Na quarta-feira, Trump alertou sobre “consequências severas” caso Putin se recuse a concordar com a paz. Ele também já havia ameaçado impor tarifas pesadas aos principais compradores de petróleo russo, incluindo Índia e China.

Se essas medidas forem aplicadas ou se novas restrições atingirem o setor energético da Rússia, a oferta global de petróleo poderá diminuir, dando algum suporte aos preços do petróleo bruto.

No entanto, relatos indicam que Trump não prevê uma resolução imediata para o conflito na Ucrânia e pode oferecer concessões à Rússia para aliviar as tensões em torno de Kiev. Qualquer redução nas sanções pode pesar sobre os preços, já que as preocupações com o excesso de oferta têm sido um entrave persistente neste ano.

Excedente de oferta e estoques dos EUA mantêm pressão sobre o petróleo bruto

Os mercados de petróleo têm sido pressionados pelas perspectivas pessimistas de oferta, tanto do governo dos EUA quanto da Agência Internacional de Energia (AIE). A AIE destacou que a oferta global de petróleo parece “inchada”, em parte devido ao aumento constante da produção da OPEP+ neste ano.

A agência também projetou que um excedente de oferta poderia persistir em 2025 e 2026, enquanto a demanda deverá diminuir nos próximos meses. A AIE prevê um excedente diário de petróleo de cerca de 3 milhões de barris até 2026.

Somando-se ao sentimento pessimista, os estoques dos EUA aumentaram em 3 milhões de barris na semana passada, superando em muito as expectativas de uma redução de 0,9 milhão de barris. Os dados ressaltam a aproximação do fim da movimentada temporada de viagens de verão nos EUA, com a demanda por combustível normalmente diminuindo à medida que o país se aproxima do outono e do inverno.

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