Ouro se estabiliza com os riscos tarifários impulsionando a demanda por refúgios seguros; os mercados aguardam os dados do PCE dos EUA

Os preços do ouro permaneceram praticamente inalterados nas negociações asiáticas de sexta-feira, 26 de setembro de 2025, estabilizando-se após recentes quedas em relação às máximas recordes, já que novas medidas tarifárias dos EUA mantiveram os investidores inclinados a ativos de refúgio seguro.

A atenção do mercado está voltada para os próximos números da inflação nos EUA, que têm ajudado a manter o interesse pelo ouro. Apesar de registrar uma série de máximas recordes nas últimas semanas, os ganhos semanais do metal foram contidos pela recuperação do dólar americano. Metais em geral também registraram avanços semanais modestos, refletindo a incerteza persistente sobre o momento dos cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve.

O ouro à vista se mantinha em US$ 3.749,30 a onça, enquanto os contratos futuros do ouro subiam 0,2%, para US$ 3.778,90 a onça, às 02h39 (horário de Brasília). No início da semana, os preços à vista atingiram o recorde de US$ 3.791,11 a onça.

Anúncios de tarifas elevam o preço do ouro

A estabilidade do ouro segue a introdução de uma série de tarifas comerciais pelo presidente americano Donald Trump, incluindo uma taxa de 100% sobre todos os produtos farmacêuticos importados. As medidas alimentaram preocupações sobre o impacto econômico e desencadearam fluxos de investidores avessos ao risco para o ouro.

O metal caminha para um ganho de aproximadamente 1,7% esta semana, marcando seu sexto aumento semanal consecutivo. No entanto, a incerteza quanto à política de juros dos EUA limitou sua alta em relação às máximas históricas. Os dados do PIB do segundo trimestre mostraram um crescimento mais forte do que o esperado, enquanto os pedidos semanais de seguro-desemprego melhoraram ligeiramente, moldando ainda mais as expectativas do mercado.

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, observou riscos elevados decorrentes da inflação persistente e da desaceleração do mercado de trabalho. Enquanto isso, a recuperação do dólar em relação às mínimas de três anos restringiu os ganhos mais amplos em metais e commodities.

O foco muda para dados de inflação do PCE

Os investidores aguardam a divulgação do índice de preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) dos EUA, a medida de inflação preferida do Fed, para obter mais orientações sobre a política de taxas de juros. A inflação geral deve permanecer elevada em agosto, enquanto a inflação subjacente do PCE deve permanecer bem acima da meta de 2% do Fed.

Altas taxas de inflação podem limitar a capacidade do Fed de reduzir as taxas, principalmente em meio às incertezas das tarifas de Trump. Na quinta-feira, Trump reiterou seu apelo por taxas de juros mais baixas, instando o Fed a reduzir as taxas para 2% e continuou suas críticas a Powell, que tem resistido amplamente à pressão para flexibilizar a política monetária.

Desempenho de outros metais

A platina à vista subiu 0,9%, para US$ 1.541,85 a onça, enquanto a prata recuou 0,7%, para US$ 44,8745 a onça. Os metais industriais apresentaram desempenho misto: os futuros do cobre na LME permaneceram estáveis ​​em US$ 10.258,65 a tonelada, enquanto os futuros do cobre na COMEX caíram 0,2%, para US$ 4,7807 a libra.

Os preços do petróleo subiram na sexta-feira, posicionando a commodity para um avanço semanal notável, já que ataques à infraestrutura energética russa e um declínio surpreendente nos estoques de petróleo bruto dos EUA restringiram as perspectivas de oferta.

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