Bernstein alerta que avaliações de terras raras podem estar infladas e pede cautela aos investidores

A alta nas ações relacionadas a terras raras elevou as avaliações a níveis que não são justificados pelos fundamentos do mercado, e os investidores devem agir com cautela, de acordo com analistas da Bernstein.

As tensões comerciais deste ano entre os EUA e a China contribuíram para as oscilações de preços no setor. As ações da MP Materials (NYSE:MP) subiram mais de 14% nos últimos três meses, mas caíram mais de 14% apenas na última semana. Enquanto isso, a Critical Metals Corp. (NASDAQ:CRML) disparou cerca de 246% no mesmo período de três meses, apenas para cair cerca de 23% nos últimos sete dias.

O setor estendeu seu declínio nas negociações de pré-mercado na segunda-feira, depois que o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, sinalizou que a China está aberta a “concessões” nas restrições à exportação de terras raras após as negociações comerciais.

A China continua sendo o ator dominante na cadeia de suprimentos de terras raras, respondendo por quase 70% da produção global de mineração e aproximadamente 90% da capacidade de processamento. Esses minerais são considerados essenciais para indústrias que vão de veículos elétricos a sistemas avançados de defesa.

Washington tem pressionado para diversificar o fornecimento, com o presidente dos EUA, Donald Trump, declarando no início deste mês que um acordo histórico com a Austrália daria às duas nações “tantos minerais e terras raras essenciais que vocês não saberão o que fazer com eles”.

No entanto, os analistas da Bernstein resistiram ao otimismo excessivo, escrevendo que “as esperanças de um superciclo de demanda por terras raras são equivocadas, dada a revisão dos ciclos históricos, o crescimento modesto de fontes de demanda convencionais, a substituição de tecnologia, a economia, a crença exagerada em robôs humanoides e a inovação em ímãs permanentes de terras raras para outras químicas”.

Eles enfatizaram que sua afirmação não se referia à supervalorização de empresas específicas. Em vez disso, observaram que empresas apoiadas por apoio governamental e acordos de aquisição de longo prazo “claramente têm uma vantagem sobre empresas totalmente expostas ao mercado público”.

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