Boletim Focus mantém Selic em 15% e reduz IPCA

O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (20/10) pelo Banco Central, trouxe poucas surpresas nas projeções do mercado, mas apontou leve melhora nas expectativas de crescimento econômico e redução da inflação para os próximos anos. A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 subiu de 2,16% para 2,17%, enquanto para 2027 houve uma pequena queda, de 1,83% para 1,82%. As projeções para 2026 (1,80%) e 2028 (2,00%) permaneceram estáveis.

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As expectativas para o câmbio seguem firmes, com o dólar projetado em R$ 5,45 para 2025 — o mesmo valor das últimas semanas. O cenário de estabilidade também se repete para os anos seguintes, com projeções de R$ 5,50 em 2026, R$ 5,51 em 2027 e R$ 5,56 em 2028.

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No campo dos juros, o mercado manteve inalteradas as previsões para a taxa Selic, projetando 15% para 2025. Para 2026 e 2027, as estimativas seguem em 12,25% e 10,50%, respectivamente, enquanto a projeção de 10% para 2028 permanece igual há 43 semanas — um sinal de que o mercado ainda vê dificuldade em reduzir os juros a níveis significativamente mais baixos no médio prazo.

A boa notícia veio das projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que recuaram em todos os horizontes analisados. Para 2025, a expectativa caiu de 4,72% para 4,70%. As estimativas também recuaram para 2026 (de 4,28% para 4,27%), 2027 (de 3,90% para 3,83%) e 2028 (de 3,68% para 3,60%).

Esses ajustes sugerem que o mercado começa a enxergar um ambiente de inflação mais controlado, ainda que a combinação de juros elevados e câmbio estável aponte para um cenário de política monetária rígida por mais tempo. O comportamento dos preços ao consumidor será determinante para as decisões futuras do Comitê de Política Monetária (Copom).

No contexto atual do mercado financeiro, o dólar à vista (FX:USDBRL) tem oscilado próximo dos R$ 5,45, em linha com as projeções mantidas no Focus. Esse movimento reforça a percepção de que o câmbio pode permanecer em um patamar estável, com volatilidade limitada, a menos que novos fatores externos — como mudanças na política monetária norte-americana ou tensões geopolíticas — alterem significativamente o fluxo de capitais.

(BC)

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