Títulos da Raízen (RAIZ4) sofrem forte desvalorização, refletindo preocupações com endividamento elevado e riscos no setor de biocombustíveis; ação da companhia avança 3,53% na bolsa de valores.
Os bonds da Raízen S.A (BOV:RAIZ4), joint venture de açúcar e etanol controlada pela Shell e Cosan (BOV:CSAN3), registraram queda de quase 19% na última semana, refletindo a crescente preocupação dos investidores com o endividamento das empresas brasileiras. Os papéis de US$ 1 bilhão com vencimento em 2035 atingiram mínimas históricas, enquanto nesta terça-feira (14/10) recuperaram parte das perdas, subindo cerca de 4 centavos por dólar e apresentando rendimento próximo a 9%.
A desvalorização dos bonds ocorre em um momento de custos crescentes e safras desfavoráveis para a Raízen, além de apostas em etanol de biomassa e combustíveis de aviação sustentável que ainda não geraram retorno. A preocupação dos investidores se intensifica com o histórico recente de perdas em títulos corporativos brasileiros, como os da Ambipar (BOV:AMBP3) e da Braskem (BOV:BRKM5), refletindo um cenário de cautela no mercado de crédito nacional.
Nos três meses encerrados em 30 de junho, a Raízen consumiu R$ 7 bilhões de caixa e aumentou sua dívida líquida em 56% na comparação anual, totalizando R$ 49,2 bilhões, com custo de serviço da dívida de R$ 1,62 bilhão, equivalente a 86% do lucro antes de juros e impostos. Em comunicado divulgado na sexta-feira (10/10), a companhia afirmou não ter planos de reestruturar sua dívida, ressaltando uma “posição de caixa robusta” de R$ 15,7 bilhões e acesso a US$ 1 bilhão em linhas de crédito rotativo, além de negociações em andamento para capitalização.
No pregão desta terça-feira (14/10), as ações RAIZ4 avançaram 3,53%, sendo negociadas a R$0,88, frente à abertura de R$0,85 e mínima do dia em R$0,84. O movimento sugere que o mercado busca aproveitar a desvalorização recente, apesar da tensão sobre o endividamento da empresa. Investidores devem acompanhar de perto a evolução da liquidez e possíveis impactos futuros sobre o balanço da companhia.
A Raízen S.A é uma das maiores produtoras de açúcar, etanol e biocombustíveis do Brasil, atuando também na comercialização de combustíveis e energia. A joint venture é controlada pela Shell e pela Cosan, competindo com empresas como a Petrobras Biocombustível e Biosev no setor de energia renovável e agroindustrial.
Para investidores atentos às oportunidades e riscos do setor de biocombustíveis na bolsa de valores, acompanhar os movimentos da Raízen (RAIZ4) é essencial.
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