
O peso dos juros elevados voltou a cobrar seu preço na construção civil. Segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), divulgados nesta segunda-feira (27/10), o setor reduziu sua projeção de crescimento para 2025 de 2,3% para 1,3%, refletindo o impacto direto da taxa Selic em 15%, que encarece o crédito e freia novos investimentos.
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De acordo com a economista-chefe da entidade, Ieda Vasconcelos, “os juros elevados da taxa Selic, atualmente em 15%, têm limitado o crescimento do setor.” O PIB da construção recuou 0,6% no primeiro trimestre e 0,2% no segundo trimestre de 2025, na comparação com os períodos imediatamente anteriores. Já em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o PIB do setor cresceu 1,8% no segundo trimestre, após avanços de 3,4% no primeiro trimestre e de 4,3% no quarto trimestre de 2024.
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Mesmo com o arrefecimento do ritmo, a CBIC destacou que o setor ainda opera 23% acima do nível pré-pandemia, registrado no fim de 2019. O nível de atividade, porém, recuou para 47,2 pontos — o menor desde 2020, quando havia caído para 42,8 pontos. Para a entidade, o principal entrave é a dificuldade de acesso ao crédito, em um cenário de juros elevados e queda nos financiamentos imobiliários.
Entre janeiro e agosto de 2025, foram financiadas 283.360 unidades habitacionais com recursos da poupança, 20,32% a menos que no mesmo período de 2024, quando o número foi de 355.621 unidades. Em valores, a queda foi de 18%, passando de R$ 118,4 milhões para R$ 97,1 milhões.
Para 2026, a CBIC prevê uma recuperação gradual, impulsionada por mudanças nas regras de financiamento imobiliário com recursos da poupança, que devem injetar R$ 37 bilhões no crédito habitacional. Além disso, a expectativa de queda da Selic tende a aliviar os custos do crédito e favorecer o reaquecimento do setor.
No contexto atual, a revisão para baixo do crescimento da construção civil reflete o momento de fragilidade do mercado de crédito e a pressão das taxas elevadas sobre o consumo e os investimentos. Mesmo com sinais de retomada no horizonte, a reação dependerá da efetiva redução dos juros e da confiança do investidor.
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