Dólar firma-se à frente do IPC dos EUA; ouro perde terreno

O dólar americano subiu modestamente na quarta-feira, 22 de outubro de 2025, apoiado por uma retração nos preços do ouro e um tom mais firme nos mercados antes dos principais dados de inflação no final desta semana.

Às 05h20 (horário de Brasília), o Índice do Dólar Americano subiu 0,1% para 98,795, ampliando sua recuperação após perdas acentuadas na semana passada.

Dólar se firma à frente do IPC dos EUA

O dólar se fortaleceu de forma constante, à medida que as preocupações com os bancos regionais diminuíram, enquanto uma forte correção nos preços do ouro na terça-feira deu suporte adicional à moeda. “Uma nova alta do dólar a partir daqui será mais difícil de justificar, a menos que os mercados encontrem razões para descartar um dos três cortes do Fed previstos para março. O fator mais realista para uma reprecificação tão agressiva esta semana seria um dado do IPC aquecido na sexta-feira, o que não esperamos”, disse Francesco Pesole, do ING Group.

O índice de preços ao consumidor de setembro será o primeiro dado importante do governo dos EUA desde o início da paralisação no início de outubro. Economistas esperam que o IPC geral suba de 2,9% para 3,1%, enquanto o IPC básico permanece inalterado em 3,1%.

Libra cai com surpresa da inflação

A libra esterlina caiu depois que os dados de inflação do Reino Unido ficaram abaixo das expectativas. O par GBP/USD caiu 0,4%, para 1,3323, depois que o IPC anual ficou em 3,8% em setembro, abaixo da previsão de 4%.

“Nossa previsão é que esses 3,8% marquem o pico da inflação geral, e esperamos que ela fique em 3,5% nos três meses restantes do ano, antes de recuar em relação a janeiro”, disse Pesole. Ele acrescentou: “Tudo isso não deve ser suficiente para trazer de volta à mesa um corte de juros em novembro, mas certamente aumenta as chances de um corte em dezembro. Para isso, o Orçamento de Outono desempenhará um papel fundamental, onde um compromisso mais rigoroso com o rigor fiscal pode ser o gatilho para um ‘corte de Natal’.”

O Banco da Inglaterra manteve as taxas de juros em 4% em setembro, a menor em mais de dois anos, após iniciar 2025 em 4,75%. O governador Andrew Bailey alertou na época que o país “ainda não estava fora de perigo” e que quaisquer cortes futuros nas taxas “precisariam ser feitos de forma gradual e cuidadosa”. A próxima decisão está marcada para 6 de novembro.

Euro cai após adiamento da cúpula

O euro enfraqueceu ligeiramente depois que a Casa Branca confirmou que uma cúpula planejada entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, havia sido adiada quando Moscou rejeitou os pedidos de cessar-fogo imediato.

O par EUR/USD caiu 0,1%, para 1,1592. “Esses acontecimentos justificam a extrema cautela dos mercados em relação às esperanças de uma trégua na Ucrânia. Mantemos a opinião de que qualquer reação significativa do mercado exigirá progresso tangível – e não mera especulação”, disse Pesole.

Iene se estabiliza após confirmação de Takaichi

O par USD/JPY caiu 0,1%, para 151,83, com o iene japonês recuperando parte de suas perdas recentes. A alta ocorreu após a confirmação de Sanae Takaichi como a primeira mulher primeira-ministra do Japão, o que inicialmente pressionou a moeda.

Takaichi é vista como uma figura fiscalmente mais moderada, com expectativa de pressionar por medidas de estímulo e resistir a novos apertos por parte do Banco do Japão. Especulações sobre sua liderança após conquistar a liderança do Partido Liberal Democrata em setembro pesaram sobre o iene ao longo do último mês.

Yuan e dólar australiano sobem

O par USD/CNY subiu para 7,1244, enquanto os investidores aguardavam mais esclarecimentos sobre as relações comerciais entre Pequim e Washington. Comentários de autoridades americanas ajudaram a aliviar as preocupações com uma possível escalada tarifária.

O dólar australiano foi negociado ligeiramente mais alto, com o par AUD/USD subindo 0,2%, para 0,6502.

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