Dólar americano se firma com esperanças comerciais acalmando mercados; libra cai com dados de empréstimos

O dólar americano subiu ligeiramente na terça-feira, 21 de outubro de 2025, recuperando terreno após a forte queda da semana passada, desencadeada por preocupações com o setor bancário. O otimismo em relação ao possível progresso nas próximas negociações comerciais entre os EUA e a China ofereceu suporte adicional à moeda americana.

Às 05h25 (horário de Brasília), o Índice do Dólar Americano — que acompanha o dólar em relação a seis principais moedas — subia 0,2%, para 98,570, após registrar sua maior queda em cinco dias desde o final de julho.

Dólar se estabiliza à medida que nervosismo financeiro diminui

Com os mercados de ações dos EUA ampliando sua recuperação, as preocupações sobre a saúde do setor bancário diminuíram, permitindo que os mercados de câmbio se concentrassem em outros fatores.

“O relatório de lucros do Zions Bank foi sólido, fora as perdas ligadas à fraude, embora o escrutínio continue alto em relação a quaisquer outros sinais de estresse de crédito no sistema”, disse o analista do ING, Francesco Pesole.

O dólar também se beneficiou da fraqueza do iene e da crescente confiança de que Donald Trump e Xi Jinping poderiam progredir no comércio quando se encontrarem na semana que vem na Coreia do Sul.

Tensões persistentes sobre tarifas, tecnologia e acesso ao mercado têm afetado os mercados globais há meses, mas o tom recente de Trump aumentou as esperanças de algum tipo de acordo. Enquanto isso, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, indicou que a paralisação de 20 dias do governo americano pode terminar esta semana.

“Não há muita coisa acontecendo nas tensões comerciais entre os EUA e a China antes da reunião agendada para o final do mês entre Trump e Xi”, acrescentou Pesole, “com a abordagem aparentemente sendo de esperar para ver, misturada com algum otimismo cauteloso de que Trump conseguirá um acordo com a China”.

Libra enfraquece apesar do alívio do risco político

Nas negociações de câmbio, o par EUR/USD caiu 0,2%, para 1,1622, mostrando pouca reação à redução da incerteza política na França.

“O par EUR/USD continua sendo impulsionado quase inteiramente pelo sentimento em relação ao crédito/ações dos EUA: aqui, uma estabilização adicional pode levar o par EUR/USD até 1,160. Níveis abaixo disso serão mais difíceis de justificar, a menos que o IPC dos EUA na sexta-feira seja mais alto do que o esperado”, disse Pesole.

O par GBP/USD também caiu 0,2%, para 1,3383, após dados oficiais revelarem que os empréstimos do Reino Unido nos primeiros seis meses do ano fiscal atingiram £ 99,8 bilhões — o maior valor fora do período da pandemia. O valor ficou 13% acima do nível do ano passado e superou as previsões em £ 7,2 bilhões. A Ministra das Finanças, Rachel Reeves, deve anunciar aumentos de impostos em novembro para estabilizar as finanças públicas.

Iene cai com Takaichi se tornando o próximo primeiro-ministro do Japão

O par USD/JPY subiu 0,3%, para 151,14, depois que Sanae Takaichi, líder do Partido Liberal Democrata (Japão), garantiu os votos para se tornar a nova primeira-ministra do Japão.

Takaichi é conhecida por sua postura fiscalmente mais moderada, que deve se traduzir em maiores gastos públicos e uma abordagem fiscal mais branda. Ela também deve resistir a novos aumentos de juros pelo Banco do Japão, cuja próxima reunião de política monetária está marcada para a próxima semana.

Yuan apoiado; dólar australiano sob pressão

O par USD/CNY recuou para 7,1178, com o yuan encontrando suporte em fixações diárias mais fortes do ponto médio pelo Banco Popular da China. O foco do mercado permanece nas próximas negociações entre Pequim e Washington, após Trump adotar um tom mais conciliador.

O dólar australiano enfraqueceu, com o par AUD/USD caindo 0,4%, para 0,6489, apesar de Canberra ter assinado um acordo significativo sobre minerais essenciais com Washington — um acordo visto como estrategicamente importante para ambas as nações.

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