Dólar mantém-se estável após tom agressivo de Powell; euro sobe ligeiramente após reunião do BCE

O dólar americano apresentou leve alta na sexta-feira, 31 de outubro de 2025, mantendo sua força após as últimas declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, terem diminuído as expectativas de um novo corte iminente nas taxas de juros. O euro também se fortaleceu, impulsionado pela postura estável da política monetária do Banco Central Europeu.

Às 06h10 (horário de Brasília), o Índice do Dólar, que mede o valor do dólar americano em relação a seis outras moedas principais, subiu 0,1%, para 99,380, após ter atingido o pico de três meses no dia anterior.

Os comentários de Powell mantêm o dólar em alta.

O dólar ampliou os ganhos do início da semana depois que Powell sinalizou uma abordagem mais cautelosa em relação a novos afrouxamentos monetários. Após o corte de juros de 25 pontos-base anunciado pelo Fed na quarta-feira, amplamente esperado, Powell observou que outra redução em dezembro estava “longe de” ser garantida.

Desde então, os participantes do mercado moderaram as expectativas de uma nova medida, com os contratos futuros de Fed Funds precificando uma probabilidade de 74,7% de outro corte de 0,25 ponto percentual em dezembro, abaixo dos 91,1% da semana anterior, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

“A paralisação do governo impediu que os dados de emprego oferecessem esse catalisador, e a cautela de Powell em relação a um corte em dezembro precisa ser levada mais a sério agora”, escreveram analistas do ING.

BCE mantém taxas de juros estáveis; euro se valoriza modestamente.

O euro subiu 0,1%, para 1,1570, após a divulgação de dados que mostraram que a taxa de inflação anual da França desacelerou para 0,9% em outubro, ante 1,1% em setembro. Os investidores aguardam o relatório do IPC da zona do euro, previsto para esta sexta-feira, que deverá confirmar uma leve queda da inflação para 2,1%.

Na quinta-feira, o Banco Central Europeu manteve sua principal taxa de depósito inalterada em 2% pela terceira reunião consecutiva e reiterou que a política monetária está em uma “boa posição”, à medida que os ventos contrários à economia diminuem.

“Nas próximas semanas, os membros do Conselho de Governadores apresentarão suas nuances em relação às avaliações da política monetária, da inflação e do crescimento. Mas não espere muito. O BCE está claramente em uma ‘boa posição’ com a taxa de 2% e o patamar para um maior afrouxamento monetário permanece alto”, comentou o ING.

Libra esterlina cai em meio à tensão política no Reino Unido.

A libra esterlina recuou 0,1%, para 1,3143, com o aumento das preocupações sobre a potencial instabilidade política em torno da Ministra das Finanças, Rachel Reeves. “Os mercados estão receosos de que uma mudança no cargo de Ministro da Fazenda possa sinalizar regras fiscais mais flexíveis e empréstimos adicionais, num momento em que a emissão de títulos do governo permanece elevada. Uma renúncia inesperada, que parece improvável, causaria, em nossa opinião, maior volatilidade nos títulos do governo e na libra”, afirmou o ING.

O iene se desvaloriza apesar dos fortes dados de inflação e produção.

O iene japonês perdeu os ganhos iniciais, com o USD/JPY subindo 0,2% para 154,36. O índice de preços ao consumidor de Tóquio subiu mais rápido do que o esperado em outubro, mantendo a inflação subjacente acima da meta de 2% do Banco do Japão. Os dados da produção industrial também superaram as previsões, embora as vendas no varejo tenham apresentado desempenho inferior.

Embora o Banco do Japão tenha mantido as taxas de juros inalteradas na quinta-feira, o governador Kazuo Ueda afirmou que um possível aumento poderá ser considerado em breve, dependendo da evolução dos salários.

Yuan se mantém estável próximo das máximas anuais; dólar australiano cai

O yuan chinês recuou 0,1%, para 7,1143, após uma fixação mais fraca da taxa de câmbio pelo Banco Popular da China. Os dados oficiais do PMI mostraram que a atividade manufatureira da China contraiu pelo sétimo mês consecutivo em outubro, enquanto o índice composto ficou próximo de se tornar negativo, refletindo a fraca demanda interna e o impacto das tarifas americanas.

Apesar da desaceleração, o yuan permanece próximo de seu nível mais forte em um ano, sustentado pela intervenção consistente do banco central.

Entretanto, o dólar australiano caiu 0,2%, para 0,6542, após dados recentes do IPC reduzirem as expectativas de novos cortes nas taxas de juros pelo Banco Central da Austrália. A moeda encerrou outubro com queda de cerca de 1%, estendendo sua recente sequência de perdas.

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