Os futuros dos índices de ações dos EUA recuaram na terça-feira, 14 de outubro de 2025, enquanto os investidores aguardavam a divulgação de resultados expressivos dos principais bancos de Wall Street e o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, aguardado com atenção. O tom cauteloso surge em meio ao aumento das tensões comerciais entre EUA e China, novos ganhos nos preços do ouro e uma retração no petróleo.
Futuros enfraquecem com mudança no sentimento de risco
Os contratos futuros de ações de referência dos EUA foram negociados no vermelho na manhã de terça-feira. Às 04h01 (horário de Brasília), os futuros do S&P 500 caíam 47 pontos (-0,7%), os futuros do Nasdaq 100 recuavam 230 pontos (-0,9%) e os futuros do Dow Jones recuavam 197 pontos (-0,4%).
A queda do mercado ocorre após uma forte recuperação na segunda-feira, quando as ações recuperaram a maior parte das perdas recentes depois que o presidente americano Donald Trump pareceu suavizar sua postura em relação às tarifas contra a China. Sua ameaça anterior de aumentar os impostos sobre produtos chineses havia desencadeado a liquidação da semana passada, mas comentários sugerindo uma abordagem mais conciliatória ajudaram a acalmar os investidores.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, reforçou o tom mais positivo, confirmando que o esperado encontro entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping no final deste mês na Coreia do Sul “continua no caminho certo”, aumentando as esperanças de que as tensões comerciais possam diminuir.
Entre as pioneiras, a Broadcom Inc. (NASDAQ:AVGO) saltou mais de 9% após a OpenAI revelar um acordo para garantir até 10 gigawatts em chips de IA do grupo de semicondutores. O anúncio intensificou o entusiasmo dos investidores em relação às ações de inteligência artificial.
O foco se volta para os resultados dos bancos de Wall Street
A temporada de resultados começa esta semana com os resultados de alguns dos maiores bancos dos EUA.
Antes do sino de abertura, o JPMorgan Chase & Co. (NYSE:JPM) publicará os lucros trimestrais, seguido pelo Wells Fargo & Company (NYSE:WFC) , Goldman Sachs Group, Inc. (NYSE:GS) e Citigroup Inc. (NYSE:C) . O Bank of America Corporation (NYSE:BAC) e o Morgan Stanley (NYSE:MS) divulgarão seus resultados na quarta-feira.
Analistas esperam lucros sólidos em todo o setor, apoiados pela resiliência da economia americana, que continua a impulsionar a demanda por empréstimos. A atividade de fusões e aquisições também ganhou impulso após a estagnação anterior, motivada pela incerteza da política comercial.
Os investidores prestarão muita atenção aos comentários prospectivos, principalmente depois que o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, alertou sobre uma possível correção do mercado “dentro dos próximos seis meses a dois anos”, apontando para a incerteza geopolítica, os desafios fiscais e o aumento dos gastos militares globais.
Discurso de Powell pode direcionar expectativas políticas
O presidente do Fed, Jerome Powell, discursará na reunião anual da Associação Nacional de Economia Empresarial na terça-feira.
Espera-se que Powell “lamente” a falta de dados econômicos importantes decorrentes da paralisação do governo americano em curso, observaram analistas da Vital Knowledge. A lacuna de dados complicou os esforços do Fed para avaliar as condições econômicas, com a previsão de divulgação apenas dos dados do IPC de setembro, após a reconvocação de alguns funcionários em licença.
De acordo com a ferramenta CME FedWatch, os mercados estão precificando um corte de 25 pontos-base na taxa de juros na próxima reunião do Fed, em 28 e 29 de outubro. O banco central cortou as taxas no mesmo valor em setembro, reiniciando um ciclo de flexibilização para lidar com a desaceleração do emprego e os riscos de crescimento.
Apesar da pressão, não há sinais de que a paralisação do governo esteja próxima de uma resolução, mesmo com o Senado se reunindo novamente hoje.
Ouro atinge novo recorde
O ouro estendeu sua alta recorde, ultrapassando US$ 4.100 a onça em meio a novas preocupações comerciais e expectativas crescentes de taxas de juros mais baixas. O ouro à vista subia 0,4%, para US$ 4.125,35 a onça, às 04h41 (horário de Brasília), enquanto os futuros dos EUA subiam 0,1%, para US$ 4.138,40.
O metal subiu mais de 50% neste ano, com fortes compras de bancos centrais, entradas de ETFs e incerteza macroeconômica, tudo contribuindo para a demanda por ativos de refúgio seguro.
Petróleo cai enquanto a retomada do comércio prejudica a perspectiva de demanda
Os preços do petróleo bruto caíram à medida que os traders reavaliavam as perspectivas de demanda diante da escalada dos atritos comerciais entre EUA e China. O petróleo Brent recuava 1,8%, para US$ 62,21 o barril, às 04h47 (horário de Brasília), enquanto o West Texas Intermediate recuava 1,8%, para US$ 58,43.
A retirada ocorreu depois que a China impôs sanções a cinco subsidiárias da Hanwha Ocean Co., Ltd. ligadas aos EUA e ambos os lados introduziram taxas portuárias adicionais que afetam as empresas de transporte, muitas das quais transportam petróleo.
Os investidores também estão aguardando o último relatório mensal de petróleo da Agência Internacional de Energia, previsto para o final do dia, que deve oferecer mais clareza sobre a dinâmica global de oferta e demanda.
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