Futuros de Wall Street estáveis com ouro em alta, Netflix em queda e expectativa por balanço da Tesla e AT&T

Os futuros de ações dos EUA ficaram próximos da estabilidade na manhã de quarta-feira, 22 de outubro de 2025, enquanto os investidores aguardavam outra rodada de lucros trimestrais e avaliavam o menor otimismo geopolítico em relação aos resultados corporativos mistos.

Às 06h53 (horário de Brasília), os futuros do Dow caíam 4 pontos, ou 0,01%, os futuros do S&P 500 ganhavam 2,5 pontos, ou +0,04%, e os futuros do Nasdaq 100 caíam 35 pontos, ou -0,14%. A taxa de retorno dos títulos de 10 anos recuavam para 3,955%.

Futuros estáveis ​​antes dos lucros

Wall Street encerrou a sessão de terça-feira mista, com investidores questionando as altas avaliações das ações e a sustentabilidade dos recentes ganhos de ações.

A incerteza em torno da diplomacia global também persistiu. O presidente americano Donald Trump disse que o tão aguardado encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul “pode ​​não acontecer”, obscurecendo as esperanças de um degelo nas tensões comerciais entre EUA e China. Ainda assim, Trump acrescentou que, se o encontro ocorrer, será “muito bem-sucedido”, afirmando esperar um acordo “fantástico” e “justo” com Xi.

Enquanto isso, uma cúpula separada entre Trump e Vladimir Putin, da Rússia, foi adiada depois que Moscou rejeitou os pedidos de cessar-fogo na Ucrânia.

Netflix pressionada por disputa tributária no Brasil

As ações da Netflix (NASDAQ:NFLX) caíram mais de 6% nas negociações de pré-mercado, depois que a líder em streaming divulgou uma margem operacional no terceiro trimestre que ficou abaixo das expectativas.

Com 28%, o valor ficou abaixo das estimativas, em grande parte devido aos custos vinculados a uma disputa com as autoridades fiscais no Brasil. A empresa observou que, sem essa cobrança, sua margem teria superado as previsões.

A questão do Brasil também deve pesar nos resultados do ano inteiro, com a Netflix reduzindo sua projeção de margem anual de 30% para 29%.

Mesmo assim, a empresa apresentou maior receita e lucro, apoiados por vendas recordes de publicidade, crescimento de assinantes e aumentos de preços.

Lucros da Tesla em pauta

A Tesla (NASDAQ:TSLA) (BOV:TSLA34) é a próxima a divulgar seus resultados após o fechamento do mercado, após o recorde de entregas trimestrais no início deste mês. Esses números foram impulsionados por uma iniciativa para limpar o estoque antes da eliminação gradual de um crédito tributário de US$ 7.500 para veículos elétricos nos EUA.

Os investidores agora estão atentos para ver se o vencimento do crédito tributário afetará a demanda futura. Analistas da Vital Knowledge observaram que “os relatórios de lucros desta empresa são quase irrelevantes, visto que a maior parte da narrativa e do valor patrimonial não está relacionada ao negócio principal de fabricação e venda de automóveis, mas sim à esperança e ao entusiasmo por produtos que não impactarão a demonstração de resultados de forma significativa nos próximos anos”.

O CEO da Tesla, Elon Musk, há muito defende tecnologias como direção totalmente autônoma e robotaxis como os próximos grandes motores de crescimento da empresa. As ações da Tesla subiram mais de 16% este ano, impulsionadas por um novo pacote salarial proposto para Musk e compras adicionais de ações pelo CEO.

Outros grandes lucros esperados antes da abertura dos EUA incluem a gigante das telecomunicações AT&T (NYSE:T) (BOV:ATTB34), o grupo de serviços de energia GE Vernova (NYSE:GEV) (BOV:G2EV34) e a empresa de biotecnologia Thermo Fisher (NYSE:TMO) (BOV:TMOS34).

Hermes mostra recuperação modesta da China

Na Europa, as ações da Hermès (EU:RMS) subiram depois que a casa de luxo relatou uma “melhora muito leve” na demanda da China, seu principal mercado, durante o terceiro trimestre.

O CFO Eric de Halgouet disse que a melhora refletiu preços imobiliários mais firmes e mercados de ações mais fortes nas principais cidades chinesas.

A receita trimestral da empresa cresceu 9,6%, para € 3,88 bilhões, pouco abaixo das previsões de crescimento de 10%, de acordo com dados do Visible Alpha citados pela Reuters. A atualização se alinha ao recente otimismo cauteloso das rivais L’Oréal (EU:OR) e LVMH (EU:MC) quanto à estabilização do segmento de luxo chinês.

Ouro se recupera após forte liquidação

Os preços do ouro se recuperaram na quarta-feira após uma queda acentuada no início do pregão asiático, apoiados pela caça às pechinchas e pela desvalorização do dólar americano.

Os investidores também voltaram sua atenção para os dados de inflação dos EUA, que serão divulgados ainda esta semana, o que pode moldar as expectativas para a política monetária do Federal Reserve (Fed) antes da reunião de 28 e 29 de outubro. Com a paralisação do governo em curso adiando diversas divulgações importantes, o IPC de sexta-feira pode ser um dos poucos indicadores econômicos oportunos disponíveis.

O ouro à vista subiu 1,1%, para US$ 4.153,24 a onça, às 04h32 (horário de Brasília), após cair para perto de US$ 4.000 no início da sessão. Os contratos futuros de ouro nos EUA subiram 1,2%, para US$ 4.156,79.

O metal despencou mais de 5% na terça-feira — sua maior queda em um dia desde 2020 — após atingir brevemente máximas recordes no início da semana em meio à incerteza geopolítica e às expectativas de uma política monetária mais flexível nos EUA.

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