
A Intel superou as estimativas do mercado no terceiro trimestre, registrando receita de US$ 13,7 bilhões, acima dos US$ 13,2 bilhões esperados. O lucro ajustado foi de US$ 0,23 por ação, resultado impulsionado pela retomada da demanda por processadores x86 para PCs.
As ações subiram até 8,7% no pré-mercado de Nova York na sexta-feira, 24 de outubro de 2025. A Intel também é negociada na B3 por meio da BDR (BOV:ITLC34).
A empresa voltou à lucratividade após prejuízos de 2024, obtendo lucro líquido de US$ 4,1 bilhões, ou US$ 0,90 por ação. O resultado marca o primeiro trimestre positivo desde 2023 e reflete o fortalecimento da operação sob o comando do CEO Lip-Bu Tan, que assumiu em março.
Para o quarto trimestre, a Intel projeta receita entre US$ 12,8 bilhões e US$ 13,8 bilhões, com lucro ajustado de US$ 0,08 por ação, valores próximos ao consenso. A previsão não inclui a divisão Altera, vendida em setembro, o que explica divergências em relação às estimativas de Wall Street.
O governo dos EUA tornou-se um investidor da empresa, adquirindo 10% de participação por US$ 8,9 bilhões, uma operação inédita que reforça o caixa da companhia. A transação foi intermediada pela Casa Branca e resultou em emissão de 433,3 milhões de ações a US$ 20,47 cada.
A Nvidia (NASDAQ:NVDA) (BOV:NVDC34) investirá US$ 5 bilhões na Intel, em uma parceria que une CPUs x86 a GPUs de IA, o que pode impulsionar a presença da Intel no mercado de inteligência artificial, hoje dominado pela Nvidia com 90% de participação.
A empresa também recebeu US$ 2 bilhões do SoftBank e US$ 5,7 bilhões do governo americano no trimestre, totalizando cerca de US$ 15 bilhões em novos recursos para investimentos e redução de dívidas. O caixa encerrou o período em US$ 30,9 bilhões, após o pagamento de US$ 4,3 bilhões em obrigações.
O segmento de Computação para Clientes registrou vendas de US$ 8,5 bilhões, alta de 3% na comparação anual, impulsionado por renovação corporativa de PCs e migração para o Windows 11. O setor de Data Centers teve US$ 4,1 bilhões em receita, queda de 1%, mas a empresa espera crescimento com a parceria da Nvidia.
A Intel Foundry, divisão de fabricação de chips para terceiros, registrou US$ 4,2 bilhões em vendas, queda de 2% na base anual. O negócio ainda gera prejuízo operacional de US$ 2,3 bilhões, mas melhor que as perdas de US$ 5,8 bilhões de 2024. A empresa mantém investimentos para aumentar a competitividade frente à TSMC.
A Intel segue com planos de investir US$ 18 bilhões em fábricas em 2025, principalmente no Arizona, onde iniciou a produção em massa dos chips Panther Lake com tecnologia 18A. Esses chips devem chegar ao mercado em janeiro.
O diretor financeiro David Zinsner destacou que a demanda atual supera a oferta, e a empresa pode enfrentar restrições de produção até 2026. Zinsner admitiu que a Intel poderia ter registrado ainda mais receita se tivesse maior capacidade produtiva.
As margens brutas ajustadas atingiram 40%, acima das estimativas de 35,7%. Analistas veem os resultados como um sinal de melhora na execução operacional e eficiência financeira sob Tan, que reduziu custos e enxugou a folha para 88,4 mil empregados, queda de 29% em um ano.
Os papéis da Intel acumularam alta de 90% em 2025, transformando a empresa de uma das piores performances do índice de semicondutores da Filadélfia para uma das melhores. O mercado vê a recuperação da Intel como o início de um novo ciclo de crescimento para a histórica fabricante de chips dos EUA.
Apesar das dúvidas sobre a competitividade em IA, a companhia mostra sinais de adaptação. Com apoio do governo americano, parceria com a Nvidia e disciplina financeira, a Intel parece retomar o caminho para recuperar sua posição no centro da indústria global de semicondutores.
Este conteúdo é apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento financeiro, de investimento ou de qualquer outra natureza profissional. Não deve ser considerado uma recomendação de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários ou instrumentos financeiros. Todos os investimentos envolvem riscos, incluindo a potencial perda do principal. O desempenho passado não é indicativo de resultados futuros. Você deve conduzir sua própria pesquisa e consultar um consultor financeiro qualificado antes de tomar qualquer decisão de investimento.
Crédito da imagem: Canva
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