Ações da Kering disparam com recuperação amenizando queda nas vendas

A Kering (EU:KER) divulgou na quarta-feira uma queda menor do que o esperado na receita do terceiro trimestre, com sinais de que seu portfólio de moda de luxo está se estabilizando. O grupo francês de luxo está agindo agressivamente para reduzir sua dívida e fortalecer seu foco em suas principais marcas.

As ações da Kering listadas nos EUA subiram quase 10% após a divulgação dos lucros.

A receita do grupo no terceiro trimestre de 2025 foi de € 3,42 bilhões, representando uma queda de 10% em base reportada e de 5% em base comparável. Esse resultado superou as projeções dos analistas de uma queda de 9,6%, de acordo com a Visible Alpha, apesar do efeito cambial negativo de 5%. O desempenho representou uma recuperação notável em relação à queda de 15% em base comparável registrada no segundo trimestre.

As vendas por meio da rede de varejo operada diretamente caíram 6%, enquanto o atacado e outros canais caíram 2%.

“O desempenho da Kering no terceiro trimestre, embora represente uma clara melhoria sequencial, continua muito abaixo do mercado”, disse o CEO Luca de Meo.

Como parte de sua estratégia de otimização, a empresa também anunciou planos de vender seu negócio de beleza para a L’Oréal SA por € 4 bilhões (US$ 4,7 bilhões) — uma grande iniciativa inicial de de Meo, enquanto ele trabalha para reformular o grupo e reduzir sua dívida.

Gucci pesa, mas mostra melhora

A Gucci, a maior marca do grupo, registrou receita de € 1,3 bilhão, queda de 18% em base reportada e de 14% em base comparável. As vendas no varejo caíram 13%, mas apresentaram melhora sequencial graças à demanda mais forte na América do Norte e na Europa Ocidental e ao novo impulso nos artigos de couro.

A receita de atacado da Gucci caiu 25%, enquanto sua coleção La Famiglia foi revelada no final do trimestre.

Yves Saint Laurent tem desempenho misto

A Yves Saint Laurent gerou € 620 milhões em receita, queda de 7% no resultado reportado e de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior. O varejo recuou 2%, com o crescimento na América do Norte compensando uma ligeira queda na Europa Ocidental. Os segmentos de Pronto-a-Vestir e Calçados registraram ganhos de dois dígitos, enquanto o atacado recuou 16%, como parte da racionalização da distribuição em andamento.

de luxo avança em base comparável

A Bottega Veneta registrou uma receita de € 393 milhões, queda de 1%, mas alta de 3% em base comparável. As vendas no varejo cresceram 5%, impulsionadas pela demanda norte-americana e pela força dos setores de Pronto-a-Vestir e Calçados. A receita no atacado caiu 9%.

Comentando sobre a atualização, a corretora Kepler Cheuvreux disse que a “recuperação da Kering está bem encaminhada”.

“A recuperação ainda está em estágio inicial, com potencial de alta significativo se a Kering retornar aos níveis de margem normativos”, acrescentou o analista Charles-Louis Scotti.

Outras casas de luxo e óculos impulsionam o crescimento

O segmento “Outras Casas” arrecadou € 652 milhões, queda de 5% no relatório, mas alta de 1% em termos comparáveis. O varejo se manteve estável, enquanto o atacado cresceu 5%, impulsionado pelo desempenho sólido de Balenciaga, Alexander McQueen, Brioni e joalherias como Boucheron, Pomellato e Qeelin.

A receita da Kering Eyewear e Corporate subiu para € 448 milhões, um aumento de 2% no relatório e de 6% em base comparável. Óculos de sol cresceram 7%, impulsionados pela forte demanda regional e pela nova parceria com a Valentino. A Kering Beauté cresceu 3% graças aos lançamentos da Balenciaga e da Creed.

Analistas do Morgan Stanley disseram que estes foram “resultados encorajadores do terceiro trimestre da Kering esta noite e a administração pareceu mais otimista do que há muito tempo”.

“A ação continua sendo nossa principal escolha no segmento de bens de luxo europeus.”

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