Os preços do ouro se recuperam das mínimas recentes, impulsionados pelo corte de juros do Fed e pela incerteza comercial

Os preços do ouro subiram na quinta-feira, interrompendo uma sequência de quatro dias de perdas nas negociações asiáticas, depois que o corte de juros do Federal Reserve e a falta de progresso concreto nas negociações comerciais entre EUA e China estimularam uma retomada das compras de ativos considerados seguros.

Às 03h51 (horário de Brasília), o preço à vista do ouro subiu 1%, para US$ 3.967,03 por onça, enquanto os contratos futuros de ouro nos EUA recuaram 0,4%, para US$ 3.983,10.

O metal perdeu terreno em cada uma das últimas quatro sessões, atingindo seu nível mais baixo em três semanas no início desta semana, à medida que os investidores realizaram lucros após as máximas históricas acima de US$ 4.300 por onça e com a moderação dos fluxos de ativos de refúgio.

Corte do Fed oferece impulso temporário; declarações de Powell moderam o otimismo.

Como esperado, o Federal Reserve reduziu as taxas de juros em 25 pontos-base, para uma faixa de 3,75% a 4,00%, seu terceiro corte do ano.

A medida inicialmente pressionou o dólar americano, proporcionando algum alívio ao ouro, que não gera rendimento. Mas o ímpeto diminuiu depois que o presidente do Fed, Jerome Powell, observou que outra redução em dezembro estava “longe de ser uma conclusão inevitável”.

A declaração de Powell diminuiu as expectativas de um ciclo prolongado de flexibilização monetária, limitando a magnitude da valorização do ouro, mesmo que custos de empréstimo mais baixos normalmente aumentem o apelo do metal.

Encontro entre Trump e Xi oferece apoio geopolítico modesto

Os investidores também reagiram aos desdobramentos do encontro de Donald Trump com o presidente chinês Xi Jinping em Busan, na Coreia do Sul, na quarta-feira. Trump descreveu o encontro como “incrível”, anunciando que os dois líderes concordaram em reduzir as tarifas americanas sobre produtos chineses de 57% para 47%.

Ele também revelou que a China retomaria as compras em larga escala de soja dos EUA e flexibilizaria as restrições às exportações de terras raras.

Ainda assim, com poucos detalhes concretos sobre questões como semicondutores e comércio agrícola, os mercados hesitaram em interpretar a reunião como um avanço significativo. A incerteza em torno da política comercial, combinada com a postura cautelosa do Fed, ajudou o ouro a se recuperar de menos de US$ 3.900 por onça no início da semana.

Metais industriais mistos; cobre recua após alta recorde.

Em todo o setor de metais em geral, o desempenho foi irregular, à medida que os investidores avaliavam o cenário macroeconômico.

Os contratos futuros de prata caíram 0,7%, para US$ 47,605 por onça, enquanto os contratos futuros de platina subiram 0,7%, para US$ 1.594,80 por onça.

No mercado de metais básicos, os contratos futuros de cobre na Bolsa de Metais de Londres (LME) caíram 1,3%, para US$ 11.019,20 por tonelada, enquanto os contratos futuros de cobre nos EUA recuaram 0,7%, para US$ 5,17 por libra.

O cobre atingiu um recorde histórico de US$ 11.200,40 por tonelada na quarta-feira, antes de recuar devido à realização de lucros.

“O preço do cobre está em alta devido às crescentes interrupções no fornecimento, mais recentemente a declaração de força maior da Freeport em sua gigantesca mina de Grasberg, na Indonésia, e o clima mais amplo de apetite ao risco antes do encontro entre Trump e Xi”, disseram analistas do ING em nota.

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