Preços do ouro atingem níveis recordes perto de US$ 4.100/oz em meio a tensões comerciais

Os preços do ouro atingiram novas máximas históricas nas negociações asiáticas na segunda-feira (13), aproximando-se da marca de US$ 4.100 a onça, à medida que as crescentes tensões comerciais entre os EUA e a China reacenderam a demanda por ativos de refúgio seguro.

O ouro à vista subia 1,3%, para US$ 4.070,29 a onça, às 03h53 (horário de Brasília), após atingir um recorde intradiário de US$ 4.078,05 no início da sessão. Os contratos futuros de ouro nos EUA avançavam 1,6%, para US$ 4.089,45 a onça. A prata também quebrou recordes, fortalecendo a alta mais ampla dos metais preciosos.

Trump intensifica disputa comercial entre EUA e China

A manifestação ocorreu após comentários do presidente dos EUA, Donald Trump, na sexta-feira, quando ele ameaçou impor tarifas de até 100% sobre as importações chinesas e reforçar os controles sobre exportações de tecnologia essenciais.

Os mercados reagiram rapidamente, com os investidores transferindo capital para portos seguros tradicionais, como o ouro. No fim de semana, Trump pareceu moderar a retórica, instando os investidores a “não se preocuparem com a China” e sinalizando que uma escalada imediata não estava planejada. Embora isso tenha ajudado a aliviar parte da tensão no mercado, os investidores permaneceram cautelosos, dada a natureza imprevisível da política comercial dos EUA.

Pequim, por sua vez, respondeu afirmando que “não tinha medo” de uma guerra comercial e que agiria para proteger seus interesses nacionais. Essa postura mais rígida intensificou as preocupações com uma nova escalada nas hostilidades econômicas entre os dois países.

O ouro já se valorizou mais de 50% no acumulado do ano, apoiado por fluxos persistentes de ativos de refúgio, expectativas de taxas de juros mais baixas nos EUA e compras constantes por parte dos bancos centrais. Os crescentes riscos geopolíticos e a fraqueza nos mercados acionários globais deram ainda mais impulso.

Prata amplia rali; empresa de metais industriais

Os contratos futuros de prata subiram acentuadamente, atingindo uma nova máxima histórica de US$ 51,7 por onça, uma alta de 2,4% no dia. A alta foi impulsionada por uma combinação de forte demanda por investimentos, condições de oferta mais restritas e um short squeeze nas negociações em Londres.

Os contratos futuros de platina avançaram quase 3%, para US$ 1.669,60/onça, enquanto os contratos futuros de cobre, referência na Bolsa de Metais de Londres, avançaram 1,5%, para US$ 10.572,75 por tonelada. Os contratos futuros de cobre dos EUA subiram 1,7%, para US$ 4,98 por libra.

A força dos metais industriais foi ainda mais apoiada pelos dados comerciais chineses, que mostraram um crescimento mais forte do que o esperado tanto nas exportações quanto nas importações em setembro. Essa resiliência ocorreu apesar das preocupações com tarifas dos EUA, sinalizando a força contínua da atividade comercial global.

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