As ações do setor de defesa europeu caem novamente com o avanço das negociações de paz para a Ucrânia

As ações do setor de defesa europeu caíram pelo segundo dia consecutivo na segunda-feira, 24 de novembro de 2025, pressionadas pelo crescente impulso nas negociações de paz entre os Estados Unidos e a Ucrânia, que visam pôr fim ao conflito com a Rússia.

Um índice que acompanha as empresas de defesa e aeroespaciais da região caiu para o nível mais baixo desde o final de agosto, ampliando a forte queda de 3,4% registrada na sexta-feira. A queda acumulada em dois dias levou o índice à sua maior perda semanal desde março.

Diversas empresas importantes do setor sofreram pressão. Na Alemanha, as ações da Rheinmetall (TG:RHM) , Renk (TG:R3NK) e Hensoldt (TG:HAG) registraram quedas. As perdas também se estenderam pela Europa, com a italiana Leonardo (BIT:LDO) , a francesa Thales (EU:HO) e a sueca Saab (BIT:1SAAB) caindo no início do pregão.

O clima geral nas bolsas europeias era mais otimista, no entanto. Às 07h21 (horário de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 subia 0,2%.

A fraqueza das ações do setor de defesa ocorre após os acontecimentos do fim de semana em Washington e Kiev. Ambos os governos anunciaram no domingo que revisariam uma proposta de paz anterior apresentada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, um plano amplamente criticado por ser excessivamente favorável a Moscou.

Trump havia pressionado a Ucrânia para que aceitasse a proposta até o Dia de Ação de Graças, embora o secretário de Estado Marco Rubio tenha indicado posteriormente que o prazo era flexível. Em uma declaração conjunta divulgada no domingo, representantes dos EUA e da Ucrânia descreveram as negociações como “altamente produtivas”, sem oferecer mais detalhes.

Rubio também observou que a lista de objeções ao plano de 28 pontos de Trump — que exige que a Ucrânia ceda território à Rússia e concorde em não buscar a adesão à OTAN — foi reduzida. Autoridades ucranianas, buscando amenizar as tensões, emitiram manifestações públicas de gratidão a Trump depois que ele acusou Kiev de não demonstrar apreço suficiente pelo apoio americano.

Ao mesmo tempo, os aliados europeus — há muito envolvidos no apoio à Ucrânia — entraram nas negociações com sua própria proposta revisada. A versão deles elimina concessões territoriais e contesta quaisquer restrições ao tamanho futuro das forças armadas ucranianas, sinalizando uma postura mais firme à medida que o processo de paz avança.

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