Dólar avança com payroll forte e tensão política, reacendendo alerta cambial no Brasil

O dólar à vista passou a sexta-feira (21/11) em clima de correção pesada, voltando a abrir caminho acima dos R$ 5,40 depois do feriado, com o mercado ainda digerindo os dados do mercado de trabalho norte-americano divulgados na quinta-feira. O ajuste veio forte: a moeda encerrou em alta de 1,20%, aos R$ 5,4020 na venda, acumulando ganho de 1,97% na semana. A oscilação do dia refletiu um investidor cauteloso e tentando colocar preço no impacto do payroll e dos ruídos políticos internos, colocando o câmbio novamente no centro do radar do investidor da bolsa de valores. do, subindo 1,20% e voltando acima dos R$ 5,40, em um pregão cheio de cautela e ajuste ao payroll norte-americano.

Os fatores que mexeram com o câmbio nesta sexta-feira (21/11) vieram em duas ondas: primeiro, o impacto direto dos números do mercado de trabalho norte-americano, que mostrou criação de 119.000 vagas em setembro diante de uma Projeção de 50.000, além da taxa de desemprego subindo para 4,4% frente à Projeção de 4,3%. Depois, o cenário interno ganhou força, com o mercado reagindo ao desconforto político após a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal, gerando receio de desgaste entre Planalto e Senado e reacendendo preocupações fiscais. Com petróleo em queda e moedas emergentes sofrendo pressão, o real acabou sentindo ainda mais, enquanto ordens de stop loss aumentavam a volatilidade ao longo do dia.

No cenário global, o dólar seguiu ganhando força contra a maior parte das divisas, mesmo com parte do mercado passando a apostar novamente em possível corte de juros nos Estados Unidos em dezembro. O movimento veio embalado pelo impacto persistente do payroll, que bagunçou as expectativas sobre a trajetória do Federal Reserve e incentivou uma migração pontual para a moeda norte-americana. Em meio à queda firme do petróleo e ao desempenho mais fraco de moedas de países exportadores de commodities, o dólar reforçou sua dominância nos mercados internacionais — cenário que acabou reverberando diretamente no real.

No mercado futuro da B3, o dólar também acompanhou a pressão do dia: o contrato de dezembro (BMF:DOLFUT), o mais negociado, avançou 1,42% às 17h07, para R$ 5,4150, mostrando um avanço até mais intenso do que o dólar à vista (FX:USDBRL). A diferença entre as movimentações reforçou o ajuste técnico pós-feriado, com investidores usando o contrato futuro para calibrar posições diante das incertezas políticas e dos sinais mistos vindos do mercado norte-americano. O spread entre o dólar futuro e o dólar à vista manteve-se em linha com o padrão de estresse recente, refletindo um câmbio carregado de prêmios de risco locais e globais.

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