Dólar sobe após falas de Galípolo e dados de serviços, com o alívio nos EUA impulsionando os mercados globais

Depois de cinco quedas seguidas, o dólar (FX:USDBRL) deu uma respirada e encerrou a quarta-feira (12/11) em leve alta de 0,35%, cotado a R$5,2932 na venda. O movimento foi discreto, mas suficiente para interromper a sequência de recuos que vinha desde a semana passada. A moeda norte-americana reagiu em um dia morno no câmbio, sem grandes gatilhos locais, mas com investidores atentos aos sinais do Banco Central sobre o futuro da taxa de juros. No acumulado do ano, o dólar ainda mostra forte queda de 14,34%, refletindo o fluxo positivo de recursos para o Brasil.

No cenário interno, o mercado de câmbio operou sem grandes novidades, mas com atenção redobrada às falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que reforçou que a política monetária seguirá dependente de dados e que o BC mantém foco na meta de inflação de 3%. As declarações ajudaram a conter o apetite por risco, em um dia em que o IBGE divulgou alta de 0,6% no setor de serviços em setembro, resultado acima das projeções. Com isso, o real andou na contramão de outros emergentes, com o dólar subindo levemente por aqui enquanto caía lá fora.

No exterior, o dólar norte-americano perdeu força diante de várias divisas emergentes, mas se manteve firme frente às moedas fortes, após o Senado dos EUA aprovar o acordo para encerrar a paralisação do governo norte-americano. A medida, que agora segue para a Câmara dos Deputados, trouxe alívio temporário aos mercados, impulsionando bolsas na Europa e reduzindo a aversão ao risco. O índice DXY (CCOM:DXY) oscilou próximo da estabilidade, com o investidor ajustando posições antes da votação final do pacote.

No mercado futuro, o dólar (BMF:DOLFUT | BMF:WDOFUT) acompanhou o ritmo mais contido do câmbio à vista, com o contrato de dezembro — o mais negociado na B3 — subindo 0,29%, cotado a R$5,3110. A diferença em relação ao dólar comercial reflete o custo de carregamento até o vencimento e expectativas de curto prazo sobre juros e fluxo cambial. O tom foi de cautela, mas sem pressão, em linha com a leitura de que o cenário global segue volátil, porém sem novos choques.

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